Capítulo 8 # Bruno

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Ele saiu pela porta dos fundos e começou a olhar por cima da cerca que era quase do seu tamanho.

- Eu consigo pular bem fácil. Quer ir primeiro? - Ele está se segurando para não rir, está tentando encorajá-la então não podia simplesmente cair na gargalhada.

- Eu nem sei quem mora ai! E se for um velho rabugento? E se ele tiver uma arma! Bruno, Bruno, Bruno...
- Sabe, eu adoro ouvir você dizer meu nome?
- Se invadir o vizinho eu não falarei mais o seu nome. Acho que vou te chamar de Felix.
- Você esta me desafiando? - Seu olhar brilhou em excitação imediatamente, mas lembrou que estava se divertindo com o desespero de Liv.
E quanto mais nervosa ela fica, mais fala seu nome. Assim como quando está excitada.
- Você está me enrolando. Vem logo, ele não está em casa, confia em mim! Eu não mentiria pra você.

Como ela negaria àquela cara?

- Eu te mato, vou ficar aqui pouco tempo, mas não quero que o vizinho me odeie.

- Não existe essa possibilidade.

Bruno fez apoio com as mãos para que Olivia subisse e se apoiasse no topo da cerca. Ela conseguiu jogar o corpo para o outro lado, mas quando caiu escorregou e bateu de bunda no chão. Ela ainda estava se levantando com cara de dor quando Bruno chegou do outro lado.

- Machucou?

- Sim, mas acho que isso torna tudo ainda mais divertido pra você, agora podemos voltar?

- Não! Se for pela frente os vizinhos vão nos ver e o dono da casa saberia que peguei suas roupas.

- Então devolva e vamos embora. - Ela disse entre dentes ainda sentindo um pouco a dor do pulso, mas nada que a preocupasse mais que invasão de domicílio.

- Não vou sair daqui pelado, o que seus vizinhos diriam?

- Bruno, eu acho que eu quero te matar! - Liv olhou de Bruno para a cerca e de volta para Bruno. - Me ajude a subir. 

- Não.

E ele não disse mais nada, só andou em direção a porta que levaria a cozinha da casa já que todas as casas daquela rua tinham plantas parecidas. Ela tentou entrar silenciosamente atrás de Bruno sussurrando pelo amor de Deus que ele voltasse.

Olivia estava com o coração na mão, nunca se sentiu tão acordada como naquele momento, começou a reparar em tudo a sua volta, a mobília escura, não tão nova, mas bem conservada, cortinas claras, poucos enfeites, nenhum quadro nas paredes, a cozinha é bem parecida com a sua, mas parece pouco usada. Já na sala, reparou que tudo também era bem arrumado, como se a pessoa usasse bem pouco a casa. Sua curiosidade aumentou e esqueceu que estava invadindo a casa de um desconhecido. Viu alguns livros na estante da sala e se aproximou. Encontrou alguns porta-retratos com fotos de uma família. O marido e a esposa abraçados ao lado de um casal de irmãos. Olivia sorriu porque o menino que devia ter uns cinco anos estava implicando com a garota menor no momento da foto. O segundo porta retrato que Olivia viu tinha um casal, a mulher estava grávida com o rosto todo pintado de batom, o homem ao seu lado ria enquanto arrumava seu cabelo bagunçado e para o espanto de Olivia, Bruno estava ao lado do casal com o sorriso que Olivia já estava começando a se viciar.
Enquanto isso, Bruno estava na entrada da sala só esperando ela juntar uma coisa com a outra. Assistiu Liv ver os dois primeiros porta retratos e então se distraiu ao sentir o seu bolso tremer. Seu celular. Pegou-o e viu que era um e-mail do Jota.

Boa tarde, Bruno.
Mandei em anexo a foto da Ollie e o endereço atual além de mais algumas informações.
Qualquer coisa, estou à disposição.
J

Bruno ia abrir o anexo para ver a foto de Jota quando ouviu Liv gritar.
- BRU-NO! Você mora aqui!
Ele guardou o celular no bolso e se preparou para a reação de Liv.
- Claro que não. - Tentou em vão mentir para a mulher que vinha em sua direção com um misto de raiva e diversão - Eu só estou invadindo a casa do seu vizinho.
Liv começou a bater no braço de Bruno enquanto reclamava.
- Eu não acredito que você me fez pular a cerca enquanto eu podia ter entrado pela porta da frente sem machucar meu pulso.
Ele ria e ela continuava a bater até que finalmente cansou, cruzou os braços na frente do peito e resmungou:
- Você é um idiota.
Bruno não leva a sério, pelo contrário, vê-la daquele jeito lhe deu um pouco de tesão. Não tinha como evitar, ficava excitado só de olhar para a mulher, se sentia um adolescente insaciável. Chegava a ser frustrante o fato de querê-la tanto depois de poucas horas com ela.
Bruno fez com que Liv olhasse para ele segurando seu queixo, mas ela virou o rosto. Ele insistiu ainda se divertindo e ela ainda de braços cruzados se esquivava do olhar divertido de Bruno. Esse joguinho o excitava porque sabia que ela já estava pensando no mesmo que ele. Ela queria o mesmo que ele.

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