Capítulo 17: Ela...

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Há algum tempo, vinha me questionando até quando continuaria sendo a mesma pessoa sem graça de sempre, até quando aceitaria as coisas como estavam. Mas, então, de repente, ela surgiu e tudo pareceu mudar tão rapidamente que eu me indaguei dizendo:

— Você pode mesmo mudar alguém como eu?

Proferi aquelas palavras enquanto a observava dormindo. Em seguida, me virei melancolicamente, caminhando lentamente até a entrada do quarto. Lá, parei, mergulhado em meus pensamentos, e desejei um boa noite a ela antes de sair.

Até aquele dia, estava preocupado apenas com ela, com seu bem-estar, pensando apenas em quando ela melhoraria, esperando que no dia seguinte, visse a mesma Ji-Su de sempre. Mas aquele dia foi diferente. Eu estava pensando em tantas coisas que não conseguia discernir o que me afligia mais. Queria entender meus sentimentos, desejava que ela ficasse bem, queria me desculpar e acreditar que quando ela melhorasse, tudo voltaria ao normal. Quanto mais pensava nessas coisas, mais questionava o porquê de cada uma delas.

Havia anos que dizia a mim mesmo que já havia desistido e que não achava que conseguiria mudar. Ela então chegou como um raio de esperança, mas quanto mais pensava em querer mudar, mais descobria que tinha medo disso. Embora a verdade fosse que eu apenas estava me dando desculpas. Custava a acreditar que o que me mudaria seria algo como "aquilo". Já havia visto em várias histórias, mas como o nome dizia, eram apenas "contos". Nada muda tão facilmente, apenas porquê...

— Você se apaixona por alguém.

Deitado na cama, olhando para o teto, questionava-me se aquele sentimento poderia fazer isso. Poderia deixar alguém tão preocupado, confuso e feliz ao mesmo tempo. Quando pensava nos poucos dias "felizes" que passei ao lado dela, nenhum outro sentimento, além da felicidade, poderia descrever como me sentia. As brincadeiras e risos que experimentei, seguidos pela tristeza das palavras que proferi e pela preocupação e culpa logo depois. Tudo tão novo, tudo tão repentino, me fazia sentir medo, pois eu não sabia como reagir, como agir quando ela melhorasse e fosse partir.

Eu queria ir até ela para perguntar, mas havia dois grandes motivos para eu não fazer isso, ou talvez três, considerando que ela ainda estava passando mal. Primeiro, havíamos brigado recentemente, e a tensão entre nós não havia se dissipado completamente. Segundo, eu não podia simplesmente abordá-la e perguntar diretamente sobre meus sentimentos por ela. E não sabia ao certo se era isso que estava sentindo, mas precisava descobrir por mim mesmo.

Aos poucos, deixei-me afundar em um mar de pensamentos, uma enxurrada de perguntas sem respostas. Enquanto tentava descobrir uma maneira de lidar com essa situação complexa, acabei adormecendo fora do meu horário habitual de sono. Acordei de manhã com alguém chamando-me à porta de meu quarto.

— Eeei! Ainda está dormindo?!

Ou melhor dizendo, gritando por mim.

A voz desconhecida ecoou pelo quarto, mas minha mente ainda estava sonolenta e turva. Lentamente, lutei para reconhecer a voz e quem estava do outro lado.

— Hm~ Quem é? — perguntei baixo, ainda sonolento caminha à passos rasos, como um zumbi.

Quando abri a porta, Ji-su estava de pé ali, como se nada tivesse acontecido. Olhei para ela, completamente surpreso e confuso, e ela, sem entender o motivo da minha expressão, perguntou:

— O que foi?

— Vo... — hesitei por um momento — você está bem?

Ela pareceu surpresa com a pergunta e respondeu com calma:

— Por que não estaria?

Sua tranquilidade me deixou ainda mais inquieto. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ela expressou preocupação:

A Jornada em Busca da Triste FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora