A senhora da morte

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Percéfone

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Percéfone

Meu nome. Uma canção que nunca pude escutar verdadeiramente.

A foice em minha mão cantava.

Minha senhora.

Meu sorriso viperino foi a única coisa que minha mãe e Hades poderiam ver.

A única coisa que precisavam ver.

Os olhos de Hades me encaravam. Ele que estava ajoelhado como um servo a servir sua rainha. Submisso aos desejos de sua soberana.

Até aquele momento minhas lágrimas se recusavam a descer. Talvez nunca descessem.

Nunca mais seria Core. Sou a senhora da morte. A rainha do submundo. A única deusa capaz de se sobressair aos olhos de todos os deuses. Inclusive os deuses olimpianos.

- Hora de voltar eu presumo - declarei limpando uma poeira imaginária da túnica - Depois do inverno virá a primavera. Época de boa nova para os mortais. Quanto mais esperam mais morrem de frio - deixei claro em minhas palavras o desgosto que minha mãe me fazia sentir.

Andei calmamente até Hades que estava ao pé do trono ainda de joelhos.

Peguei seu queixo com um dos dedos. Tirando ele do torpor que era minha imagem para ele.

- Cuide de tudo quando eu estiver fora querido - sorri para ele. Seus olhos brilharam com algo que parecia urgência. O rosto lindo grudado em mim.

As palavras saíram como de forma inconsciente dos seus lábios.

- Esposa...

Sorri doce para o deus mais poderoso do universo e apenas acariciei seu rosto como se ele fosse um animal carente por sua dona.

Nunca poderia perdoá-lo pelo que fez. Mesmo meu peito transbordando de tanto amor por ele.

- Nos veremos daqui a seis meses querido.

O sorriso antes tão genuíno em seu rosto, morreu aos poucos.

- Bom... Cuide do meu jardim, amor.

Deixei ele de boca escancarada e desci os degraus até minha mãe.

- Acho bom não ter de discutir mais, mamãe - meu olhar passou por todo o salão.

Olhei para a porta aonde duas crianças estavam espiando. Hades aos poucos se levantava e ia ao lado de ambos com cuidado redobrado com receio do medo dos pequenos.

- Percéfone? - Zagreu olhou de mim para Deméter e em seguida observou o olhar cauteloso de Hades.

Melinoe segurou as mãos do irmão enquanto eu andava até eles.

- Meus amores, ficaram aqui com o pai de vocês até eu voltar - falei e ambos me encaravam como se minhas palavras não fizessem sentido - Não substituíremos seus pais biológicos. Mas queremos o melhor e torço que possam um dia me chamar de mãe - olhei para Melinoe - Terá que começar a treinar meu amor. O mundo dos deuses é traiçoeiro. Quando eu voltar darei um grande abraço nos dois. E cuide do seu irmão. Sei que irá fazer isso.

A Flor Da Morte ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora