Percéfone
Quando eu o vi me admirando meus olhos se encheram de lágrimas. Eu gostaria de estar sozinha com ele. Então me imaginei ali. Sozinha com o deus dos mortos. Sozinha com o rei do submundo. Sozinha com meu amado rei.
Andei a passos lentos até ele. Eu não usava exatamente uma roupa. Meu corpo era coberto por flores e heras que cobriam meu corpo como um manto. Elas se enroscavam em mim e cobriam meus ombros e meus cabelos. Elas cobriam as partes importantes que eram escondidas dos outros.
Fui até ele como realmente eu era. Uma filha da natureza. Uma natureza selvagem que mostrava realmente quem sou.
Andei calmamente até ele e segurei sua mão na minha. Nossos dedos entrelaçados. Minha pele levemente bronzeada contra a pálida dele.
As deusas do destino vieram ao nosso encontro. As parcas. Eram três velhas baixinhas e enrugadas que vi somente algumas vezes durante minha curta vida. Elas se posicionaram ao nosso lado e sorriram com aqueles dentes afiados e amarelos. Não me abalei e apenas foquei em Hades. Nos olhos dele nos meus. Na cicatriz que repousava no seu rosto que não atrapalhava na beleza dele.
— Todos aqui sabem por que nos reunirmos. O rei do submundo e a deusa das flores e agora a deusa do que chamamos de primavera se unirão em matrimônio.
Ouvia o que a velha falava mas não conseguia prestar atenção. Hades farinha um carinho singelo no meu pulso.
Eu olhei para ele e meu amor sussurou algo como você está linda, e meu rosto ficou vermelho, se ele soubesse o quanto eu queria idolatrar aquele maxilar...
— Átropos, querida — Hades lançou a uma das deusas um sorriso gentil — Acho que podemos já ir para nossos votos, estamos muito ansiosos — ele comentou e a deusa corou com deslumbre e eu evitei bufar.
— Claro...pode começar — a voz que era velha e nova ao mesmo tempo deu a deixa.
Então Hades olhou nos meus olhos e se ajoelhou na minha frente. E todos arquejaram.
— Minha rainha, fico lisonjeado de estar ao seu lado nesse momento. De termos finalmente um ao outro. Apesar da cerimônia corrida não poderia estar mais feliz. Você é estonteante, resiliente e tão justa quanto o próprio tempo que passa ao nosso redor — ele olhou em volta com um sorriso, por fim olhou para mim novamente — Quero amá-la tanto quanto meu pai amava minha mãe. E quero fazer de você minha igual. Por isso digo para todos nesse salão e em todos no universo que possam ouvir. Eu amo você e prometo usar minha imortalidade para te lembrar todos os dias o quanto você é tudo para mim.
Meu sorriso poderia iluminar o mundo inteiro.
Minhas lágrimas desciam livres no meu rosto. Queria apenas me ajoelhar também e demonstrar o quanto eu amava ele. Aquele deus lindo de cabelos tão rebeldes, de olhos tão negros quanto o Caus antes do mundo ser mundo. Ele se levantou e acariciou minhas mãos me incentivando a falar o que eu guardava no meu peito. Me abrir na frente de todos. Mas ninguém mais importava, só nós dois.
— Hades, meu rei do submundo, meu professor babaca — sorri e ele sorriu também — Você foi o motivo de eu me descobrir. De eu ter a oportunidade de realmente saber quem eu sou. E isso... nunca vou poder demonstrar o suficiente quanto sou grata. E eu te amo. Amo quando conversamos. Amo quando você me apoia mesmo quando eu não faço o mesmo. Amo seus dotes românticos e suas risadas roucas no meu ouvido — eu mais senti do que vi o sorriso malicioso dele — Quero me tornar sua. Só sua. Assim como diz querer ser apenas meu. Sua rainha. Sua igual. Saiba que nunca meu amor foi menor do que infinito. E eu serei sua base. Pode confiar em mim. Pode confiar que eu estarei ao seu lado. Você nunca mais se sentirá só.
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A Flor Da Morte ( Em Revisão)
Lãng mạnHistória de Hades e Perséfone de um novo ângulo nunca visto!