Decidida a se tornar uma artista e mostrar para as pessoas o grande potencial que tem com pincéis e tintas nas mãos, Layla se vê tentada a mostrar sua arte para que as pessoas se interessem pelos magníficos quadros de tantos significados para ela.
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Meu pé não para de bater contra o piso branco do aeroporto. Eu não sei ao certo se estou ansiosa para ver Nate descer a escada rolante e vir abraçar Olivia e depois a mim, ou se eu apenas quero ir logo embora, fingir que estou passando mal. Mas soube que não adiantaria fingir porque no instante seguinte após ter pensado em diversas mentiras para ir embora, Olivia começa a pular no lugar, emocionada ao ver Nate surgir no topo da escada rolante, segurando uma mala preta de rodinhas.
Avisto os cachos morenos dele cair em sua testa, mostrando que seu cabelo cresceu desde a última vez que nos vimos, há dois meses atrás. Sua pele, não tão morena igual a da Olivia, chama a atenção entre as pessoas, igual ao seu sorriso que surge quando ele nos vê.
Liv é a primeira a sair correndo em direção a ele, se jogando em seus braços. Eu continuo parada ali, tomando coragem para me mexer e ir até lá, forçar um sorriso e abraçá-lo, mesmo sabendo que será constrangedor, já que é raro nós dois nos tocar. Observo de longe a forma como Nate sorri para Olivia e ri de alguma coisa que ela fala. Aquele estranho vazio dentro do peito se faz presente, igual a aquela sensação de quando somos crianças na escola, querendo fazer amizades, mas no fim descobrindo que ninguém quer ser seu amigo.
Respiro fundo e me sento em uma das cadeiras, olhando ao redor. Observo um casal de idosos abraçarem um homem que aparenta ter trinta anos, segurando uma mala verde militar. A senhora sorri com lágrimas nos olhos e o senhor controla a tristeza evidente nos ombros caídos e nos olhos. Do outro lado do aeroporto, diversas mulheres se abraçam, algumas chorando, outras rindo ao comemorar.
O aeroporto, para mim, é o lugar mais triste do mundo. Ali sempre tem despedidas, reencontros, lágrimas, risadas e muito amor percorrendo o espaço grande. É um misto de emoções. O lugar mais rico de sentimentos.
Torno a batucar os pés no chão, ansiosa, começando a sentir o coração disparar dentro do peito. Meu desejo é ir embora, de verdade, mas parece que não tenho forças para me levantar e sair disparada do aeroporto. O que me resta é levantar da cadeira, não para ir embora, mas para cumprimentar Nate que vem em minha direção acompanhado de Olivia, que gesticulava com as mãos enquanto fala algo para ele.
— E aí, Layla. — Ele sorri, me puxando para um abraço que me pega de surpresa.
Meus braços estão soltos e eu estou imóvel, sem conseguir acreditar que Nate Parker está me abraçando e sorrindo de uma forma espontânea. Minha respiração aos poucos vai se acalmando e quando me dou conta, estou abraçando Nate da mesma forma que ele está fazendo comigo. Ele é apenas alguns centímetros mais alto que eu, o que me dá a oportunidade de encostar a cabeça em sua clavícula e sentir seu queixo apoiado em meu ombro.
— Caramba, senti tanta falta de vocês duas — diz ao se afastar para passar o braço ao redor dos ombros da Liv e puxá-la para um abraço também.
