Capítulo 20

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SEM REVISÃO

Duda podia sentir o olhar curioso e investigativo de Matteo sobre si, mas preferiu o silêncio. Enquanto caminhavam pela vila, algumas pessoas se aproximaram apenas pelo fato de seu futuro cunhado estar junto a si, pois caso o contrário iria sentir os olhares julgadores e palavras afiadas. Sabia que não era bem-vinda, mas havia se acostumado com a vida ali, franziu as sobrancelhas ao percebe que não queria mais ir embora, mesmo estando com raiva e magoada com Carmo.

Enquanto caminhavam saiu de seus devaneios e encarou a pequena loja a sua frente, sorriu encantada com os vestidos exposto na vitrine, então uma ideia surgiu, afinal teria que se associar a máfia e nada mais justo que usar algo feito pelas mãos que moravam na vila. Tombou a cabeça ao ver a pequena placa de fechado.

— Péssima ideia.

— Por que diz isso? — girou o rosto e encarou o cunhado que estava do outro lado da rua, encostado na parede e braços cruzados.

— Volp... Giulia não gosta da minha presença. — Deu de ombros.

— Volpe? Bonito apelido. Agora enquanto ela não chega, explica direito sua história com minha futura costureira. — Duda imitou o gesto do cunhado ao cruzar os braços a frente do corpo.

— Não irá usar um dos vestidos que foi encomendado? — Matteo ficou surpreso.

— Serei a senhora Santorinni e por que não usar algo feito por alguém da vila? Vejo como uma forma de prestigiar. Sem contar que achei lindo o trabalho dela. — Apontou na direção da vitrine.

Matteo observou Duda por alguns segundos, coçou a sobrancelha enquanto seus pensamentos voltavam a dona da pequena loja. Mas logo foi tirado do devaneio ao ver a aproximação das irmãs. Se recompôs e encarou a moça que sorria para algo que a irmã mais velha dizia. Seu sangue começou a correr mais rápido por conta de seu coração que bateu mais forte quando seus olhos se encontraram.

Duda observou o cunhado e voltou os olhos para a jovem que o encarava de volta e baixava o rosto envergonhada. Sentiu a dúvida pairar, afinal a mulher correspondia a Matteo e não entendia o porquê de ele não agir. Voltou a encará-lo e ficou surpresa ao ve-lo tímido e abobalhado, por um momento pensou se Carmo ficava assim em relação a ela, fechou os olhos e mudou seus pensamentos. Não queria pensar no carcamano naquele momento.

— Olá, sou Francesca Cataranno e essa minha irmã caçula Giulia. — a mais velha se aproximou e estendeu a mão para Duda.

— Olá, sou a Maria Ed...

— A futura senhora Santorinni. — Giulia exibiu um sorriso gentil.

— É, isso. Sabe estava passando e vi seus vestidos e gostei muito, gostaria de saber se podem fazer meu vestido para cerimonia da minha associação.

— Espera, você deseja que façamos seu vestido??

Duda ao encarar a jovem, pode ver o brilho de empolgação em seus olhos verdes, o sorriso sincero e contagiante e entendeu o porquê de Matteo se encantar.

— Sim.

— Por quê? Desculpa, não quero ser grosseira, mas é que todos sabemos que o Don sempre tem a disposição as melhores marcas para as mulheres...

— Exatamente! Não sou a puta particular e muito menos as mulheres que esquentaram a cama dele.

Duda cortou Francesca que a olhou atentamente e voltou a atenção para irmã que sorria ainda mais e acenava em positivo com a cabeça. Matteo olhou para as três jovens que se encaravam e pode ver que ali nasceria facilmente uma amizade sincera. Deixou a cunhada aos cuidados de sua volpe e se afastou.

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