Capítulo 04

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SEM REVISÃO

— Então como soube de tudo? — Voltou o olhar para Joseph — afinal pensava que eu estava morta.

— Fui eu! — Patrícia a encarou e soltou um suspiro — eu estava olhando as notícias de minha Sicília, afinal sinto falta de minha casa e meu povo. Então vi a parte de fofoca onde falava que o futuro Don iria anunciar em poucos dias o noivado. E eu irei cumprir a promessa que fiz a Fran no leito de sua morte. Você, Maria Eduarda será a futura senhora Santorini.

Duda semicerrou os olhos para sua mãe por alguns segundos, voltou os olhos para Joseph que acenava com a cabeça, virou o rosto e encarou seu pai que a olhava de forma séria.

— Concorda com isso? — murmurou.

— Era o que sua mãe queria. Por isso ela pediu que Patrícia lhe educasse como a melhor senhora que toda a máfia já vira antes.

— Por isso aquelas torturas de etiqueta, idiomas e tudo mais. — Duda constatou com desgosto.

— Sim. Quando tomar seu lugar de direito, todos irão ficar impressionados com sua beleza e inteligência! Uma senhora que se preze, sabe falar sim vários idiomas, pois afinal irão acontecer eventos...

— Pelo amor, apenas para! — Duda se levantou em um rompante — eu agradeço de todo o coração por tudo o que foi me ensinado e com toda certeza irei usar, mas não irei me casar, porra alguma! Não conheço esse Don e... ele é um assassino, é isso o que vocês desejam a mim?! Me ver casada com um assassino!?

Duda encarava as pessoas a sua frente e não acreditava naquela sandice toda. Era impossível aquilo, eles queriam que ela se casasse com um assassino!

— Carmo é um Don, Maria Eduarda! Ele protege os dele!

— ASSASSINO! — a garota esbravejou.

Duda sentiu seu peito doer ao ver que todos simplesmente aceitavam aquele fato como se fosse algo normal. Balançou a cabeça com raiva, saiu da cozinha, subiu rapidamente para seu quarto e bateu com força a porta. Fechou os olhos com força e tentou acalmar seu coração que trovejava dentro de seu peito.

Sempre idealizou o casamento como algo sagrado, eterno. Por isso tinha consciência que quando escolhesse o homem qual iria dividir sua vida, seria algo seguro, estável e definitivo. Mas naquele momento estava sendo jogada nos braços de um homem que não conhecia e o pior, um assassino!


Carmo estava sentado em sua cadeira e encarava a tela de seu notebook, apertou o play do vídeo que logo começou a reproduzir e observou a jovem que dançava e sorria. Desde a notícia que sua prometida estava viva e morava no Brasil, a máfia se agitou pois acreditavam que seu pai havia traído a todos.

Joseph antes de partir ao país tropical mostrou as cartas que recebera. Raffael, seu ex segurança, fora escolhido como guardião daquelas cartas e ao saber da notícia do noivado, contatara Joseph. Em uma dessas cartas, estava explicito que seu pai sabia que seria assassinado. O conselho da máfia apenas aceitou quando foi dado a veracidade a letra nas folhas amareladas.

Os olhos azuis e ágeis de Carmo encaravam as outras cartas ainda seladas sobre a mesa. Uma era endereçada a Evangeline, talvez ali seu pai pedisse desculpas pela confusão que fizera a sua vida. Uma segunda carta era direcionada a ele, ainda não havia tido coragem de ler, afinal eras últimas palavras ainda lucidas de seu pai.

Desviou os olhos das cartas seladas com o sinete contendo o brasão que havia no anel que usava em seu dedo mindinho. Seus olhos observavam a jovem que sorria para câmera. Era jovem demais, ainda se lembrava quando seu pai o informou que havia escolhido sua futura esposa. Tinha apenas doze anos na época.

Nascida Para VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora