Sospettare

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Henrico Capuelo (POV)

Roma, Sexta-feira, 7:00 A.M

• Escritório Capuelo, Residencial.

Estava sentado frente a mesa, analisando alguns papéis que haviam chegado para mim, pelas mãos de Yamoto. Pelo visto, os rumores de que Dimitri queria atacar a Yakuza, já havia chegado até ele, e com certeza quem lhe passou a informação, disse algo sobre eu fazer parte dessa vingança estúpida, o que nem de longe era verdade. Como eu havia dito, meu avô havia estabelecido uma trégua, havia estabelecido a paz com a máfia japonesa e não tinha necessidade nenhuma de que começássemos uma guerra com eles sem motivo.

Dimitri tinha motivos, mas isso era algo dele, algo pessoal da máfia Espanhola, que não me dizia respeito. Eu não iria me envolver. Era grato pelo apoio que ele havia me dado, mas não o suficiente para ajudá-lo planejar um ataque contra a Yakuza.

Basicamente, o quê Yamoto havia me mandado, era um acordo assinado pelo meu avô em vida e as consequências de uma possível traição. Com certeza, ele fez para me lembrar do que eu teria que enfrentar se ao menos pensasse em ajudar Dimitri e a máfia espanhola.

Por outro lado, eu sabia que também enfrentaria consequências com Dimitri se recusasse a ajudá-lo, como por exemplo, perder o seu apoio totalmente, em todos os negócios que compartilhávamos, o quê significava um prejuízo considerável. Todavia, era menos perigoso que estar na mira da máfia japonesa.

Meus pensamentos acabaram sendo interrompidos por batidas na porta. Rapidamente coloquei os papéis dentro de um envelope e guardei rapidamente na gaveta dizendo em alto e bom som para quem quer que fosse, entrar.

Sobrinho! Bom dia! — disse sorridente.

— Entra, e fecha a porta.— disse seriamente o observando.

— Claro... — disse caminhando em minha direção após fechar a porta.— Consegui algumas coisas que possam te interessar, pelo visto, não sou tão inútil quanto você pensava... não é? — sorriu de lado.

— Não deveria se achar tanto por isso, você estava na rua da miséria, eu apenas fui generoso e lhe designei um trabalho fácil para que não morresse de fome. — disse seco.— Espero que você tenha conseguido algo que vale o meu tempo.

Ele sorriu presunçoso e tirou da pasta um envelope pequeno, e então o colocou sobre a mesa.

— Olhe, por favor.

O olhei receoso mas peguei o envelope, não tardando em abrí-lo. E o que havia dentro dele, me desarmou de certa forma. Não era o quê eu estava esperando.

Engoli em seco, e peguei as fotografias as examinando de perto. Eram um total de cinco fotos, na primeira, se tratava de Aluísio conversando com a avó de Virgínia, o que era no mínimo estranho. A segunda, ele estava sentado em uma mesa próxima, enquanto Virgínia e Alice tomavam sorvete distraidamente, não consegui ver as outras.

— O quê significa isso, Júlio?

— Eu estive seguindo seu braço direito, como pediu. — suspirou.— Nos dois primeiros dias ele não fez nada demais, eu já estava pronto para passar para você que era apenas coisa da sua cabeça e que ele não era um traidor, mas aí... eu o segui e ele aparentemente foi parar na casa dessa velha, os dois conversaram alguns minutos do lado de fora, mas ela o convidou para entrar e eu não pude ver nem ouvir mais nada... — disse pensativo. — e nesse mesmo dia, ele seguiu a sua irmã e a sua namorada até o shopping, e ficou o tempo todo por perto, sem ser notado por elas... e não foi a única vez que ele as seguiu, mesmo com os seguranças que as escoltavam, ele é esperto... já não acredito mais que ele seja tão inocente!

CAPUELOOnde histórias criam vida. Descubra agora