Capítulo 27

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===== > Regina < =====

Nos braços de Emma, consegui esquecer qualquer trauma da minha vida e pude então me entregar ao amor pela primeira vez.

O toque das nossas mãos transmitia uma conexão intensa e uma compreensão mútua. Com cada beijo e cada carícia, a paixão entre nós aumentava e nos entregávamos ao momento, explorando os corpos uma da outra, despertando sensações que nunca havíamos experimentado antes.

Nossos corações batiam acelerados em um só ritmo. Cada toque, cada arrepio, fez daquele um momento mágico.

Já tomadas pelo cansaço e ofegantes, deitamos uma ao lado da outra. Emma, sendo desastrada por natureza, quase perdeu o equilíbrio novamente, mas eu a segurei a tempo. Rolamos pela cama, rindo incontrolavelmente. Era quase palpável o amor transbordando em nossos sorrisos. Percebi que, às vezes, as experiências mais desajeitadas eram também as mais memoráveis e cheias de amor. Ali permanecemos trocando beijos e carinhos. Até o cansaço nos dominar por completo. Emma foi a primeira a adormecer, ainda recebendo leves afagos em seus fios loiros, sentindo nossos corpos entrelaçados.

— Eu te amo, Srta. Swan! — Sussurrei, adormecendo em seguida.

Ouvi o despertador do celular, tateei até encontrá-lo e desativei rapidamente, mas já era tarde demais, e Emma acabou acordando.— Bom dia, amor! — Ela diz manhosa

— Bom dia, Srta. Swan. Está muito cedo, pode voltar a dormir! Eu vou trabalhar e mais tarde nos vemos! — Disse baixinho selando seus lábios.

— Não, eu te levo!

— Não precisa, vou andando, rapidinho, você pode descansar mais um pouco.

Mesmo sob protestos ela acabou concordando. Me levantei, tomei um banho e me troquei rapidamente. Voltei ao quarto da Emma, e ela ainda estava acordada.

— Não vai voltar a dormir?

— Não sem antes ganhar um beijinho — Ela fez um bico que me fez rir.

Me aproximei, e ela me puxou, me envolvendo em um beijo carinhoso. Tentei finalizar, mas ela me abraçou e voltou a me beijar, intercalando entre selinhos.

— Eu preciso ir, Emma! — Disse em meio a beijos e sorrisos.

Depois de muita dificuldade, consegui me afastar dos beijos de Emma. Eu estava quase atrasada, ela me acompanhou até a porta, e me olhou com um sorriso tão lindo, que foi quase impossível resistir. Selei os lábios dela novamente.

— Vou sentir saudade em cada minuto sem você aqui — Ela disse de um jeito dengoso, fazendo um bico enquanto apoiou seu corpo na porta e cruzou os braços .

Ri brevemente, a olhando e neguei com a cabeça. — Eu voltarei logo! Não precisa ir me buscar, pode descansar, daqui a pouco estarei de volta, tá bom?

— Promete? — Ela esticou os braços me puxando novamente, a abracei depositando um leve beijo eu seu pescoço

— Prometo! Agora, preciso ir. — Sorri, selei seus lábios uma última vez. — Se cuide, Swan!

Saí antes que ela me convencesse a ficar, fui andando pela calçada, o sorriso estampado no meu rosto era inevitável. As sensações que Emma me fazia sentir eram indescritíveis e me faziam realmente muito feliz. Nunca havia conhecido alguém como ela! Emma era intensa, verdadeira, sincera, um pouco atrapalhada - ou muito, rs - e dona de um coração lindo, sem igual.

Ao virar a esquina, tive uma sensação estranha de estar sendo vigiada, senti um calafrio percorrer meu corpo, olhei para os lados, mas não vi ninguém. A rua estava até mais deserta que o normal, mas ainda não conhecia bem a rotina da cidade, talvez sábado as pessoas acordassem mais tarde, acabei rindo do meu pensamento.

Estava prestes a atravessar a rua quando uma mão pesada me segurou, antes que eu pudesse me virar, um pano tapou meu nariz e boca. Em poucos segundos, minhas pernas fraquejaram e perdi totalmente o controle do meu peso, tudo se apagou.

