Levi
- Me perdoa, migo! Eu juro que não fiz por mal! Só tava tentando tirar essa tua vergonha besta. Mas eu sei que fiz besteira. Me desculpa? Por favorzinho? Em, em? - Vitória implora com uma carinha de cachorro pidão e uma vozinha manhosa.
- Tu pisou na bola feio. Namoral! - Eu falo ainda com raiva.
- Eu sei. Não tiro sua razão. Também tô puta comigo! Mas pra minha defesa eu não pretendia te deixar lá pra sempre de verdade. Eu já ia te devolver suas coisas quando fiquei sabendo que minha mãe passou mal. Tive que ir correndo pra casa. - Ela diz e eu fico pensativo.
- Tá bom, tá bom! Eu te perdoou. Mas você tem que me prometer que nunca mais vai me metar numa coisa dessas. E vai ficar vindo todo dia me ajudar aqui na padaria por um mês! - Afirmo e vejo ela fazer uma careta.
- Mas, Levizinho.. - Ela fala tristonha e com manha.
- Levizinho, nada! Nós tínhamos um acordo. Eu faria quilo e tu ia fazer o que eu quisesse por um mês. - Eu a lembro do nosso trato idiota.
- Tá! Eu ajudo. Mas não sei se vou poder vim todo dia e ficar no seu horário todo. Vou logo avisando! - Vivi fala dando batidinhas no meu ombro.
- Hum! Eu vou deixar passar só porque você sempre foi uma boa amiga. Mas ainda tô com raiva! - Eu falo e a vejo fazer um bico nos lábios.
- Te amo! - Ela diz me abraçando desajeitada.
- Sei! Piranha safada! - Eu falo aceitando o abraço.
Eu e Vivi temos uma conexão especial. Mesmo com tanto tempo sem nenhum contato, sinto como se não tivesse passado um dia sequer sem vê-la, e é por isso que sei que ela não tinha más intenções com aquela ideia maluca. Estava apenas, do jeito torto dela, tentando me fazer relaxar e não me importar com a opinião alheia. Mas obviamente o tiro saiu pela culatra.
- E ah! Minha mãe tá completando ano hoje. Mais tarde vai ter um bolinho lá em casa. Eu já disse a ela que você vai. Ela tá louca pra te conhecer! - Vitória diz se empolgando um pouco.
- Como é que tu diz que eu vou pra um lugar, sem nem saber se eu quero ir, sua doida? - Eu pergunto descrente.
- Deixa de coisa, migo! É só um bolinho. E minha mãe é doida pra te conhecer faz mó tempão! Desde quando a gente ficou amigo quando tu vinha pra cá. - Vitória fala rindo. - Tu vai e dorme lá em casa com a gente!
- Tá bom, chata! Eu vou. Mas eu não vou dormir lá. Não gosto de dormir na casa dos outros. Eu não consigo dormir na verdade. - Eu digo e a vejo revirar os olhos.
- Amanhã é sábado, viado! Amanhã você dorme até morrer se quiser! - Ela fala e eu que reviro os olhos dessa vez.
- Não interessa! Eu não vou dormir lá! - Digo ajeitando alguns pães na vitrine.
- Tá bom, porre! E se quiser pode chamar o Lucas! Quero dar bolo pra ele também! - Vitória fala com um sorriso insinuoso nós lábios.
- Que porra é essa? Tá a fim do meu priminho, é? - Eu pergunto com os olhos arregalados e subindo e descendo as sobrancelhas.
- O quê? Ele é um gatinho e tá solteiro, que eu saiba! Vai me dizer que tem ciúmes!? - Ela pergunta e eu faço careta.
- Eu? Com ciúme do Lucas? Até parece. Pode usar e abusar, minha filha! Só não me pede pra ser seu cupido! - Eu digo a vendo resmungar baixinho.
- Viado, chato! Só porque eu ia pedir pra tu me dar uma forcinha! Mas deixa pra lá! Eu me viro sozinha. - Ela fala com desdém na voz.
- Eu sei que sim. - Eu falo e nós dois rimos.
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Entre Fios e Vielas (Romance Gay)
Romantizm→HIATUS← Com muita marra e brutalidade, Victor, o "dono da porra toda", consegue conquistar e domar o atrevido e mimado, Levi, o "playboyzinho filhinho de papai". Essa história conta a trajetória de um jovem gay que é expulso de casa ao se assumir...