A visita ao museu parecia mais ter o objetivo de satisfazer Ji-su, enquanto minhas próprias motivações fossem diferentes. Na verdade, pouco importava qual fosse a escolha dela; tudo o que eu realmente desejava era entender meus sentimentos por ela.
Então, decidi seguir com a ideia da visita ao museu, mesmo que não fosse minha primeira opção. Ji-su estava ansiosa para participar do tour conduzido por um historiador local, como se tivesse sido ela quem realmente desejou vir aqui, e eu a acompanhei a contragosto. Talvez nem tão a contragosto, afinal, aprendi com ela que toda nova experiência tem algo a oferecer.
Enquanto perambulávamos pelo museu, minha mente se enchia de pensamentos sobre minha situação. Subitamente, Ji-su quebrou o silêncio:
— Realmente, visitar um museu sem um guia pode parecer um pouco sem sentido.
Eu contestei, questionando a necessidade de um guia quando as exposições já continham informações detalhadas em placas.
— Mas ouvir alguém falar sobre elas é muito mais envolvente. Às vezes, o guia compartilha detalhes que não estão nas placas. — Ji-su explicou.
Com um toque de sarcasmo, eu repliquei, duvidando da validade das palavras de um guia que não viveu os eventos históricos:
— Falar sobre algo que ele nem estava lá para vivenciar... até eu poderia fazer isso.
Ela não perdeu tempo em responder com uma pitada de humor:
— Ninguém disse que você não poderia, idiota.
À medida que explorávamos o museu, parecia que estávamos mais imersos em lições de história do que desfrutando de um simples passeio. O acervo do museu estava repleto de artefatos e histórias de guerra, o que poderia ser interessante para aqueles que desejavam aprender mais sobre seu país e antepassados. No entanto, para mim, essa não era a experiência mais cativante.
Em algum momento, o tour passou pelo subsolo do museu e lá havia várias salas com os mais diversos itens, desde pequenos fósseis até vestes de Xoguns. Ji-su então fez um comentário:
— Para as roupas desses caras estarem aqui, eles devem ter sido bem importantes, né?
Por outra lado, a corrigi:
— Roupas? Armaduras, idiota.
— Ah, me deixa.
— Acho que se fossem mesmo importantes, saberíamos quem eles são.
Com ênfase, retrucou:
— "Saberíamos" não, você deveria saber. É a história do seu país, não do meu.
Parei pensativo sobre o que responder e apenas concordei um pouco evasivo.
— É... talvez.
Ela então me chamou de idiota e eu a indaguei se era sua forma de vingança por antes, ela então negou e questionou:
— O que pensa que eu sou?
Respondi brincando:
— Uma adulta com mentalidade de criança.
— Hmpft! Olha quem fala.
— Ah, então você não discorda?
— Todos temos um pouco de infantilidade dentro de nós. O ser humano é feito dessas coisas.
— Virou filósofa?
Por um momento, ela pareceu desconcertada com meu comentário, respondendo um pouco sem jeito:
— Na-não. Não foi a intenção. Pera, eu pareci com um?
O brilho em seus olhos ao perguntar era encantador, a inocência que ela emanava me fazia sentir nojo de mim mesmo por aproveitar aqueles momentos sem o consentimento dela, por agir daquela forma com ela.
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A Jornada em Busca da Triste Felicidade
RomanceYori, um homem que passou a vida inteira imerso em um oceano de ódio e apatia, está preso em uma rotina monótona e desprovida de propósito. Cada dia se assemelha ao anterior, levando-o a questionar se algo mudará, embora saiba que é ele mesmo quem d...