Capítulo 16: Uma preocupação parte 3

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Dois dias haviam se passado desde que Ji-su adoeceu. Se ao vê-la, ela ainda estivesse da mesma maneira, seria o terceiro dia e, com isso, não veria outra forma, senão, novamente perguntar a ela se um hospital não seria melhor. Como de costume, ao acordar, fui direto vê-la. Naquele dia, eu acreditava que haveria um sinal de melhora, que algo aconteceria, e aconteceu.

Diferente das outras vezes, não bati na porta, apenas a abri, indo direto vê-la. No entanto, a cena com a qual me deparei surpreendeu-me. Ji-su estava caída de cabeça para baixo entre o chão e a cama, com seus braços estendidos próxima à escrivaninha. Quando a vi, corri imediatamente para ajudá-la. Era possível notar a fadiga estampada em seu rosto e sua respiração ainda mais pesada. Após coloca-la na cama, perguntei se ela estava bem e o que havia acontecido.

Com dificuldades, ela respondeu, tossindo levemente:

— Meu... remédio... cof, cof

Sabendo que os remédios que comprei estavam na escrivaninha ao lado da cama dela, questionei:

— O quê? Seus remédios estão aqui — apontei.

Porém, contestando, respondeu, tossindo novamente:

— Não, cof, cof, o outro.

Logo, me indaguei: "Outro?". Em seguida, perguntei:

— Há outro?

— Sim. Eu... me esqueci... de tomar. cof, cof

Seu estado parecia ter piorado drasticamente. Ela falava ainda mais pausadamente e as tosses ocorriam com maior frequência, e, como se quebrasse a tensão da situação, lembrei das palavras da Gerente e pensei comigo mesmo:

"É, não se piora 'um pouco'."

Ao pegar o remédio que ela pediu, notei que era um medicamento que nunca havia visto antes, até mesmo o nome era bem diferente dos remédios comuns que eu conhecia. Senti vontade de perguntar para que servia, mas me abstive e entreguei o medicamento a ela sem questionar.

Após ajudá-la a tomar o remédio, perguntei novamente, seguindo a orientação da Gerente, se ela não queria ir a um hospital, porém, ela discordou. Então, questionei o motivo.

Ela respondeu brevemente, cortando as palavras como se estivesse evitando falar muito, tossindo entre as frases:

— Remédio...

Questionei:

— Mas os remédios não estão fazendo efeito. Sua condição piorou muito. Não é algo que possa ser ignorado.

Porém, ela apenas respondeu ainda com um pouco de dificuldade:

— Não... se preocupe.

Retruquei e acrescentei:

— Você já disse isso antes. E não é como se eu não estivesse preocupado. É apenas...

No entanto, me indaguei novamente:

"Por que continuo tão preocupado? Será que é mesmo apenas por culpa, ou há algo mais? Mas se for..."

Relutante em meus pensamentos, continuei:

— De qualquer forma, sua condição não está boa. Precisa de um médico...

Surpreendentemente, ela reuniu forças e exclamou:

— NÃO!

Sua capacidade de gritar, mesmo mal conseguindo falar, me surpreendeu. Para chegar a esse ponto, devia haver um bom motivo para ela rejeitar tanto a ideia, mas eu não iria questionar o porquê. Se ela quisesse me contar o motivo, já teria feito antes.

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