Capítulo 07

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Não se esqueçam dos votos e comentários.

     Observo Layla enquanto eu preparo o prato da mesa nove. Não quero que as pessoas da cozinha pensem que estou obcecado pela garota a ponto de não conseguir desviar meu olhar dela, mas é impossível não notar sua presença dentro da cozinha, mesmo que seja grande para ocupar dez cozinheiros, três garçons – incluindo a Layla – e mais o Beckham, nosso chefe.

     Sinto um cutucão em meu ombro e me viro, encontrando Caleb, um garoto de vinte e dois anos, com cabelos platinados. Ou em outras palavras, meu amigo.

     — Está afim da garçonete? — pergunta, mexendo o conteúdo da panela.

     — Não, claro que não.

     — Então por que não para de encará-la?

     Suspiro e volto a observar Layla, que agora coloca os pratos prontos na bandeja e sai pelas portas duplas.

     — Não sei — sussurro, balançando a cabeça, decidido a parar de observá-la antes de levar um esporro do meu chefe.

     Caleb não comenta e nem me pergunta mais nada, mesmo que às vezes ele olhe para mim ao mesmo tempo que olha para a Layla, principalmente quando ela passa próximo de nós, deixando no ar seu perfume doce.

     Depois do nosso café da manhã, não senti que ela seja totalmente sem graça, mas ainda continuo com a mesma opinião em relação ao seu carro, e sei que aquilo deixa a Layla chocada e no fundo irritada. Seus olhos castanhos esverdeados mostram o que ela sente, mesmo que ela não diga em voz alta.

     Pego minha mochila no armário e saio do restaurante, recebendo o ar gélido da noite, arrepiando meus braços. Busco minha chave do carro dentro da mochila, mas paro quando alguém me chama. Não uma pessoa qualquer, mas Layla.

     — Preciso… conversar com você — diz ao se aproximar de mim, respirando com dificuldade. — Caramba, você anda muito rápido.

     Rio, deixando de lado minha busca pelas chaves.

     — O que foi?

     — Vai parecer estranho, eu sei, então não me julgue, mas eu não tive culpa, ok? Só estou fazendo isso por causa do idiota do meu irmão…

     — Seu irmão por acaso me quer morto antes da meia-noite? — a interrompo quando a vi balançar demais as mãos, sem dizer o que quer.

     — Não, essa função é minha, não dele.

     Ergo uma sobrancelha.

     — Não estou interessado. Boa noite.

     Não quero ser morto, então me afasto dela, caminhando em direção ao meu carro. Vejo que o Jeep da Layla não está no estacionamento, mas não dou atenção, não quando ouço seus passos me seguindo e me fazendo parar quando a vejo ficar de frente para mim. Suas mãos tocam meu peitoral, me impedindo de continuar meu trajeto.

Tempestade e Furacão | +16Onde histórias criam vida. Descubra agora