¹ Confissão

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Levi

Meses Antes...

Desperto com o sol em meu rosto, que vem ao meu encontro através de uma brecha na cortina. São 9h da manhã de um sábado ensolarado.

Termino de despertar e caminho até o banheiro, fazendo o que preciso pra logo depois descer e tomar café.

"Acho que hoje será um dia e tanto.".

(...)

- Bom dia querido! Dormiu bem? - Pergunta minha mãe, terminando de pôr a mesa.

- Bom dia, mamãe! Dormi bem sim. Cadê o papai? - Questiono ao sentir falta dele.

- Deve estar chegando. Saiu pra resolver umas coisas no escritório, mas disse que voltava logo. - Ela senta na mesa e eu faço o mesmo.

Ao fechar a boca vejo meu pai entrar pela porta de madeira. Está com uma cara não muito boa, o que imagino ser devido ao tal problema no escritório.

- Bom dia, papai! Como foi no escritório? - O abraço e sinto quando deposita um beijo no topo da minha cabeça.

- Bom dia, meu amor! bom dia, querida! - Faz o mesmo com minha mãe, que abre um sorriso e devolve o beijo. - Nada bem filho. - Se volta para mim novamente. - Erraram um cálculo e quase causaram uma tragédia. Por sorte o Gustavo deu mais uma conferida antes de entregar a planta ao cliente e me reportou o erro, caso contrário estaria em maus lençóis agora.

- Meu Deus, querido! Isso poderia ter causado um acidente grave. - Diz minha mãe colocando mais um prato à mesa. - Vamos, sente-se para tomarmos café. Você não comeu nada antes de sair. Deve estar com fome... -

- Pois é, poderia ter causado um problemão. Agora vou ter que investigar quem foi o responsável e pensar em uma punição adequada. - Ele faz uma pequena pausa para tirar o blazer azul marinho, o pondo sobre o encosto de uma das cadeiras e finalmente sentando. - Mas enfim, vamos comer e deixar os problemas pra depois!

(...)

Deixe-me me apresentar... Me chamo Levi, tenho 21 anos, sou só mais um garoto comum aqui de Porto Alegre, apenas mais um típico menino branco de olhos verdes e cabelo castanho claro, quase loiro.
Moro com meus pais em um bom apartamento no centro da cidade. Somos uma família com recursos. Eu sou o que chamam de playboyzinho filhinho de papai.

Estou no quinto semestre de fisioterapia, curso que escolhi por muita insistência da minha mãe que também é fisioterapeuta, mas que felizmente eu me identifiquei, já meu pai tem um escritório de arquitetura bastante renomado aqui na cidade. Somos uma família unida, apesar de tudo. Sim, temos os mesmos problemas que todas as famílias costumam ter, porém acredito que sabemos como contorna-los bem, o que nos permite ter uma boa convivência. Tenho meus pais como minhas pessoas favoritas, meus pilares e inspirações de vida, e, apesar de ser um pouco mais próximo do meu pai, e tê-lo como melhor amigo, ainda assim mantenho uma ótima relação com minha mãe.
Ah e, sim, sou gay. Me descobri com uns 12 anos, de uma forma bem aleatória e hilaria, eu diria, foi logo depois de cair acidentalmente em um site com vários homens pelados.

(...)

Já anoiteceu e, como de costume, estamos nos arrumando para irmos jantar em um dos restaurantes da cidade.

É nosso momento em família e eu estava nervoso. Tinha decidido finalmente contar aos meus pais o segredo que me sufoca a anos. O fato que me assombra desde que me descobri: a minha homossexualidade.

Porém por precaução, decidi contar apenas quando voltássemos, para evitar possíveis constrangimentos.

Visto algumas peças de roupa que me deixam confortável e elegante ao mesmo tempo: uma camisa azul escuro que vai clareando de baixo pra cima até se tornar quase um branco; uma calça polo salmão, não muito justa, e um tênis branco.

Entre Fios e Vielas (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora