Capítulo 9

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===== > Emma < =====

Pedi apenas um suco para Ruby e decidi esperar que eles descessem para comer. Regina demorou um pouco, então aproveitei para ajudar Ruby com algumas mesas. Quando voltei ao balcão para beber mais do meu suco, vi Regina entrando no restaurante. Ela estava deslumbrante, vestida elegantemente e usando um pequeno salto. Não parecia estar mancando, mas estava andando devagar. Ao seu lado, havia um garoto adorável com um sorriso tímido e cabelos curtos e lisos, que eram bem mais claros do que os da mãe. Havia algo familiar nele, talvez fosse o sorriso que se parecia com o de Regina.

Ela me viu e um sorriso brotou em seus lábios, me fazendo sorrir de volta. Ela se aproximou e percebi que uma parte do seu rosto estava levemente inchada. Antes que eu pudesse reparar melhor, ela me cumprimentou com um abraço apertado e disse um "oi" em tom baixo. Seu abraço era reconfortante e senti o perfume maravilhoso de maçãs vindo dela. Ao finalizar o abraço, ela se direcionou ao garoto.

— Aqui está o Henry! — Eu olhei para ele — Filho, esta é a Emma, uma amiga da mamãe.

— Oii — Ele me disse timidamente e soltou um breve sorriso.

— Olá, garoto! Fico muito feliz em te conhecer! — Afaguei levemente seus cabelos, deixando-os um pouco bagunçados — Está pronto para me ajudar a derrotar sua mãe nos jogos? — Percebi que ela me olhou sem graça e o garoto me olhou sem entender. Talvez eu tivesse acabado de estragar uma surpresa para o menino, e isso me fez corar.

Franzi a testa e lancei-lhe um olhar cheio de pedidos de desculpas, mas ela riu brevemente, balançando a cabeça para me tranquilizar.

— Que jogos, mamãe? — Ele a olhou questionando.

— A Emma nos levaria a um lugar mais tarde, para jogarmos um pouco — Ela me olhou, sorrindo, como se dissesse que estava tudo bem, e eu sorri de volta.

— Ebaaa! — ele disse animado — Então essa não será mais uma viagem chata com coisas do papai?

Continuei olhando sem entender, quando ela acariciou os cabelos do menino, puxando-o para o colo e depositando um beijo em sua testa, dizendo: — Não, meu amor, essa viagem é só nossa! Sem coisas do papai! — O menino sorriu empolgado, e ela também.

— Então, vamos tomar um café da manhã bem gostoso para começar o dia, não é mesmo? — Interrompi o olhar deles, e ambos concordaram comigo. Peguei meu suco e fomos para uma mesa.

Enquanto eles analisavam o cardápio, Ruby veio até a mesa e os cumprimentou: — Agora posso trazer suas panquecas? — Ela disse, rindo.

— Pode sim — sorri sem graça, mas logo ouvi Henry mais uma vez animado.

— Panquecas? Eu também quero! Posso comer panquecas, mamãe? Com calda de chocolate? — O olhar dele para Regina era encantador.

— Pode sim, filho. Serão panquecas para todos então! — Ela disse e sorriu.

— Traga para você também e venha comer conosco, Ruby! — Eu disse e ela apenas concordou, dizendo que ia ver se conseguiria.

Quando ela se afastou um pouco da mesa, olhei para Regina, tentando reparar melhor no machucado, mas dava para ver pouca coisa encoberta pela maquiagem. Preferi então não entrar no assunto.

— Você se importa se a Ruby for com a gente? — Perguntei, quebrando o silêncio.

— Não, claro que não! E desculpe ter vindo assim, em cima da hora. É que apareceu essa oportunidade e quis trazer Henry para te conhecer. — Ela pareceu dizer sem pensar, corrigindo em seguida — Conhecer Storybrooke e Portland. — Ela riu brevemente.

— Você não precisa se desculpar. É um prazer conhecer esse rapazinho! — Sorri para ele, que se mostrou tímido, o que fez Regina rir.