Tentei abrir os olhos, mas não consegui. Minha cabeça latejava e cada parte do meu corpo doía. Eu não conseguia sentir nada, apenas dor. Tentei levar minha mão até minha cabeça, mas algo me impedia. Ao puxar, ouvi barulhos de correntes. Eu estava amarrada? Fiz força para abrir os olhos, mas ainda me sentia fraca, minha visão estava embaçada, tudo que via eram vultos.

Ouvi uma voz se aproximando de mim e aos poucos os vultos ganharam um rosto: Robert.

— Calma querida, eu estou com você, agora tudo vai ficar bem outra vez! Você só precisa se acalmar.

Senti uma de suas mãos percorrer meu rosto, e o desespero tomou conta do meu corpo. Me mexi com esforço, mas não consegui me afastar de seu toque.

Ele então sorriu sadicamente — Shhh, descansa mais um pouco.

Senti uma picada no meu braço, como uma injeção. E a pouca força que me restava, se esgotou, deixando tudo escuro novamente.

Acordei novamente, ainda atordoada, tentei olhar ao redor e comecei a reconhecer o lugar. Estava no meu antigo quarto, como Robert me trouxe para Manhattan? Por quanto tempo eu dormi?

Minha cabeça estava confusa, meu corpo dolorido. Dentro de mim, o desespero e o medo gritavam alto. Sabia que Robert seria capaz de qualquer coisa, mas minha maior preocupação agora era com Henry e Emma. Sabia que meu filho estava seguro por mais alguns dias no acampamento, mas e Emma? Será que Robert fez algum mal a ela? Eu jamais me perdoaria se algo acontecesse com ela por minha culpa.

As lágrimas escorriam sem parar dos meus olhos quando o vi entrando pela porta e vindo em minha direção. Ele falou calmamente.

— Não querida, não precisa chorar. Eu estou aqui pra cuidar de você. Agora seremos só eu e você, como sempre deveria ter sido.

Ele deslizou a mão pelo meu rosto, apertei os olhos e meu estômago embrulhou. Afastei a mão dele, mas em seguida ele prendeu minha mão com força contra a cama e se aproximou para beijar meu pescoço. Me remexi usando toda minha força para fugir de seus toques, mas ele era mais forte que eu e me segurou brutalmente. Senti ânsia a cada toque dele em meu corpo, ele ficou sobre mim e levou uma das mãos até o fecho da minha calça para tirá-la.

Com muita raiva consegui empurrá-lo e dei um chutei com toda a força que me sobrava sua parte mais sensível entre as pernas. Ele se afastou e gemeu de dor.

Levantei me arrastando e tentei sair dali, mas me senti fraca e desequilibrada, encostei na parede tentando respirar. Queria correr, mas minhas pernas não me obedeciam. Antes mesmo que eu saísse do quarto, senti suas mãos me puxando pelo cabelo, fazendo-me gritar de dor.

— Me deixe sair, por favor, Robert! — Pedi entre o choro.

Ele apenas negou com a cabeça e riu.

— Seu lugar é ao meu lado querida. E pode esquecer seu amante, seja lá quem ele for. Porque assim que eu descobrir o nome, ele será um homem morto.

As lágrimas escorriam pelo meu rosto, o desespero consumia meu corpo, deixando-me imóvel. Ele me jogou ao chão e saiu do quarto, trancando a porta atrás de si.

Por um instante, pensei que seria melhor provocá-lo até que ele tirasse minha vida e acabasse com tudo de uma vez, mas no segundo seguinte, ao fechar os olhos, vi em minha mente aquele sorriso, mais encantador que a própria Lua. Emma era luz na minha escuridão, minha força e proteção. Não podia permitir que algo acontecesse com ela. Ela foi a primeira pessoa em quem pude confiar, e a única a quem meu coração escolheu pertencer. Além do meu pequeno Henry, um menino inocente que precisava de mim.

Pensar neles me deu forças para não desistir e comecei a buscar uma maneira de escapar. No entanto, todas as saídas estavam bloqueadas, Robert pensou em tudo para me manter aqui. Teria que convencê-lo a me libertar. Só de pensar no que teria que fazer, a ânsia se tornou insuportável e acabei vomitando tudo o que havia em meu estômago.

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