Uma dama na noite

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Hades

— Senhor, o mortal está no tártaro. Como requesitado.

Meu sorriso foi enorme e viperino. As palavras eram como música quando as Fúrias vieram me avisar de mais uma leva de mortes que eu tinha que julgar. Aquele mortal iria pagar pelo que havia feito. Como ia...

Eu tinha descido ao mundo interior logo depois daquele incidente infeliz naquele palácio. Tânatos riu como louco quando viu o motivo de um mortal específico morrer em um relatório:

"Morto pelo Deus dos mortos"

Eu tinha que segurar a gargalhada. Uma vida por outra era oque eu pensava. Felizmente os outros deuses tiveram piedade do pobre menino que foi assassinado pelo pai e me deixaram revive-lo. Minha fachada de Deus sério se manteria enquanto eu estivesse existindo. Mas quando vi o homem tentar comer uma maça como se fosse uma piranha pulando para fora da água eu quase desmaiei de tanto rir.

— Se me permite senhor. Devo informar que o menino está te esperando.

— Mais um de meus afazeres apenas... Podem ir preciso que vocês vão para os campos agora. Tenho alguns na lista de baixas que são novos lá. Vejam no pergaminho que enviei para ser levado aos portões cada tortura...

As três mulheres me olharam com uma carranca cruel. Eu me detive em mencionar que alguns novos defuntos deviam aparecer na minha lista. Mas felizmente eu tinha alguém que poderia me ajudar com os demais afazeres.

Meu castelo da escuridão se estendia por uma quantidade imensurável de terreno. Era enorme e várias almas circulavam aonde quer que eu fosse. Estava passando entre os corredores de pedra negra. Algumas almas corriam para a cozinha nesse horário. Estava próximo da hora do almoço. Todas as portas das salas estavam fechadas o que deixava o corredor limpo. Se não fosse pelas cortinas cinzentas que ondulavam nas sacadas abertas.

Meus servos estavam se curvando quando eu passava e eu tentava achar um certo menino no meio da multidão do salão.

A sala do trono era sustentada por diversas colunas. Sempre escuras. Mas algumas pedras preciosas eram o diferencial do resto do palácio. A sala do trono deveria mostrar poder. E é isso que ela simbolizava.

Um trono de obsidiana com detalhes de esqueleto e uma coroa de espinhos em seu topo era o centro do salão. Coberto de pedras preciosas. Não que eu fosse vaidoso. Mas as pedras eram naturais do mundo embaixo da terra. Se encontravam mais pedras preciosas no mundo inferior do que nuvens no céu. Os degraus que levavam para o altar do trono tinham detalhes de ouro.

Eu não precisei procurar muito entre as colunas de mármore negro....

Quando sentei ao meu trono percebi que algumas almas resmungavam de pavor. Não por mim mas pela criança que tentava correr e golpear tudo que poderia com uma foice a cinco segundos e que agora voava descontrolado com a arma na mão todo soado e displicente. Não precisei procurar muito. As entradas triunfais dele sempre foram horríveis. Pelo menos na maioria das vezes.

Talvez fosse por isso que as pessoas faziam tanto alarte quando morriam. O menino assustava qualquer um em uma distância de cinco quilômetros de distância facilmente. As pessoas pelo geito resolviam querer viver no tártaro a ter que voar com uma morte de asas desgovernadas.

Certamente o proficionalismo não veio de casa. Ou ele havia ignorado. Afinal eu conhecia a mãe dele o suficiente para ter certeza da rigidez do ensino. Meu rosto se concentrou no menino que chegou atropelando todos e fiz uma careta rígida. Ele quase atingira metade do salão com a foice. Além de quase ter batido as asas no teto do salão.

A Flor Da Morte ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora