Prólogo

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Perséfone

Meu cabelo voava ao vento assim como os galhos das árvores durante o inverno rigoroso. Eu resolvi chamar aquele lugar frio assim. Achava que somente eu poderia nomeá-lo já que a escuridão e o frio eram de minha culpa.

Fazia meses desde que eu havia entrado naquela confusão. Não estava me sentindo confortável. Me sentia presa a um pesadelo. As flores mal cresciam aonde eu estava como normalmente.

Oque fazer provavelmente era um mistério. Eu apenas gostaria de ir para casa e ficar ao lado dos meus amigos. Apesar da ideia me dar enjoo.

Meu peito desceu ao se deparar com a mesma incrusilhada de antes. O mesmo lugar frio de sempre. Me abaixei somente o suficiente para passar por baixo da entrada da caverna coberta de gelo.

Gelo...

Que tipo de monstro criaria algo tão impiedoso e cruel? Que tipo de monstro estaria a espreita?

Bom. Já que eu não conseguia pensar em mais nada descansei minha cabeça na parede de pedra fria. Era um pouco menos gelada do que o próprio gelo. Meu corpo se rebelou.

Eu queria o sol. Eu queria a luz. Queria sorrisos mas oque me restava era ficar ali aos prantos.

Mas o que eu mais queria...

Me ver no reflexo do gelo me dava agonia agora.

Meus olhos. Antes verdes como um campo aberto se encontravam vazios. Meus cabelos. Que um dia reduziram como o mais puro raio de sol se apagaram e estavam sebosos.

As palavras de minha mãe ainda estavam frescas mesmo que tivesse passado meses.

"Você vai se destruir"

Meu rosto ficou pálido quando senti mãos invisíveis rossarem nos meus pés. Sombras. Tantas sombras...

Me encolhi mais para espantar o frio e aquele mal que me cercava me veio.

Me deitei no chão duro e apenas tentei descansar a mente imaginando que aquelas sombras eram as dele. Mas aquele desejo era inútil. Meus olhos se fecharam e uma prese estava presa aos meus lábios ao dormir. Minha vontade e saudade.

Um homem entrou na caverna assim que pisquei novamente. O jovem tinha roupas impecáveis. Negras como oque me cercava. Eram as dele! Em seus movimentos não vi nada mais do que morte calculada. Um elmo cobria seu rosto. Tão Negro quanto suas roupas. E como eu sentira a sua falta.

Dava para ver que ele deveria ser bonito apenas olhando seu corpo. Eu sabia que era! Era um corpo esguio. Quase poderia enchergar a beleza imortal dele que eu me encantava tanto. Mas tudo era pouco a mostra diferente de mim que mas parecia uma escrava no fim da vida jogada a própria sorte. Sua voz me veio e senti um movimento na terra quando ele me dirigiu a palavra. Aquela voz...

Meu divertimento ao encará-lo sumiu ao ele direcionar uma espada em minha direção.

- Você anda fugindo não é princesinha?

A voz dele era fria e insensível. Era muito diferente do que muitos outros. Que me lançavam falas sugestivas e maliciosas pelo meu belo corpo. E era diferente das palavras que normalmente ele se dirigia a mim. Ele nunca foi tão frio.

Meu rosto enrubeceu e eu fiquei na defensiva.

- Você? ...

-  Eu sou a pessoa que vai te tirar desse pesadelo... Perséfone...

E eu sabia que era verdade. Ele sempre falava a verdade.

Meu rosto corou ao ele se aproximar de mim. Eu só via o brilho de seus olhos com o elmo. Apesar de imaginar claramente a beleza fria como resto do seu corpo.

- Eu preciso de uma defensora. Te designaram para isso. Você aceita de bom grado?

Eu já havia feito essa escolha a um tempo. E eu não havia tido escolha. Não pela parte dele. Ele sempre me dava uma escolha.

- Você voltou para me buscar? ‐ as palavras quase eram engolidas pelo frio. Mas a pergunta foi dirigida a ele mesmo assim. A pergunta que eu mais queria saber a resposta.

O jovem pareceu perdido.

- Gostaria que eu a deixasse aqui?

Seu olhar pareceu perdido até quando eu falei:

- Aceito... - falei para ele tendo consciência que eu sempre o escolheria. Ele era o que me restara e tudo que eu precisava.

Hades.

E eu acordei.

A Flor Da Morte ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora