SEM REVISÃO.
ALERTA DE GATILHOS.
Duda abriu os olhos com dificuldade, seu olho esquerdo nem mesmo abriu e a muito custo conseguia enxerga com seu olho direito. Sua boca estava seca, seus lábios rachados, seus pulsos e tornozelos doíam por conta das correntes que a prendiam. Mas o que mais doía era suas costas, parecia que pegava fogo, ergueu seu rosto e encarou o local em que estava.
— Você acordou!
Girou o rosto e encontrou Lavínia algemada em uma cama a sua frente, enquanto ela estava sobre um chão sujo que a muito tempo não via um sinal se quer de água e ofegou ao ver um pequeno rato correndo. Tentou se concentrar e entender o que estava acontecendo até que se lembrou das mulheres na boate. Seu corpo começou a tremer de medo pois sabia que não iria sair viva dali.
Fechou os olhos ao sentir a lágrimas escorrendo por seu rosto, a porta do quarto foi aberta e dois homens entraram e um terceiro entrou por último, Duda encarou Manolo que ajeitava uma cadeira no meio do quarto e sentava-se. Cruzou as pernas enquanto acendia um charuto e tragou lentamente. Pelo canto dos olhos observou Lavínia chorar.
— Eu posso até morrer aqui, Manolo, mas Carmo irá lhe torturar até arrancar a última gota de sangue de seu corpo.
— Vejo que foi contaminada pela violência de meu sobrinho. Foram quantos dias dando pra ele, para sentir essa bravura toda, criança? — Manolo riu alto ao ouvir os xingamentos em português. — Por favor, em italiano, não sou obrigado a saber sua língua materna e nem quero. Prometo que sua morte será rápida, minha vingança não é contra você, Evangeline.
— Seria vingança se Carlo estivesse vivo, mas você já garantiu que ele fosse morto, então porque caralhos está fazendo isso!?
Manolo parou de rir ao ouvir os dizeres da jovem, franziu a sobrancelha e a encarou tentando entender como ela sabia aquilo. Fez um sinal para um o homem a sua direta que se encaminhou em direção a jovem, segurou em seu cabelo de modo brusco, pode ver que mesmo estando um pouco ferida a jovem tentou lutar, mas foi arrastada até seus pés.
Não gostava de fato ter que machucar uma jovem inocente, uma que aliás havia ganhado sua atenção com sua sinceridade e simplicidade. Entendera bem o porquê de seu sobrinho querer prosseguir com o casamento. Mas no momento não havia tempo para divagações. Se encurvou e segurou o pequeno rosto, apertou com força o maxilar até arrancar um gemido.
— Como sabe disso?
Duda por mais que estivesse com medo, iria enfrentar aquele homem. Iria garantir que Carmo tivesse sua vingança, sentiu seu coração doer ao saber que nunca mais o veria. Bem no fundo havia uma pequena ponta de esperança de que ele chegasse ali e a salvasse, mas no momento prender a atenção de Manolo seria sua forma de se mantar viva e por isso resolveu brincar com o perigo.
— Talvez eu saiba coisas que você nem imagina.
Disse olhando nos olhos castanhos escuros, quase negros que lhe encaravam de forma perigosa e revolta. Sentiu o gosto de sangue em sua boca e seu lado direito do rosto ardia por conta do tapa que havia acabado de receber. Cuspiu o sangue e riu.
— Uau, quem diria, o mafioso velho sendo ludibriado por uma criança. Tsc tsc tsc, que coisa feia, Manolo. — Duda recebeu outro tapa e continuou a rir. — Realmente acha que tenho medo de você!? — Voltou os olhos para o homem, parou de sorrir e focou toda a intensidade que conseguia invocar naquele momento. — Esqueceu com quem dormi? Esqueceu quem irá se tornar meu marido? Esse é o problema dos homens, acham que apenas vocês sabem como impor medo! Talvez eu faça parte da pequena parcela feminina psicopata que existe ou por estar com tanto medo de que possa estar falando tanto merda, mas isso cabe a você descobrir.
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Nascida Para Você
RomanceCarmo já havia programado tudo. Até mesmo o modo como o assassino de seu pai seria morto. Ele espera a vinte anos por essa vingança..., mas não contava que seu falecido pai fosse alterar toda sua vida, com uma simples carta. Maria Eduarda estava em...