Não se esqueçam dos votos e comentários.
Eu odiava me olhar no espelho quando eu me sentia feia. A minha insegurança por não estar bonita todos os dias duplicava quando aquele objeto, que reflete a minha imagem, mostra as olheiras fundas, os olhos cansados e a pele pálida, como se eu não gostasse de sentir o calor do sol para me deixar bronzeada.
E agora, tendo que me ver usando o uniforme do trabalho – que por sinal está todo amassado –, a maquiagem borrada, deixando minhas pálpebras manchadas de preto por causa do rímel, e meu cabelo despenteado, como se eu estivesse abrigando uma família de pássaros, é a situação perfeita para chegar a conclusão que eu não estou feia, estou horrível.
Obrigada, espelho, você fez minha manhã muito melhor.
Suspiro, desviando o olhar do espelho para ver o céu através da janela. Está frio em Liverpool, o que não é uma novidade. Já estou acostumada com o tempo gélido e com nuvens cinzentas – mesmo que eu tenha vindo de um país quente – que sempre fazem companhia para nós durante quase o ano inteiro.
Ao mesmo tempo que às vezes eu reclamo do frio, comentando que tenho que sair de casa com meias, grossas, cachecol, touca e luvas – coisa que na maioria das vezes eu odeio –, eu também amo aquele clima, pois ler um bom livro de romance e tomando chocolate quente, é, sem dúvidas, algo que me deixa ansiosa pelas temperaturas baixas.
Meu celular toca em cima da escrivaninha, ao lado do meu caderno de desenho, me tirando do devaneio e afastando os pensamentos negativos da minha mente. Seguro o aparelho e sorrio ao ler a mensagem da Olívia, minha melhor amiga.
Liv: Bom dia, coisa chata da minha vida que amo tanto
Liv: Preciso da sua ajuda. Poderia passar aqui em casa? Não sei o quê vestir
Sorrio, mesmo sabendo que eu não sou a melhor pessoa para sugerir looks. Olivia tem as melhores ideias para roupas, e com certeza ela se veste melhor que eu, mas ainda assim eu a ajudo e aproveito para passar um tempo com ela.
Lay: Tudo bem. Só preciso levar Lucca para escola e depois passo aí. Beijos
Assim que saio da conversa e desligo o celular, alguém bate na porta e adentra meu quarto. Me viro, encontrando meu irmão, Lucca, já vestido para a escola. Quando me vê, franze o cenho e me analisa de cima a baixo, como se eu fosse um extraterrestre.
— Credo, o que aconteceu com você? — indaga, um misto de assombro e vontade de rir.
— Cheguei bêbada em casa às duas da manhã após ter passado a noite com o meu namorado, no qual você e o papai não conhece. — Dou de ombros, abrindo o meu guarda-roupa.
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Tempestade e Furacão | +16
RomanceDecidida a se tornar uma artista e mostrar para as pessoas o grande potencial que tem com pincéis e tintas nas mãos, Layla se vê tentada a mostrar sua arte para que as pessoas se interessem pelos magníficos quadros de tantos significados para ela. L...