Tempestade e Furacão | +16

Capítulo 06

Não se esqueçam dos votos e comentários.

     Quatro horas atrás

     — Pai, isso é constrangedor — murmuro, cobrindo meu rosto com minhas mãos.

     — Ah, para, não é constrangedor — ele se defendeu, balançando os quadris ao ouvir SZA tocar nos alto-falantes do mercado.

     — Per dio. — Rio, pegando salgadinhos da prateleira.

     Meu pai ri e acena para uma senhora que nos observa como se fôssemos de outro mundo. Sua expressão confusa dá lugar a um sorriso e seus olhos brilharam. Reviro os olhos, abaixando a mão do meu pai.

     — Cuidado, ela pode te atacar — aviso para Pietro, lançando um olhar sério para a senhora, que desvia o olhar, constrangida.

     — Impossível ela fazer isso, você iria atacá-la primeiro.

     — Não aceito madrasta acima dos setenta anos — esclareço, arrancando uma gargalhada do meu pai.

     — Você não vai ter uma madrasta, la farfalla.

     Meu pai suspira, sorrindo pequeno para mim. Vejo o receio dançar em seus olhos, deixando seus ombros retesados e um sulco surgir entre suas sobrancelhas escuras. Abaixo meus olhos para minhas mãos, que agora seguram uma barra de chocolate com avelã, e entrego para meu pai. Sei o quanto ele ama chocolate, principalmente desse tipo. Ele sorri, voltando a me olhar como antes.

     — Meu presente para você por ser um pai lindo — falo, fazendo Pietro rir outra vez.

     — Que gentil da sua parte, mas acho que eu mereço um presente caro.

     — Deus, por que vocês, homens, são tão cheios de si, hein? — Balanço a cabeça, pegando de volta a barra de chocolate.

     Meu celular toca dentro da bolsa, me distraindo, fazendo com que Pietro pegasse de volta a barra da minha mão.

     — Vou aceitar mesmo assim — sussurra, colocando no carrinho.

     Reviro os olhos e me afasto minimamente para poder atender a ligação.

     — Alô?

     — Oi, você é a Layla?

     Franzo o cenho, afastando o celular para poder ver o número. Por sorte, é daqui de Liverpool.

     — Sim, sou eu. Quem é?

     — Me chamo Celiny. Eu vi um quadro que você fez em uma padaria. Você é muito talentosa.

     Sorrio.

     — Eu estou fazendo algumas mudanças na minha casa e gostaria de mudar as cores das paredes, além de querer alguns desenhos. Você está disponível para esse serviço?