Nove Dias

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Sábado.

Takemichi acordou dolorido, rolando para os braços do namorado que o apertou com um resmungo.

- Naho.

- Uh?

- Levanta, precisamos voltar - Sussurrou ouvindo o maior resmungar novamente - Anda, Naho, não podemos passar outra noite nessa floresta.

Ainda sonolento, o alaranjado levantou, os dois começando a organizar suas coisas.

A noite havia sido interessante, porém nunca mais iria concordar com Nahoya de fazer algo assim, tinha certeza que quase ficou com as bolas azuis!!

Terminaram de organizar tudo e começaram a descer, os risos reiniciando ao perceber que eles estavam perto da vila o tempo todo e poderiam ter dormido no quarto que alugaram.

- Vamos lá, precisamos comer e nos preparar, afinal temos um dia inteiro para aproveitar ainda!

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Takemichi fechou os olhos em deleite, saboreando seu bolo, era extremamente divino!

- Oh, deuses! Eu preciso dessa receita! - O Hanagaki declarou, os olhos brilhando fazendo Nahoya rir.

- Está melhor que meus doces? - O Kawata questionou com um sorriso presunçoso.

- Com toda certeza! Até porque nós dois sabemos que eu sou o melhor cozinheiro dessa relação.

- Que calúnia! Eu sou dono e chefe de um restaurante, claro que cozinho melhor!

- Nos seus sonhos! - Takemichi deu língua gargalhando da cara de indignação do namorado.

- Eu devia fazer você pagar com a língua, senhor Hanagaki!

- Eu comecei a gostar disso - Takemichi sorriu malicioso - De que formas me faria pagar, senhor Kawata?

Nahoya riu.

- Das piores possíveis, se não tivéssemos um compromisso eu te faria arrepender amargamente.

- Não faça promessas vazias, Naho, afinal, temos a noite toda... - Takemichi levantou-se indo pagar a conta.

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- Então... - O moreno encarou o maior - Qual o nosso destino?

- Você disse que nunca foi em um aquário antes, o que eu considero um absurdo já que em Tóquio temos um.

- Então você me trouxe para outra cidade para irmos em um aquário? - Takemichi riu.

- Mais do que isso - Nahoya sorriu com orgulho - Esse aquário é especializado em espécies que estão em extinção.

- Oh! - O Hanagaki assentiu em reconhecimento - Bem, o que estamos esperando?!

Deixando-se levar, Nahoya apenas sorriu animado em ver o brilho infantil do mais novo, Takemichi era seu mundo, era o homem mais sortudo do mundo em o ter ao seu lado e jamais se cansaria de o mimar dessa forma.

- Eu quero ver os peixes brasileiros primeiro! Eles são tão lindos e coloridos, Naho! - Takemichi encarou o mais velho antes de parar, as bochechas vermelhas - O-o que foi?

- Nada, por que?

- Você está me olhando com esse sorriso estúpido no rosto...

- Eu estou sempre sorrindo, Mithy.

- Você entendeu - Takemichi fez bico que logo foi beijado pelo mais velho.

- Você não estava animado para fazer esses peixes?

- É mesmo! Vamos lá! - Takemichi voltou a sorrir, arrastando o namorado consigo.

O aquário era um prédio cheio de corredores, além da entrada e da lanchonete, todas as paredes eram de vidro e com muitos peixes coloridos, a maioria Nahoya nunca tinha visto na vida.

Os dois solicitaram um mapa do lugar e começaram a andar, dispensando o guia, não é como se precisassem de um, afinal Takemichi era um nerd sobre tudo aquilo que adorava e ele adorava peixes, quase rivalizava com a própria paixão de Izana, irmão mais velho de Mikey e outro fanático por peixes.

Assim, eles foram passando por cada tanque, Takemichi narrava sobre cada espécie que conhecia e os motivos para entrar em extinção, a maioria era 'ação humana', não que Nahoya estivesse surpreso com isso, de forma direta ou não era sempre culpa dos seres humanos.

Estavam tão entretidos que quase perderam o horário do almoço, fazendo uma pausa na lanchonete do lugar, o único problema era que ficava bem ao lado da loja de suvenir e Takemichi quis comprar praticamente tudo que havia ali antes de darem sequência.

Saíram de lá pouco antes da hora do lanche e voltaram para organizar suas malas, para tristeza do Hanagaki que havia adorado a cidade.

- Cara, foi uma viagem de 24 horas e ainda sim precisamos comprar uma mala extra pra volta - O Kawata riu enquanto ajudava a fechar a mala de presentes do namorado.

- Eu não poderia viajar e não levar presentinhos pros meus amigos - Takemichi bufou.

- O problema é que você tem muitos amigos - Nahoya puxou o namorado para si, o beijando - Vamos, vamos fazer o check-in.

Os dois desceram com as malas, Takemichi suspirando dramaticamente ao encerrarem a conta.

- Deveríamos voltar aqui depois, quando estivermos os dois de férias - Declarou.

- Como se nossas férias batessem - Nahoya zombou - A última vez que tivemos férias ao mesmo tempo nós ainda estávamos tentando conseguir nota suficiente para não reprovar no quarto bimestre.

- Bem, talvez seja hora de organizarmos nossas vidas para isso, não quero casar com um cara com que nunca poderei viajar.

- Estou sendo dispensado?!

- Talvez - Takemichi riu - Agora leve nossas malas enquanto eu vejo se compro mais alguma coisinha.

- Nada disso! Você vai acabar com todas as nossas economias e o natal é em uma semana!

O Kawata arrastou o moreno direto para o carro fazendo-o gargalhar bem humorado.

- Eu imagino que loucura maior do que uma viagem no meio da semana você vai aprontar para amanhã, Naho.

- Você nem imagina - Nahoya sorriu beijando o namorado.

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Viajar era bom, mas nada melhor do que chegar em casa e tomar um banho quente em seu próprio chuveiro, ainda mais quando tinha companhia...

Takemichi suspirou enquanto fechava os olhos, provavelmente não deveria estar molhando o cabelo já que era tarde e tinha acabado de sair de uma gripe, mas a água estava tão quentinha e relaxante...

- No que pensa, amor? - Nahoya beijou seu ombro com um sorriso.

- Em como tenho o melhor namorado do mundo - Takemichi se virou beijando o maior - Eu amei esse presente, a viagem, o acampamento, o aquário, foi tudo incrível, Naho, eu te amo tanto.

- Eu te amo mais. Fico feliz que gostou, eu estava planejando essa viagem há meses - O Kawata confessou antes de desligar o chuveiro buscando pelas toalhas - Feliz natal, Mithy.

O Hanagaki revirou os olhos, havia desistido de brigar.

- Ainda faltam nove dias - Resmungou enquanto se enrolava na toalha saindo do banheiro.

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