Nascida Para Você

Capítulo 19

SEM REVISÃO

Carmo fechou os olhos por um momento enquanto massageava a testa com a ponta dos dedos. Soltou um suspiro pesado, abriu os olhos no momento que sentiu o movimento do carro parar. Não esperou que abrissem a porta de seu lado. Enquanto entrava pelo saguão do hospital avistou alguns associados que ao verem sua chegada, se aproximaram e beijaram seu anel.

Nunca iria se acostumar com aquele gesto. Nem mesmo entendia o porquê de ele existir. Era como se ele fosse apenas aquele maldito anel e nada mais. Por muitas vezes quisera destruir aquele peso que carregava em seu dedo. Passeou os olhos por todos ali presentes. Avistou dois ex amantes de Catarina, apenas um acenou brevemente com a cabeça.

Voltou a atenção ao homem que começava a falar as informações que fora coletas até o momento de sua chegada. A cada palavra que saia da boca do homem, sentia mais ódio por aquele homem. Não poderia dar um passo em falso, por isso precisava da confissão de Catarina pois apenas assim poderia revidar.

Apenas ergueu a mão, evitando que o homem continuasse a falar. Girou seu corpo e avistou Luca e enquanto se aproximava do irmão, observou a expressão abatida em seu rosto. O conhecia muito bem e sabia que algo estava acontecendo. Seus passos ecoavam pelo corredor vazio, era tarde da noite. Fora uma luta tremenda para poder sair de casa, precisara acalmar os pais de Catarina e precisou lidar com o fato que Duda estava sendo considerava uma suspeita contra a agressão que Catarina sofrera. Mas ainda assim a expressão no rosto de seu irmão era o que mais incomodava naquele momento.

— O que houve? — segurou o braço do irmão, fazendo o encara-lo.

Luca ao ouvir a voz do irmão, sabia que não iria conseguir reter suas emoções. Manteve os olhos fechados por alguns minutos, mas era difícil. Evitara contar ao irmão, mas ele fora um dos homens que achara o corpo de Catarina. Fora em seus braços que carregou o corpo desacordado da mulher por qual seu coração pertencia.

— Irmão... — sentiu as lágrimas por seu rosto — eu juro por nosso pai, jamais quis que isso acontecesse.

— Do que está falando?

— Eu amo Catarina. — Confessou envergonhado.

Carmo ao ouvir a confissão do irmão, por um breve momento ficou sem reação, mas sua mente lhe trouxe uma memória que jamais esquecera. Catarina havia recebido um pequeno buquê de suas flores favoritas que acompanhava um pequeno bilhete. Fora a primeira vez que a viu sem sua expressão de sentimentos, até mesmo quisera conversa sobre aquilo, mas a mulher se manteve irredutível sobre o assunto. Então ouve a conversa dentro do escritório e agora entendia o medo que estivera nos olhos da mulher durante a conversa.

— Vocês já haviam tra...

— Não! sempre a tratei com respeito pela posição que ela ocupa dentro da máfia e em meu coração.

Carmo segurou a nuca do irmão e puxou para um abraço apertado. Sentiu o corpo do irmão tremer, fechou os olhos por um momento e o abraçou mais forte para que entendesse que ele iria cuidar de tudo. Por mais que fosse o Don, havia um limite que era sua família, iria vingar a mulher que o irmão amava.

— Eu irei mata-lo com as minhas próprias mãos. Eu prometo. — se afastou e segurou o rosto de Luca entre suas mãos e o encarou — Você tem a minha benção para conquista-la.

Luca acenou com a cabeça e logo se recompôs. Os dois homens voltaram a caminhar e logo entravam no quarto onde encontrava o corpo adormecido de Catarina. Enquanto Luca se aproximava da mulher amada, Carmo foi conversar com o médico plantonista do horário e entender qual era o quadro da mulher.

— ... três costelas do lado esquerdo estão fraturadas. Uma perfurou o pulmão superficialmente, mas ainda estamos monitorando. A queimadura entre os seios chegou infecionada, mas já foi tratada. Ela permanecera internada apenas por conta da...