SEM REVISÃO
Duda abriu os olhos ao ouvir o barulho da cortina de seu quarto ser aberta. Puxou as cobertas sobre sua cabeça e gemeu.
— Bom dia minha filha. — Ouviu sua mãe cantarolar — Vamos, Duda, está na hora de levantar.
— Mãe, por favor. — Murmurou no momento que a coberta foi puxada de modo brusco de seu corpo. Sentou-se na cama e ficou envergonhada ao perceber que havia duas mulheres. — Bom dia. — Forçou um sorriso tímido.
— Não me lembro de você ser tão preguiçosa assim, minha filha. Nesse horário já estaria fazendo entregas. — Patrícia encarou a filha que se levantava desanimada. — Vamos, ânimo. Hoje irei lhe apresentar a vila que cresci e que tenho certeza será o local onde também irá lhe fazer feliz.
Duda observou sua mãe por um momento, suspirou desanimada e se encaminhou para o banheiro de seu quarto. Não podia negar, da janela de seu quarto, tinha uma linda visão da vila e estava sim curiosa para conhece-la. Havia chegado a uma semana, mas não estava animada, afinal um dia depois de sua chegada, Carmo lhe deixou um recado avisando que precisara viajar a negócios e voltaria em quinze dias.
Se encarou no espelho e tentou entender o porquê daquele desanimo. Fechou os olhos por um momento, não queria ficar pensando em Carmo. Afinal nem o conhecia ainda, mas aquela súbita viagem mexera consigo. Sabia bem quais eram os "negócios" e sentia que seu coração estava apertado. Pois ele poderia não voltar mais...
Balançou rapidamente a cabeça e mudou o rumo de seus pensamentos. Entrou no banho, enquanto a água escorria por seu corpo, por alguns segundos sua mente voltou para o momento que tivera com ele dentro do carro no dia que chegara.
Seu impulso foi mais forte e deslizou a mão por seu corpo ao se lembrar do olhar desejoso, a voz sussurrada, as palavras diretas que ele usara e ali estava, em seu banho pela manhã, se tocando e desejando que fosse as mãos dele. Queria sentir novamente o gosto dos lábios dele, mesmo que tenha sido por poucos segundos.
— Duda, não demora. - Patrícia gritou do quarto.
Se assustou e se lembrou que não estava sozinha. Encarou o azulejo branco a sua frente e percebeu que estava em sérios problemas. Respirou fundo e pegou novamente o controle de sua vida, pois o de seu corpo estava escorrendo junto com a água ralo abaixo.
A vila Santorinni era algo surreal e se um dia alguém lhe falasse sobre aquele lugar, iria dizer que estava louco. A casa principal ficava no alto do terreno. Não havia muro entre eles, apenas uma escadaria dupla semicircular e nada mais. Aliás precisou parar e fotografar a linda fonte que ficava dentro do semicírculo. A peça decorativa era composta pelo dragão da família.
Sua mãe alegava que por mais que a família detivesse o poder, aquelas pessoas que moravam na vila, eram famílias leais que contavam com a proteção que Carmo oferecia e com isso juraram proteger a família Santorinni com seu sangue.
Andavam pelas ruas e sorriu ao ver os moradores mais velhos se aproximarem e cumprimentarem sua mãe. Se afastou um pouco no momento que um grupo de senhoras se aproximou e ganhou a total atenção de sua mãe. Passeou os olhos pelas pequenas lojas.
Enquanto explorava local e momento algum sentiu-se sozinha, afinal havia dois homens lhe acompanhando por todo o trajeto. Eles haviam sido escolhidos a dedo por Carmo. Ficara surpresa com o tanto que aquele homem gostava de mandar em tudo. Parou em frente a pequena sorveteria, voltou os olhos para dentro do local.
Havia pequenas mesas de madeiras dentro e fora da loja. Sorriu ao ver as tradicionais toalhas quadriculares na cores da bandeira do país. Ergueu seus olhos pelo prédio e avistou uma sacada e na grade proteção havia alguns cabides com roupas secando.
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Nascida Para Você
RomansaCarmo já havia programado tudo. Até mesmo o modo como o assassino de seu pai seria morto. Ele espera a vinte anos por essa vingança..., mas não contava que seu falecido pai fosse alterar toda sua vida, com uma simples carta. Maria Eduarda estava em...