Pouco tempo depois, me levantei para ajudar Ruby a trazer as panquecas do balcão. Ela se sentou conosco. Comemos enquanto conversávamos.

— As panquecas da vovó são as melhores do mundo, não são? — Perguntei ao garoto, que riu e concordou empolgado enquanto se lambuzava com a calda de chocolate.

Regina comentou que ele sempre amou panquecas, o que já me fez gostar dele. A conversa continuou e eu me senti muito feliz por ver Ruby se dando bem com Regina. Talvez o ciúme dela realmente diminuiria agora.

Mas em certo momento, Ruby acabou perguntando sobre Robert, deixando Regina desconcertada. Henry respondeu que seu pai estava trabalhando e Regina apenas concordou e sorriu cabisbaixa. Fuzilei Ruby com o olhar e ela apenas deu de ombros.

Depois de terminarmos de comer, decidimos que eu ia apresentar mais sobre Storybrooke para eles, enquanto Ruby terminaria o expediente. E no começo da noite, nós quatro iríamos para Portland, mais especificamente ao Parada Obrigatória.

Regina pagou sua parte da conta e eu paguei a minha.

— Querem conhecer um bosque que tem aqui perto? Lá tem um lago com alguns cisnes, e você pode alimentá-los com alguns vegetais.

— Quero! Eu quero, mamãe! Podemos? — Henry já se agitava na mesa enquanto Regina o olhava carinhosamente, rindo.

— Claro, filho. Vamos nos trocar então!

O pequeno já se levantou correndo em direção ao corredor que levava aos quartos.

— Não vamos demorar, tá bom? — Ela me disse enquanto se levantava e seguia o garoto.

Enquanto ela subiu com seu filho, fui até a cozinha com Ruby buscar uns vegetais de algumas sobras que sempre ficavam por lá.

Antes mesmo que eu dissesse qualquer coisa, Ruby começou:

— Tudo bem, ela realmente é uma pessoa incrível, e eu aceito você me trocar por ela — Disse brincando e fingindo drama.

— Eu não vou te trocar por ela, você é minha maninha para sempre! — Disse rindo e completando logo em seguida — Mas ela é sim incrível!

— Ela é muito inteligente, tem uma elegância enorme e ao mesmo tempo parece ser uma pessoa tão simples! Posso até entender porque o maravilhoso do Robert decidiu se casar com ela — Ruby comentou, me fazendo rir e balançar a cabeça negativamente.

— Meu Deus, você é mesmo louca pelo marido dela, né? — Brinquei rindo. — E o Henry? Gente, que menino fofo e educado! Estou apaixonada por ele!

Ruby me olhou seriamente, arqueando uma de suas sobrancelhas.

— Acho que não é só por ele!

— O que você quer dizer com isso? — A olhei sem entender.

— Qual é, Emma? Você implica com o Robert sem nem conhecê-lo. Eu notei seu olhar quando perguntei sobre ele! Sem contar que desde o dia que a conheceu, não para de falar dela um minuto! E em cada uma das vezes, seu olhar brilhou! Eu não tinha ligado as coisas, e até confesso que estava mesmo com ciúme da amizade de vocês. Mas agora, depois de ver vocês juntas, a troca de olhares e a tensão no ar?! — Ela suspirou e soltou uma risada nasal. — Está mais do que claro pra mim!

— Não, Lobinha, você está entendendo isso de maneira errada! Eu gosto muito dela, mesmo conhecendo tão pouco, e a admiro também! Mas é só isso. Uma sintonia que tivemos. Ela é minha amiga. Nada além! — Disse, tentando acreditar nas minhas próprias palavras.

— Você está querendo se iludir, Emms! Pense sobre isso para não acabar se machucando, tá bom? — Foi tudo o que Ruby disse ao perceber que Regina estava voltando.

Jogo do Destino | SwanqueenOnde histórias criam vida. Descubra agora