Bacio caldo 🔥

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Henrico permaneceu calado e distante o jantar todo

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Henrico permaneceu calado e distante o jantar todo. Não que ele falasse muito, e o pouco que falava, resmungava como um velho ranzinza. Mas havia algo errado, e até mesmo seus irmãos perceberam no instante em que começaram o provocar como sempre, e ele não revidou ou falou qualquer coisa, nem sequer terminou o jantar, apenas se retirou da mesa.

Alice e Demétria olharam uma para a outra confusas e deram de ombros. Ashton e Aron também não estavam diferentes, no entanto, voltaram a comer não dando tanta importância.

— Eu vou tentar falar com ele. — disse pedindo licença enquanto me levantava tendo o olhar atento de todos em mim.

Henrico Capuelo podia ser o cara mais idiota de todos que eu conhecia no momento, podia vestir uma armadura feita de aço e fingir que nada o abalava ou que ele não se importava com nada, mas no fundo, eu ainda não deixava de enxergar o meu melhor amigo. Aquele garoto magrelo e loiro, cheio de sardas e que adorava me importunar.

Mas também, era o mesmo garoto que chorava quando o pai brigava com ele e também era o mesmo garoto que chorava quando brigava com o Ashton, mesmo ele sendo o mais velho. Ele podia aparentar ter virado um cara durão e sem sentimentos, mas eu tinha certeza que não na realidade não era bem assim, o garotinho com o qual eu cresci, tinha que estar ali em algum lugar naquela muralha de músculos e mau humor.

Bati na porta de seu escritório, porque imaginei que ele estivesse ali. Não obtive resposta, então girei a maçaneta e abri a porta, encontrando o local vazio. Ele não estava ali.
Ele só poderia estar em seu quarto e com esse pensamento caminhei em direção às escadas que dava ao segundo andar, onde ficavam os quartos. O dele era dobrando o corredor, nunca tinha ido até lá antes, mas me lembrava porque Alice havia me dito no primeiro dia em que pisei naquela casa.

Dei algumas batidinhas de leve na porta preta e não obtive resposta, no entanto quando girei a maçaneta percebi que a porta estava aberta. Coloquei apenas a cabeça para dentro e encontrei o quarto vazio, no entanto, foi possível ouvir o barulho de água caindo, provavelmente do chuveiro. Então, levei meus olhos até uma porta no canto, talvez um banheiro e certamente Henrico estava tomando banho.

Eu deveria ir embora e respeitar sua privacidade. Mas observando melhor ao redor, não consegui fazer isso, principalmente quando vi um porta retrato no canto esquerdo da cabeceira de sua cama.  Eu me lembrava daquela foto e acabei sorrindo involuntariamente ao me aproximar e pegar o objeto em mãos, enquanto me sentava na cama a encarar as versões mirins minha e de Henrico, sorridentes e com os rostos sujos de lama.

— Ninguém te ensinou que é feio mexer no que não é seu? — me assustei com a voz rouca de Henrico tão perto.

Me virei e o encontrei parado ao meu lado de braços cruzados a altura do peitoral, enquanto apenas uma toalha agarrada ao seu quadril, o cobria dali para baixo. Seu cabelo estava molhado, o que deixava os fios que eram castanhos claros — quase loiros — mais escuros. O tronco que anos atrás, era magrelo e sem definição alguma, estava muito diferente. Henrico era uma montanha de músculos, e algumas tatuagens estavam espalhadas por seu corpo.

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