Epílogo

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Fazia algum tempo que a primavera voltava para o planeta em todo o seu vigor e beleza. Os pássaros voltaram a cantar com mais alegria que o comum. Afinal a deusa das flores estava de volta ao mundo exterior depois de seis meses no Reino abaixo do mundo.

A própria andava entre as flores com um pequena bebê no colo. A menina que era sua flor. Sua flor da morte.

Macária. Deusa da boa morte foi a sensação depois do seu nascimento entre os dois irmãos mais velhos que juraram que iriam protegê-la a qualquer custo. Os mesmos que preferiam ficar no mundo inferior com o pai quase todas as vezes que se passava seis meses depois do começo do inverno.

Depois da descida repentina dos reis do mundo inferior muitas coisas mudavam.

Melinoe e Zagreu finalmente estavam confortáveis com os pais adotivos
e eram o pesadelo de Hades quando se tratava de aprontar junto com os gêmeos Tânatos e Hipnos. Ambos reveram os espíritos dos pais e os abraçaram forte e juraram que os pais adotivos estavam cuidando muito bem deles. Naquele momento Zagreu pegou a mão de Percéfone e aproximou o ouvido da barriga da mãe para ouvir a irmãzinha e perguntou como se faziam os bebês. E a cena que se seguiu foi seguida por um Tânatos rindo até perder o ar. E uma Melinoe já sem paciência e um Hades tagarelando tentando despistar a pergunta do pequeno que ainda continuava repetindo a pergunta.

Os dois filhos mais velhos se encarregaram de cuidar do jardim da mãe com um sorriso no rosto quanto a pequena irmãzinha tão esperada nasceu. A mesma menina que no presente dormia nos braços da mãe enquanto a deusa observava a paisagem pensando em sua casa.

Ao olhar atentamente o andamento do sol no céu sorriu já imaginando Hades na sacada de ambos contando cada segundo pelo momento certo.

E por fim a deusa lançou um beijo no ar e o soprou. Exatamente no ponto aonde o sol encontrava seu lugar no meio dia.

E já no mundo inferior as crianças mais velhas estavam ávidas ao lado do pai perguntando se já era o momento. E quando chegou o segundo exato Hades levantou a mão como se fosse pegar algo e em seguida trouxe para o próprio peito.

— A mamãe mandou um beijo para nós também? — Zagreu fez um biquinho que fez o pai sorrir antes de levantar a mão novamente e a estender aos filhos que ficaram animados e fingiram pegar o beijo da mãe da mão do pai espalhando suas mãozinhas aonde normalmente a mãe beijava-os.

— Vamos mandar um beijo para ela e Macária?— Hades pegou o menino no colo e juntou a mão à de Melinoe que acentiram jogando um beijo no ar esperando que a rainha do submundo sentice em seus cabelos loiros que eram normalmente lindos ao sol.

E apesar de toda a distância que normalmente os afastava. Nada poderia separar aquela família. Eles se amavam e finalmente Hades pode ter a família que sempre quis. Que apesar dos percalsos permanecia unida pela alma.

— O que acha Macária? Acha que papai e seus irmãos receberam nosso beijo? — a rainha perguntou para a bebê pálida nos seus braços. Ela era igual ao pai. Mas com olhos verdes curiosos que agora estavam fixos na mãe.

A bebê balbuciou coisas incoerentes tentando dar suas primeiras palavrinhas e Percéfone sorriu aceitando a filha no colo para que ficasse confortável.

A felicidade parecia algo impossível a um tempo. Mas todos na família sabiam que não era completamente. Mesmo voltando a cada seis meses para casa somente a rainha se sentia feliz finalmente.

E enquanto o mundo fosse mundo não havia tempo que os impedia de amar. Afinal. O tempo era amigo deles. E quando o sol se pôs ao fim da tarde a rainha e o rei do submundo souberam que nunca mais seriam infelizes.

O amor deles poderia destruir o universo.

A Flor Da Morte ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora