Capítulo 14: Uma Preocupação

1 0 0
                                        

Após a discussão com Ji-Su, deitei-me na cama, imerso em um mar de novos sentimentos, especialmente o remorso. Aquela pessoa que havia prometido me ajudar a mudar e encontrar a felicidade estava, de alguma forma, tendo um impacto em mim. No entanto, o caminho para a felicidade ainda parecia distante e incerto no disso tudo.

Enquanto me questionava sobre o porquê de minhas palavras terem a irritado tanto, percebi que não sabia praticamente nada sobre ela, nem mesmo sobre seu passado. Não era como se eu quisesse saber, mas após proferir tantas palavras estúpidas, parecia que conhecer um pouco mais sobre ela era o mínimo que eu poderia fazer. Enquanto ponderava sobre isso, concluí comigo mesmo:

— É isso! É esse o motivo! O porquê de eu odiar relações humanas, de me afastar das pessoas sem tentar mudar. — Ao final, acrescentei baixo, em um murmúrio a mim mesmo — Um dos motivos.

A interação humana, como li em algum lugar uma vez, pode ser extremamente complicada na maior parte das vezes. Lembro-me de ter lido algo como "Ao se envolver com alguém, estará destinado a momentos de alegria, felicidade e amor, mas também a momentos de tristeza, sofrimento e dor." Todas essas coisas, tudo o que incomoda e perturba, todos esses sentimentos, decorrem de interagir com alguém. Não importa o quão bom pareça no início, o quão agradável e feliz seja o relacionamento, eventualmente isso acontecerá.

Apesar de reconhecer que ela não estava errada, eu ainda insistia:

— Se ela não estivesse aqui... eu não estaria errado, ou melhor, não teria feito nada de errado.

Foram esses pensamentos que me mantiveram acordado durante boa parte da noite antes de finalmente adormecer. A noite pareceu interminável, e eu só desejava que ela continuasse assim. Não queria vê-la ao amanhecer; queria apenas acreditar que nada disso havia acontecido e voltar à minha rotina normal.

Eu desejava dormir até tarde e, se fosse possível, esquecer tudo, já que ela não estaria mais aqui. No entanto, ao amanhecer, já estava acordado. Havia me acostumado com a rotina. Mas, como ela havia prometido deixar-me em paz, ela cumpriu, pois não apareceu em momento algum daquela manhã.

Então, optei por voltar a dormir, não porque queria, mas porque não tinha coragem de encarar a realidade. Eu era um tolo... um covarde.

À tarde, eu não tinha certeza se ela ainda estava lá ou se já havia partido, mas acreditava que fosse a segunda opção. Reuni coragem em meu íntimo e decidi verificar por conta própria, na esperança de aliviar ou não a minha inquietação. Ao chegar à frente de seu quarto, respirei profundamente antes de chamar pelo seu nome.

Chamei pela primeira vez, mas não obtive resposta. Chamei uma segunda vez... e uma terceira. Novamente, não obtive resposta. Provavelmente, ela já havia partido, mas uma parte de mim não queria acreditar nisso. Perguntava-me por quê. Por que eu não queria que ela tivesse ido embora?

Enquanto ponderava, recostei-me na porta, mas, ao colocar todo o meu peso nela, a porta se abriu subitamente, e eu caí de bruços no chão. Ao me levantar, algo me surpreendeu. Ela ainda estava no quarto, mas não da maneira que eu esperava.

Ela estava deitada sob a coberta, embora já fosse tarde e o tempo estivesse abafado. Sua aparência não indicava que estivesse se sentindo mal, mas o barulho que eu fiz ao entrar deveria tê-la acordado. No entanto, ela permanecia imóvel, como se estivesse em sono profundo. A menos que estivesse apenas fingindo. Mas por que ela faria isso? Perguntei-me mentalmente.

Decidi me aproximar para verificar e dissipar minhas dúvidas. Afinal, se ela tivesse passado o dia todo na cama ou se estivesse fingindo estar dormindo, não seria em minha casa que ela faria isso. E ao contrário de mim, ela provavelmente não era uma covarde que se refugiava no sono para evitar a realidade.

A Jornada em Busca da Triste FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora