Estávamos trancados no museu, sem qualquer saída à vista. A situação era ao mesmo tempo icônica e constrangedora, mas o pior de tudo era a proximidade em que nos encontrávamos. Embora estivéssemos juntos para nos mantermos aquecidos, o calor físico era incapaz de dissipar o frio em minha consciência. Saber que estava errando, escondendo algo vital da pessoa ao meu lado, tornava qualquer conforto ilusório. A culpa crescia implacavelmente, transformando-me em um vazio ambulante e alimentando o desgosto que eu sentia por mim mesmo.
Eu não tinha coragem de admitir a verdade, ou talvez, minha natureza egoísta fosse uma barreira intransponível. Pensamentos estranhos começavam a se infiltrar em minha mente, como "E se tudo isso foi orquestrado pelo destino?" ou "Talvez Deus tenha apagado suas memórias por algum motivo". Enquanto esses pensamentos absurdos surgiam, eu soltava risos nervosos, enquanto Ji-su me encarava com perplexidade, incapaz de compreender a tormenta interna que eu estava enfrentando, e apenas me chamava de louco.
Eu não queria mais ter que pensar naquelas coisas, queria apenas esquecer também como ela fez, mas era impossível. Tudo que podia fazer era dormir. Porém...
— Ei... eeei!!
Após finalmente conseguir dormir, Ji-su me acordou com um chamado insistente.
Um pouco irritado, respondi:
— O que foi?!
Sem perceber que havia me acordado, ela continuou normalmente:
— Por que escolhemos ver justo aquela seção que não tinha ninguém?
— Exatamente porque não tinha ninguém.
— Ah, verdade.
— A ideia foi sua de qualquer forma.
— Tem razão.
Eu estava um pouco irritado por ela ter me acordado por algo tão banal. Ou talvez ela apenas quisesse conversar para o tempo passar, então decidi brincar:
— E por que optou por isso? Gosta de ficar a sós comigo?
Ela respondeu rapidamente, em um tom defensivo:
— Claro que não é por causa disso!
Em seguida, um pouco relutante completou:
— Eu... eu... esqueça!
Eu não me importaria se ela não quisesse falar, mas como ela havia me acordado, insisti:
— Não, você vai ter que falar.
Eu não estava em posição de me irritar por algo como ser acordado, ou por qualquer outra coisa. Na verdade, não estava irritado naquele momento; eu apenas queria o mesmo que ela: conversar. Eu apenas queria um momento em que pudesse falar "Na verdade, há algo que não lhe contei", um momento oportuno. Se ele aparecesse, então...
Em resposta à minha insistência, com as bochechas cheias e fazendo biquinho, ela respondeu como uma criança mimada:
— Não~ Você vai zombar de mim.
— Falando ou não, eu já faço isso. Não muda nada.
Ela riu concordando e respondeu:
— Tem razão, mas não deveria fazer isso com alguém que está tentando te ajudar.
De forma calma, concordei e respondi com sinceridade:
— É verdade. Sinto muito — finalizei com um sorriso quase que sarcástico.
Ela pareceu surpresa com minha concordância súbita e meu pedido de desculpas, mas meu sorriso a fez questionar-se se fui sincero. No fim, ela sorriu e prosseguiu um pouco relutante:
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A Jornada em Busca da Triste Felicidade
RomanceYori, um homem que passou a vida inteira imerso em um oceano de ódio e apatia, está preso em uma rotina monótona e desprovida de propósito. Cada dia se assemelha ao anterior, levando-o a questionar se algo mudará, embora saiba que é ele mesmo quem d...