Hoje de manhã recebi uma ligação da subgerente informando que um dos funcionários havia passado mal. Ela queria que eu o substituísse, mas eu pensei em algo melhor...
— Já se arrumou? — perguntei com pressa.
— Já. Mas espera um pouco.
— Temos que ir rápido, logo a lanchonete abre.
— Sim, já vou... pronto. Vamos.
Hoje, eu iria substituir um dos funcionários que não pôde comparecer, mas decidi que ela trabalharia no meu lugar. Era como se fosse um castigo por ela atrapalhar minha rotina de sono. Então, em vez de eu trabalhar, eu apenas a supervisionaria.
— Uau, com essa roupa de empregada, você até parece uma garota. — comentei, tentando provocá-la.
Finalmente, consegui irritá-la ao máximo, e ela expressou sua raiva me xingando.
— Olha a língua. Não vá falar assim com os clientes.
— Você está adorando isso, não é?
Com "sangue nos olhos", ela me perguntou, quase querendo apertar meu pescoço.
Eu, ironicamente, continuei provocando:
— O quê?
— Diz logo o que tenho que fazer!
— Certo, certo, sem estresse. Bem...
Após explicar a ela alguns conceitos básicos, ela decidiu se aventurar em sua primeira tentativa. Apesar de estar relutante no início, ela parecia disposta a tentar. Embora eu tenha mencionado que foi sua tia que pediu.
Em sua primeira vez, ela se saiu bem no atendimento, exceto pelo fato de quase ter derrubado os lanches no cliente. Eu pedi desculpas e expliquei que era sua primeira vez. Após isso, ela não estava ansiosa para tentar novamente, mas como foi um pedido da tia, ela decidiu se arriscar, repetidas vezes. Seu atendimento era bom, mas seu nível de desastre era "mais de 8 mil". Por fim, chegou a hora do descanso.
Suspirando aliviada, ela disse:
— Finalmente um descanso. Como você aguenta?
— Normalmente, não é tão movimentado assim. Você apenas teve azar.
— Ah.
— E então, o que achou?
— Mmm, sinto que essa pergunta esconde algo a mais.
— Como pode desconfiar de mim assim? Só estou curioso para saber o que você achou de sua nova experiência. Só isso.
— Hm, não confio muito, mas tá bom. Sinceramente, não escolheria isso como um trabalho fixo.
— Ninguém aqui escolheu.
— Mas e você?
— Eu? Bem, digamos apenas que não tenho muitas opções de trabalho, como já mencionei. Estou apenas ajudando sua tia.
Um dos funcionários, ouvindo nossa conversa, gritou:
— O quê?! Ela é a sobrinha da gerente?
O fato era que naquele primeiro dia quando ela, ninguém soube quem era ela. Nem eu e nem ela fizemos questão de falar. Então, naquele momento, os que estavam livres, se amontoaram em volta dela e logo começaram a fazer perguntas. A curiosidade deles era devido o fato das duas serem muito diferentes, especialmente em aparência. A gerente tinha cabelos ruivos longos, um busto generoso e um corpo bem definido. Normalmente, seu olhar era sério, apesar de suas constantes brincadeiras, o oposto de Ji-su, que tem um olhar mais tranquilo (a menos que esteja insatisfeita com algo ou irritada com o que digo), cabelos negros longos e um corpo mediano.
— O que quis dizer com corpo mediano?
— Nada...
Mas logo todos voltam para suas rotinas e tudo se acalma, até que ela me encara com uma expressão que parecia dizer: "Por que você disse isso em voz alta?" Então seu horário de descanso acaba, e ela retorna ao serviço, desta vez, demonstrando um pouco mais de habilidade do que antes. Logo, pensei comigo mesmo:
"É incrível como ela melhorou em apenas um dia. Ela se sairia bem nesse trabalho."
E assim chegamos ao anoitecer de mais um dia. Como ela era apenas uma substituta, foi liberada mais cedo, e claro, o dinheiro foi pago a ela na hora.
Ao chegarmos em casa, tudo o que ela fez foi tomar um banho e dormir. Mais tarde, ela ligou para a tia e descobriu que eu tinha mentido. A Gerente no mesmo instante ligou par mim para me dar os parabéns pelo meu ato enquanto gargalhava o mais alto possível, me obrigando a segurar o celular longe do ouvido. Durante esse momento, ouvi os passos de Ji-su vindo detrás de mim enquanto ela chamava meu nome. Eu sabia o que era, então deliguei a chamada, coloquei o celular na mesa e me virei em sua direção. Ela então veio até mim com um olhar questionador esperando uma resposta.
Desviando o olhar, perguntei descaradamente como se não soubesse de nada:
— Quê?
— Não venha com o "quê"! Por que você simplesmente não me pediu?
Ela pareia realmente chateada, então respondi com sinceridade:
— Você não teria aceitado.
— Como pode ter tanta certeza?
— Eu só queria te mostrar novas experiências, já que você se esforça tanto por mim. Eu queria...
— Essa desculpa não cola.
— Tá.
— Agora já passou. Apenas não faça de novo, okay?
— Certo. Sinto muito, percebo que irritei a bela dama e me senti mal por isso. Não farei de novo.
Com um sorriso querendo rir, ela me chamou de idiota e apenas se sentou à mesa junto comigo e foi jantar. Ela parecia ter se acalmado e assim a noite se encerrou pacificamente.
Mas nunca confie em uma mulher após irritá-la...
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A Jornada em Busca da Triste Felicidade
RomanceYori, um homem que passou a vida inteira imerso em um oceano de ódio e apatia, está preso em uma rotina monótona e desprovida de propósito. Cada dia se assemelha ao anterior, levando-o a questionar se algo mudará, embora saiba que é ele mesmo quem d...