Jogo do Destino | Swanqueen

Capítulo 7

===== > Regina < =====

Eu estava no meu quarto passando pelos canais da tv quando ouvi umas batidinhas leves na porta. Sabia que era o Henry, então sorri quando o vi entrando de fininho.

— Mamãe, você está bem?

Fiz um gesto afirmativo com a cabeça e abri os braços, convidando-o para subir na cama e vir sentar do meu lado. Logo em seguida, senti as mãozinhas delicadas acariciando meu cabelo e isso me fez sorrir. Meu filho sempre foi um menino muito carinhoso e eu sempre amei receber seus cuidados.

Para nosso alívio, Robert tinha saído para ver alguns amigos e, quando isso acontecia, sempre demorava bastante para voltar. É claro que a palavra amigos era um código para dizer que ele provavelmente estava com outra mulher por aí, mas isso não é uma preocupação para mim, muito pelo contrário. Prefiro que ele saia todos os dias para não ter que aguentá-lo perto de mim.

De repente, senti meu celular vibrar e, quando o peguei, não pude evitar outro sorriso. Era uma mensagem de Emma. Abri o aplicativo de mensagens, visualizei, mas quando fui responder, notei que já passava muito da hora do almoço. Olhei imediatamente para Henry.

— Está com fome, filho? — ele desviou rapidamente o olhar da tv para me encarar.

— Um pouquinho assim — ele fez um gesto com a mão direita, quase juntando o polegar com o indicador, de um jeito tão fofo que me encheu de ternura. Dei-lhe um beijo no alto da cabeça e disse:

— Vamos para a cozinha, então. Vou preparar alguma coisa pra gente comer.

Quando levantei da cama e me virei novamente para Henry, ele estava com aquela carinha que eu já conhecia bem.

— Vamos comer hambúrguer, mamãe? — Ele pediu, abrindo um grande sorriso.

Eu já esperava por aquilo.

— Hambúrguer, filho? Você precisa comer algo mais saudável — Respondi, antes que algo me passasse pela cabeça: — Aposto que você conseguiu convencer a dona Vilma a deixá-lo comer hambúrguer ontem, não foi, mocinho? Ela adora te mimar, não é mesmo?

Henry arregalou os olhinhos, como se eu tivesse descoberto seu grande segredo, então, abriu um pequeno sorriso sem mostrar os dentes e assentiu, confirmando minhas suspeitas. Eu queria ficar brava, mas só sabia rir da carinha sapeca do meu filho.

— Eu sabia, espertinho — Bati o dedo na ponta do nariz dele e abri os braços para pegá-lo no colo. — Vem, vamos comer comida saudável.

Ele fez todo o trajeto do quarto até a cozinha reclamando que criança precisa de lanches para ficar forte. Às vezes, o meu pequeno sapeca era esperto até demais, na minha opinião.

— Tudo bem, vamos fazer um acordo então, carinha — Eu disse, depositando-o numa cadeira ainda em pé. — Se você comer tudinho, inclusive a salada, a mamãe pede pizza para o jantar. O que acha disso?

Nem precisei olhar para ele para saber que seus olhos estavam brilhando com a possibilidade. Seus braços se fecharam em volta do meu pescoço em um abraço apertado, enquanto ele enchia me rosto de beijos:

— Ebaaa! Tá bom, mamãe, vou comer tudo!

Nosso almoço não demorou a ficar pronto e Henry estava mesmo com fome, pois comeu toda a comida que coloquei em seu prato sem nem reclamar da salada. Ou, talvez, ele estivesse mesmo empenhado em ter pizza no jantar. Só depois que já tinha terminado de organizar a cozinha, e que vi Henry deitado no sofá da sala assistindo tranquilamente seus desenhos animados, é que me lembrei de Emma. Eu não tinha respondido a mensagem dela.