strano comportamento

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Virgínia Ferrari (POV)

Roma, Sexta-feira, 10:00 A.M.
Mansão Capuelo, Jardim/Área de Lazer.

Vocês são muito ruins! Eu vou desistir desse jogo idiota! — Símon resmunga com um bico enorme nos lábios enquanto chuta a bola para Ariela, que acaba tropeçando nos próprios pés e caindo. — Está vendo? Eu não deveria ter chamado garotas para jogar futebol!

— Símon! — digo o repreendendo enquanto me aproximo, arrastando Ariela que se levantava com uma expressão chorosa. — Você também não é tão bom quanto acha ser!

— Mas pelo menos eu sei chutar uma bola, ela — apontou para a irmã — nem isso sabe fazer e você, não sabe defender! Eu faço gol muito fácil em você, é entediante! — ele rola os olhos. — Se o Henrico, ou o Ashton estivessem aqui, o jogo seria mais divertido!

— Ah é? — disse levemente ofendida. — Pois da próxima vez, chame eles ao invés de nos chamar, ok? Porque eu e Ariela vamos fazer coisas de menina, vamos ao shopping agora, e você não está convidado!

No fundo, eu sabia que estava sendo ainda mais infantil que o garoto, mas Símon era simplesmente a cópia de Henrico, talvez até mais difícil de lidar. Eu não conseguia agir de forma muito adulta perto dele.

Ele simplesmente pegou a bola e deu de ombros deixando eu e a irmã para trás enquanto ia em direção a casa.

— Ele é muito chato, não é Vivi? — Ariela resmungou me abraçando de lado.

— Ele é, é igualzinho o Henrico.— resmungo o observando se afastar.

— Será que ele vai ficar assustador como ele quando crescer? — Ariela disse se agarrando mais em mim.— Eu tenho medo do Henrico...

Suspirei e fiquei pensativa. Será que Símon ficaria igual ao irmão? E isso seria ruim? Bom, parcialmente.

É tão bom ver vocês duas se dando tão bem, sabia?

Pega de surpresa, me virei dando de cara com Aron. Ele tinha um sorriso ladino estampado nos lábios e as mãos nos bolsos da calça.

— Você é ótima com crianças.— ele diz em um tom amigável.— Será uma boa mãe.

Meio constrangida, pois Aron nunca havia trocado mais que um simples cumprimento comigo antes, não quando estávamos sozinhos, sem o resto dos irmãos, me limitei a sorrir breve e agradecer.

— Tô achando bom você aqui, acho que tem feito muito bem ao Henrico.— diz se aproximando mais um pouco.— Sabe, ele... é louco por você, e você... é louca por ele? — questionou me olhando nos olhos.

— E-eu...ham...somos amigos, apenas isso... — disse meio sem jeito.

— Tem certeza? Então...está disponível? — abre um sorriso sugestivo, o que me deixa totalmente confusa.

— Não...quer dizer...— disse o encarando sem jeito.— O quê quer dizer com isso?

— O que você acha que eu quero dizer? — ele deu de ombros. — Consegue olhar para outro homem, que não seja o Henrico?

Suspiro e olho para Ariela que me olhou de volta, com os olhinhos totalmente perdidos. Aquele não era um assunto confortável para uma criança, o quê raios Aron estava fazendo?

— Aron, olha...

— Me sinto atraído por você.— diz e sorri breve antes de me encarar.

— O quê?! — digo totalmente surpresa e de olhos/boca arregalados.— Você tem uma namorada.

CAPUELOOnde histórias criam vida. Descubra agora