12- Saindo do armário

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Yo. Nada a dizer, só boa leitura.

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Marcy saiu do hospital e pegou o ônibus para voltar para casa.  Ela sabia que sua mãe estaria em casa esperando ela voltar para uma bronca.  Mas ela também estava meio aliviada porque seu pai estava fora para trabalhar, sua mãe pegava "mais leve" com ela, então não seria tão ruim assim

Assim que chegou na frente da porta, ela a abriu lentamente e viu sua mãe encostada no balcão da sala de jantar com uma caneca de café na mão.

Ela não parecia nem um pouco zangada.  Apenas... preocupada.

Marcy fechou lentamente a porta atrás dela, confusa sobre por que sua mãe não estava gritando nem xingando com ela.  A mulher colocou sua xícara de café sobre o balcão, olhando com preocupação genuína para a filha.

-Filha, você tá estranha, e eu quero saber oque tá acontecendo.-

"Merda."

-U-U-Uh, eu realmente não sei do que você está falando, mãe! Estou absolutamente bem! Se eu não estivesse bem, com certeza te contaria!- Marcy tentou forçar um sorriso, mas a imagem de suas amigas no hospital a atrapalharam.

Sua mãe então lançou-lhe um olhar severo. 

-Não minta para mim garota. Eu posso não te conhecer tão bem quanto suas amigas... Mas eu sei quando minha filha está mentindo e quando alguma coisa está acontecendo. Estou aqui há muito mais tempo que você, eu não nasci ontem, Regina.-

"Nome do meio? Me fodi."

Marcy ficou em silêncio por um momento enquanto olhava para os próprios pés antes de desistir e se sentar no balcão ao lado de sua mãe, pegando a garrafa de café e virando de uma vez.

-Você me pegou. Acho que não tem sentido em fingir... não mais.- Só agora a mulher de cabelos negros meio grisalhos percebeu as olheiras terríveis e os olhos vermelhos de tanto chorar

-Mhm, sim, eu não sou idiota. Não tem como você se sentir mal sem motivo, certo, filha? E deve ter afetado sua saúde mental porque suas notas estão caindo, e quando algo ruim acontece, significa que você está passando por algo. Isso aconteceu quando você e suas amigas voltaram do mundinho de sapos alguns anos atrás, filha, é um padrão.-

-Ok, vou te contar o que está acontecendo ultimamente, mas você promete que não vai ficar estranha comigo?- A Wu perguntou.

-Marcy, você é minha filha, posso não ter sido a melhor mãe nos últimos anos, mas eu nunca ficaria "estranha" com você. Eu te amo demais pra isso.- Ela garantiu.

-Anne e Sasha estão no hospital.- A taiwanesa cuspiu essas palavras como se estivesse prestes a desabar

- Vão fazer semanas que elas foram colocadas no hospital e as duas não tem nenhum sinal de melhora... e eu acho que nunca serei capaz de me perdoar por isso. Eu não sei quando eles vão acordar ou se vão acordar...-

-E eu menti para você sobre todos aqueles meses em amphibia. Eu não fui curada porque o rei se arrependeu de me empalar, mãe, ele me "curou" para que meu corpo servisse de hospedeiro pra um "deus" milenar. Eles me prenderam na minha própria mente e eu quase me perdi no escuro...-

- Você deve estar brincando comigo, Marcy, não há como você se machucar em um mundo cheio de sapos falantes, essas coisas são completamente inofensiv-

Ela foi interrompida quando a taiwanesa levantou repentinamente a camisa.

Sua mãe olhou para baixo e encontrou uma grande cicatriz no meio do peito da Wu. Foi naquele momento que a mulher de cabelos quase grisalhos sentiu o coração parar.

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