Capítulo 33

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Murilo era um verdadeiro cavalheiro, mas Giovanna não aguentava mais o rapaz. Ele não a deixou sozinha nem por um segundo. Tudo o que ela queria era ter um momento com Alexandre, mas parecia impossível com Murilo por perto. O pior é que seu irmão Humberto e seu pai estavam absolutamente convencidos de que ele era o homem certo para ela e os incentivavam a conversar, fornecendo temas de conversa quando não tinham mais o que dizer.

Bem, para falar a verdade, Murilo não precisava de ajuda nisso, ele sempre tinha algo para contar. Ele era um estudioso, gostava de ler tanto quanto desprezava portar uma arma. Humberto disse a ela que o homem era muito inteligente e que tinha sido um verdadeiro trunfo durante as negociações com o exército da Áustria e depois na unificação que acontecia. Murilo desempenhou o papel de homem humilde enquanto Humberto o elogiava, mas depois explicou a ela seu papel no tratado, com abundância de detalhes. 

Ele insistiu tanto para que ela tocasse pelo menos o violino que ela acabou cedendo. Agora ela estava se sentindo muito cansada, as pessoas ao seu redor ainda conversavam e bebiam vinho animadas. Murilo estava conversando com Humberto e ela decidiu aproveitar a oportunidade para deixá-lo.

A princesa pegou uma garrafa de vinho, duas taças e caminhou em direção ao pai e Alexandre. Ele se virou imediatamente para ela e sorriu enquanto seu olhar se voltava para a garrafa que ela segurava. Ela se perguntou se ele estava se lembrando do momento sensual que eles compartilharam nas termas na noite anterior e corou enquanto ela lhe oferecia uma taça - Alexandre

- Vossa Alteza - Alexandre pegou a taça com as duas mãos

Giovanna sorriu suavemente para ele, e tentou transmitir com os olhos o que ela realmente queria dizer a ele. Ela queria gritar para o mundo que eles se casaram na noite anterior, apenas os dois sob o luar, compartilhando uma garrafa de vinho e seus corpos. Ela o amava tanto. Se virou para o pai e ofereceu a outra taça - Pai, pela sua honrosa vitória

- Estava com tantas saudades - O rei pegou a taça da filha

- Eu também - Giovanna murmurou

- Vossa Alteza, que gesto gentil você está fazendo - Suas palavras foram interrompidas por Murilo

- Só o Alexandre merece refil? Agora estou com ciúmes! - Humberto riu

Giovanna sorriu e se levantou para pegar uma taça para oferecer um pouco de vinho ao irmão. Ela percebeu que a taça estava lascada quando sentiu uma picada nos dedos. Ela colocou o copo na mesa e deu uma olhada em sua mão - Aí - Havia um pequeno corte em seu dedo e ela viu uma gota de sangue se formando ali. Humberto e Murilo deram um passo a frente, mas ela os ignorou e se virou para Alexandre. De todas as pessoas presentes, o único que ela queria que cuidasse dela era ele. Ela levantou o dedo na direção dele e piscou, sua voz um pouco trêmula - Alexandre..

Ele levantou-se calmamente e alcançou-a - Deixa eu ver, princesinha desajeitada - Pegou a mão dela para inspecioná-la. Ela percebeu que eles estavam atraindo os olhares curiosos de todos os presentes, incluindo seu pai e os guardas, mas ela não se importou. Alexandre pegou um lenço e limpou delicadamente o corte declarando - Nem sangra mais. Viu?É só um arranhão, nem ao menos um corte adequado - e olhou para ela com uma expressão que a fez explodir em gargalhadas. Ele enrolou o lenço firmemente no dedo dela

- Aí - Giovanna olhou para ele por baixo dos cílios - Já terminou?

- Você quer que eu beije para melhorar? - Alexandre olhou em volta e sussurrou

- Talvez. Só para ter certeza de que o dedo cicatrizará rápido - Giovanna mordeu o lábio inferior

Ele riu e pegou a mão dela, a frequência cardíaca de Giovanna aumentou rapidamente, seus olhos pousaram inevitavelmente nos lábios dele - Você tem certeza de que não precisamos chamar um curandeiro, Vossa Alteza? - Uma voz os interrompeu

A Bela e o BrutoOnde histórias criam vida. Descubra agora