Capítulo 18 #Bruno

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- Está pronto, vamos para a mesa! - Anunciou a sorridente dona Agnes. Ela estava se contendo, mas Bruno sabia que estava louca para saber a versão de Liv de onde os dois se conheciam, se eles eram mesmo apenas amigos entre outras perguntas que ela já havia feito para ele desde quando lhe contou a ideia deste jantar.
Bruno não sabia se ficava irritado ou sorrindo feito um idiota por seus pais gostarem tão facilmente de Liv. Talvez não fosse só ele, talvez ela realmente exercesse algum poder nas pessoas que as atraia para si. Era a única explicação para Bruno estar tão vidrado nela.

Paralelo a isso, ele tem perdido o sono depois da tentativa de assalto na casa de Liv que, por sorte, naquele dia havia decidido ficar até mais tarde de vigilância.

As vezes subia no seu telhado e se aproveitava de um espaço plano próximo a uma caixa d'agua. Qualquer pessoa que passasse na rua não o veria, mas ele tinha uma boa visão da entrada da casa da sua vizinha e da grande janela da cozinha. Olivia tinha ido dormir há um tempo quando um homem branco, alto e magro começou a se aproximar da casa e a olhar para ver se tinha algum movimento em seu interior.. Ele deu duas voltas na casa para se certificar. Claro que nesse tempo Bruno já havia descido e estava preparado. Quando o homem se aproximou do lado da sua casa ele saiu detrás dos arbustos que haviam entre os jardins frontais e imobilizou o homem no chão colocando sua pistola na cabeça do vagabundo e pedindo para que ele não fizesse nenhum barulho.

A rua estava completamente deserta. Como sempre.

- O que você tanto procura aqui?

- Nada não, chefe, só queria...

- Alguém te mandou aqui?

- Não. Não.

- Se você aparecer por aqui de novo, saiba que não vou ser tão compreensivo.

O homem concordou balançando a cabeça de forma enérgica ao sentir o aperto de Bruno em seu braço torcido e a arma colada em sua cabeça.

Antes de soltá-lo, Bruno revistou o homem e tirou duas facas do bolso traseiro da calça dele, tirou-o do chão e o empurrou para longe dali enquanto guardava a arma novamente.

Pelo menos, o imbecil não voltou. Nem olhou para trás ao correr.

Ao sentar na mesa, Bruno ficou um pouco distante, estava envolvido em seus pensamentos e como tinha uma família muito falante, Liv provavelmente nem perceberia seu súbito silêncio.

Olhou para Julia e constatou que ela, sim, tinha percebido alguma coisa, mas boa atriz que só ela, continuou a tagarelar juntamente com os pais de Bruno sobre suas vidas e ávidos por saber mais sobre a moça.

...

Ao final do jantar Olivia já tinha deixado escapar várias gargalhadas, o que fazia Bruno se remexer na cadeira. Todas as vezes.

Olivia fez questão de ajudar dona Agnes a lavar a louça e até aprendeu uns truques de cozinha que guardou na memória de bom grado. Também ensinou outros segredinhos e fez com que dona Agnes gostasse ainda mais dela.

- Que bom que você e Bruno se conheceram.

- Eu fico ainda mais grata. Poderia ter sido um acidente enorme... Só de pensar fico arrepiada. Mas com o Bruno eu me sinto segura, sabe. Ele é... - Paralisou por apenas um segundo percebendo o quanto se abriu - um ótimo amigo.

- Amigos também servem para isso. - Ela disse docemente.

- Sim. Acho que sim.

- E você acha que estaria sentindo alguma coisa a mais pelo meu filho?

Direta. Simples assim. Mas de forma doce.

- Não... Dona Agnes.. Eu e Bruno, nos conhecemos tão pouco, somos bons amigos.

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