² Victor

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Levi

- Adeus, mãe! até algum dia! - Me despeço já um pouco mais calmo, depois de mais uma crise de choro.

- Até logo, querido! Vai ficar tudo bem, eu prometo! Seu pai vai mudar de ideia, você vai ver. Logo, logo estaremos juntos novamente. - Ela afirma limpando as lágrimas do meu rosto. - Eu te amo! Nunca se esqueça disso. Seu pai também, só precisa colocar as ideias no lugar. - Abre um sorrisinho carinhoso.

- Tá bom, mamãe. Eu vou sobreviver... eu acho, e também te amo muito, mas agora tenho ir, já tô atrasado pro embarque. - A beijo no rosto e dou um último abraço.

- Vai meu filho, e se cuida! E sempre manda notícias! - Ouço seus gritos já um pouco distantes.

(...)

- Senhores passageiros, venho lhes informar que em breve estaremos pousando no aeroporto Santos Dumont. Coloquem os sintos e ergam os acentos! Por favor também desconectem os cabos USB das entradas. Em breve o modo avião também poderá ser desativado... - Ouço a aeromoça informar e logo depois sinto um frio na barriga ao que o avião começa a aterrissagem.

Quando o avião desce um pouco mais, e as nuvens deixam de atrapalhar a visão, começo a ter a deslumbrante vista da cidade. E posso perceber que não é atoa que é chamada de cidade maravilhosa. Apesar de todos os problemas que toda cidade grande tem, o Rio continua sendo lindo. Tanto na parte urbana quanto nas belezas naturais. Uma junção do que o urbanismo e a natureza tem de melhor, óbvio que com suas exceções, mas no geral, a vista me agrada, e muito.

(...)

Saio do aeroporto e já peço um carro por aplicativo com o endereço que minha mãe me passou.
Já vim aqui na casa da tia Lili algumas vezes, mas isso já fazem alguns bons anos, então não saberia me virar sozinho pela cidade, não sem um GPS pelo menos.
Tudo o que sei é que ela mora na favela da Rocinha e que lá tem que ser autorizada a entrada, por isso minha mãe já falou com ela e acredito que quando chegar ela já deva estar me esperando.

Quando chegamos no pé do morro, o motorista parou o carro e falou que só poderia ir até alí, e como eu já sabia da tal regra, não estranhei, apenas agradeci, paguei e desci do carro.

Ando um pouco, a procura da minha tia, quando de repente sou interrompido por um homem, um homem não, O Homem, com agá maiúsculo mesmo, que só notei depois que entrou em meu caminho.
Não pude deixar de notar também algumas de suas características físicas: ele tem um rosto bem marcante, daqueles que você olha, admira e percebe que Deus tem sim seus favoritos. Seus olhos pretos refletiam a sua visão e seus cabelos, também pretos, tinha um corte militar bem baixinho; mais abaixo o que chama atenção é uma boquinha carnuda e um nariz que ornava com o entorno e ao descer meus olhos um pouco mais, quase babo ao ver seu pele bronzeada, com seus músculos do tórax completamente desnudos, brilhando e refletindo a luz do sol, assim como suas tatuagens que só deixava tudo ainda mais sexy.
Seus acessórios também são de muito bom gosto: uma corentinha de prata rodeia seu pescoço, e brinquinhos, também prateados, destacam suas orelhas, apenas ajudando a completar o combo da perfeição; ele usa também uma calça jeans preta meio surrada, e uma sandália havaiana branca.

A palavra que melhor resume é: perfeito. Eu tive que me concentrar bastante pra não dar muita bandeira.

"Foco, Levi, foco! Deixa de ser assanhado! Mas.. mas olha esse homem! Ai senhor, me ajuda!". Sou tirado dos meus pensamentos quando ele começa a falar:

- Tá perdido, franguinho? - Pergunta com uma cara de puro deboche.

Não respondo, cruzo os braços e reviro os olhos ao ouvir o apelidinho, também solto o ar pela boca revelando minha irritação. Mas por dentro tudo que eu sinto é a mais pura frustração.

Entre Fios e Vielas (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora