Como vi comentários de pessoas adorando o personagem do Tânatos resolvi fazer um extra sobre ele já na época do meu primeiro livro Amor Divino que ocorre depois dos acontecimentos dessa história. Isso também é um pouco para vcs conhecerem o futuro desse lindo bebê que no meu livro publicado já é adulto.
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Tânatos
Fazia um tempo que eu permanecia ali. Parado diante do bosque florido que era o lugar natural de Percéfone no mundo inferior. Mas principalmente. O lugar aonde ela estaria...
Macária.
Eu sei. Demorou um tempo para eu poder me acostumar com a ideia que estava apaixonado pela filha do meu mentor. A filha mais jovem. Que era anos mais nova que eu.
Mas nunca seria diferente.
Macária era a flor mais linda do mundo para mim. A única mulher que me entendia como eu era. Agora, adolescente, poderia competir com vários seres e ganharia o prêmio de mais bela com facilidade.
Eu a observava de longe fazia um tempo. Sentado em cima da coluna de marmore negro do jardim. Olhando para ela cultivando as plantas da mãe com todo cuidado do mundo.
Os olhos verdes dela estavam concentrados enquanto um cabelo negro era solto pelos ombros como um véu. Nunca cansaria de admirar a beleza dela. Nunca me cansaria de admirar sua personalidade e astúcia. Sua bondade e generosidade.
Os olhos incríveis foram na minha direção e ela sorriu. Eramos amigos? Namorados? Prometidos? Nem eu sabia. Mas Hades depois de um tempo e uma conversa nada confortável comigo me permitiu cortejar a princesa mais jovem. E bom, eu a amava.
— Tân, vai ficar somente me secando? — ela sorriu daquele jeito que só ela sabia e andou até a base da coluna que eu usava de apoio.
Desci batendo levemente as asas. Ela soltava um suspiro toda vez que a via. Era automático. Algumas vezes até me questionei se ela tinha fetiche em asas. E depois de perguntar em voz alta ela me bateu e não falou nada no assunto. Mas via em seu rosto que ela achava minhas asas bonitas. E isso concerteza não era motivo para eu abri-las todas as vezes que nos víamos.
— Quer ajuda?
— Não tem nenhuma alma para trazer até o mundo inferior? Você costuma ser ocupado — ela tocava o cabelo com nervosismo e eu sorri.
— Nunca sou ocupado para você — falei com toda certeza do mundo. Nada me separava dela.
— Eu sei. Mas papai avisou que não quer nós dois nos agarando na área do palácio...— ela corou lindamente — Sabe o que aconteceu da última vez...
Sim, eu me lembrava. Eu tinha beijado ela na frente de um dos jardins do palácio e uma das almas travessas fofocou para meu sogro. O que fez o reino todo ficar rindo da minha cara por pegar a filha do patrão e ele me deu um daqueles sermões sobre namoro no ambiente de trabalho.
Pior seria se ela fosse na minha casa. Minha mãe seria terrível, já imaginava ela dando risadinhas enquanto meu irmão quase dormia babando nos móveis roncando em alto e bom som.
Eu amava minha família. Mas tinha coisas que eu não gostaria de compartilhar...
— Eu sei — sorri mesmo com um pouco de receio — Mas um beijinho nunca matou ninguém né?— sorri provocador enquanto ela olhava para os lados verificando se tinha alguém a espreita.
Ela me puxou pela toga e me deu um selinho demorado que eu faria de tudo para que durasse para sempre.
Mas óbvio que nunca seria o suficiente.
Puchei ela para mim com mais desespero roubando seus lábios outra vez e apertando a cintura fina. E quando a soltei nós dois estávamos ofegantes e com os lábios inchados.
— Papai vai me matar! — Macária lamentou.
— Acredite, eu estou mais encrencado que você — falei rindo da situação.
E ela começou a rir também. Até que ouvimos um estalo de língua e eu e a deusa da boa morte nos distanciamos com o susto repentino.
— Parece que tem mais uma vez uma infestação aqui — Melinoe, a irmã mais velha de Macária sorriu sombria — Irmãzinha, papai está chamando você na sala do tribunal.
Macária olhou de mim para a irmã que fiz o favor de ignorar baijando a pálpebra do olho direito da minha amada com carinho. Me despedindo.
E antes que eu pudesse sair voando o soco veio forte no meu rosto.
Melinoe não era muito aberta a ver a irmã mais nova nos meus braços. Ela nunca gostou muito de mim. Era algo como um tipo de preocupação intensiva pelos irmãos mais novos.
Depois que percebi que Zagreu gargalhava atrás da irmã mais velha.
Ela simplesmente deu meia volta e saiu andando atrás de Macária como se não tivesse me dado um soco na maçã do rosto.
Zagreu me encarou por dois segundos antes de dizer.
— No fundo ela te ama! — ele lançou um dedão positivo para mim.
Era óbvio que eu era apaixonado por Macária. Mas casar-se com ela seria um teste de sobrevivência se dependesse daqueles dois.

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A Flor Da Morte ( Em Revisão)
RomanceHistória de Hades e Perséfone de um novo ângulo nunca visto!