Capítulo 15: Uma Preocupação Parte 2

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A manhã chegou, e imediatamente fui verificar como ela estava. Ao chegar à frente de seu quarto, minha mente começou a imaginar o que aconteceria quando abrisse a porta. O nervosismo tomou conta de mim, e com um pouco de medo, bati na porta. Não obtive resposta imediata, o que me fez pensar: "Será que ela partiu assim que se sentiu melhor?" No entanto, eu não acreditava que fosse o caso. Ela poderia estar simplesmente dormindo e não teria me ouvido. Eu desejava que ela estivesse bem, mas ao mesmo tempo, tinha medo de encarar a realidade.

Resolvi chamar mais uma vez, apenas para ter certeza. Quando não obtive resposta novamente, abri a porta e entrei. Para minha consternação, ela ainda estava na mesma condição. Fui até ela e a acordei para perguntar como ela se sentia.

— Como está se sentindo?

Ela me olhou e tentou falar, mas sua fala estava pausada e claramente tinha piorado.

— ... Eu...?

Sua respiração estava ainda mais pesada, tornando sua fala difícil. Ela tossia fortemente, e eu comecei a considerar a possibilidade de levá-la a um hospital. Quando sugeri isso, ela explicou:

— Não... é assim mesmo. Cof, cof!

Eu estava incrédulo.

— Tem certeza?

— Sim. Amanhã... estarei melhor. Acredite.

As pausas em sua fala me faziam duvidar, mas optei por aceitar sua opinião mais uma vez, porque, afinal, era isso que ela queria, e eu não queria contrariá-la.

— Está bem. Há algo que você queira que faça?

Ela me encarou, como se não entendesse o que eu havia dito. Pensei que talvez a febre estivesse afetando seu raciocínio. Mas, de repente, ela respondeu:

— Sim. Eu quero... sua comida... — disse com um sorriso tão inocente quanto o de uma criança.

Seu pedido me surpreendeu e me deixou um pouco desconcertado. Desviando o olhar, respondi:

— Ah... er... certo, se é isso.

Apesar da surpresa, preparei algo leve para ela comer. Diferentemente do dia anterior, ela mal conseguia se manter sentada, e comer sozinha era ainda mais difícil. Peguei a tigela que estava em sua mão e, com sua permissão, a alimentei.

Enquanto observava a situação em que estávamos, lembrei-me do que aconteceu dois dias atrás e comecei a pensar:

"Por que ela? Por que não eu? Não fui eu o errado da história? Mas..."

Por um momento, apertei a mão que segurava a colher enquanto cerrava os dentes, pensando indignado:

"Sou eu quem está bem e ela quem precisa se humilhar e pedir ajuda... a alguém que provavelmente não queria mais ver. Mas por que estou tão preocupado? Eu não gosto disso. Eu deveria me sentir mal? É por isso que estou nessa situação? Para repensar?"

No fim, não importaria o quanto eu pensasse, nada mudaria. Ela não melhoraria, e eu não me sentiria menos culpado.

À noite, quando fui verificar como ela estava novamente, ao olhar para ela, lembrei das palavras dela quando me criticou por passar o dia dormindo. Realmente, ao refletir, percebi que não era uma prática saudável, especialmente, quando não era uma escolha consciente. Enquanto media sua temperatura, notei que ela ainda estava com febre, apesar de mostrar sinais de melhora. Sentei-me ao lado dela, suspirando com uma expressão preocupada, quando, de repente, ela disse:

— Não... se preocupe. Certo?

Um pouco sem jeito, respondi como de costume:

— Por que eu estaria preocupado com você, i...diota? Estou apenas cumprindo o papel de um bom cidadão.

Ela pareceu gostar da resposta, soltando uma risada fraca, devido à falta de forças. Isso me incomodou um pouco, porque me fazia questionar por que ela estava sorrindo quando, teoricamente, deveria estar com raiva de mim. Talvez fosse porque parecia lembrar os tempos antes de todos os acontecimentos ruins.

Em seguida, ela respondeu:

— Que bom, cof, cof!

No fim, pensei:

"'Que bom'? O que será que se passa na cabeça dela?"

Então, respondi:

— Vê se melhora logo.

E completando, um pouco sem jeito, disse:

— Você ainda não mudou minha opinião.

Mas depois me questionei se deveria ter dito aquilo. Ela, por sua vez, concordou brevemente, fechou os olhos e voltou a dormir.

Não havia mais nada que eu pudesse fazer, a não ser atualizar a Gerente sobre a situação dela. Quando liguei, ela atendeu e, sem me dar espaço para falar, disse:

— Como ela está?

Eu já estava acostumado com a forma direta da Gerente, afinal, eu também não era do tipo que perdia tempo com formalidades. Logo, respondi:

— Piorou um pouco.

Ela exclamou, enfatizando:

— Não se "piora um pouco", idiota!

Em seguida, acrescentou:

— Essa garota, se não me engano, isso já aconteceu quando ela era pequena, creio que não seja nada.

— Ela diz o mesmo, mas não parece isso.

Mudando o tom, ela brincou:

— O que aconteceu? Começou a se preocupar com os outros? Ou se apaixonou por...

Respondi rapidamente, em um tom defensivo:

— Nem uma coisa nem outra. Apenas, digamos que há um motivo para isso.

— Hm, motivo é? Suspeito.

Não querendo entrar em detalhes, tentei me despedir:

— Certo, certo. Liguei apenas para dizer como ela estava. Tchau.

— Você é tão insensível com sua chefe, posso te demitir, sabia?

— Creio que não faria isso, eu sou indispensável para você.

— Deveria se achar menos. Bom, se amanhã ela não melhorar, considere chamar um médico. Tchau.

Mas não era como se eu já não tivesse feito isso antes.

A Jornada em Busca da Triste FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora