Capítulo 09

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Passaram alguns dias após nossa chegada, Bruno dormia alguns dias comigo enquanto Gabi não chegava, fomos na praia algumas vezes, pois ele queria surfar e em um desses dias Túlio nos convidou para seu aniversário no próximo final de semana. Chegou o dia do aniversário, era em Stella Maris, na casa do Túlio. Eu nem sabia que ele morava lá mesmo. Era uma casa grande e bonita, depois que Bruno me disse que ele era gerente de um banco. Túlio nos recebeu muito bem, Júlia veio falar comigo, estávamos um pouco mais próximos, mas nem tanto também, rs. Ficamos juntos a alguns amigos surfistas de Bruno e Túlio, fui apresentado a alguns que eu não conhecia.

Bruno: Vou pegar uma bebida para a gente, amor.

Eu: Certo.

Quando Bruno saiu, Thiago e Pedro chegaram, eu procurei fingir naturalidade, como se não os conhecessem. Alguns amigos deles já sabiam da treta, outros não. Eles chegaram perto do grupo, falaram com o aniversariante e depois com o restante do pessoal, Pedro sendo apresentado a quem não o conhecia. Thiago olhou para mim, mas ficou quieto. Bruno chegou, me entregou minha bebida, eles se falaram balançando a cabeça com um "e aí" e nada mais. Colocou a mão em minha cintura e ficou ainda mais próximo a mim.

Bruno: Quer sentar em outro lugar? - Perguntou em meu ouvido.

Eu: Não, não precisa. Não vou te deixar afastado dos seus amigos por causa da presença deles. - Respondi também em seu ouvido.

Bruno: Mas muitos aqui já sabem o que rolou, amor!

Eu: Mas eu não quero sair de antipático. É só nenhum dos dois mexerem comigo e aí eu sigo na minha educação.

Conversa vai, conversa vem. Alguns olhares de Thiago, porém ele não teve retribuição minha. Alguém decide tirar minha paz.

Pedro: Vai tentar monitoria este ano de novo, Phelipe?

Eu: Oi? Está falando comigo? - Bruno e Thiago me olhavam.

Pedro: Sim! Perguntei se você vai tentar monitoria de novo.

Eu: Não, não vou.

Pedro: Vai dar uma trégua aos calouros então? - Ele ironizou.

Eu: Não. Na verdade eu vou ter uma trégua de vocês. Fui chamado para uma bolsa de iniciação científica com a professora de Biologia Celular. - Ele me olhou com uma cara de desdém.

Pedro: Mas ela não tem que fazer uma seleção?

Eu: Não precisa se ela não quiser. Ela reconheceu o bom trabalho que fiz e me convidou.

Ficamos mais um pouco na festa, depois era hora de irmos embora, falamos com quase todos da mesa (leia-se menos Thiago e Pedro) e depois nos despedimos do aniversariante.

Bruno: Tulhão, amigo. Já vamos pois temos que arrumar a mala que vamos para Alagoinhas amanhã. Vou levar o Lipe para conhecer minha família.

Túlio: Eita, vai conhecer os sogros!

Eu: Olha o que ele tá armando para mim, Túlio. Olha a responsabilidade.

Túlio: Vão lá, meus amigos. Bom receber vocês aqui.

Nos despedimos e seguimos. Bruno me deixou em casa para arrumar minhas coisas e seguiu para a sua. Enquanto arrumava tudo, recebo uma ligação de número sem identificação, penso algumas vezes antes de atender, mas atendo.

Pessoa: Então é oficial que você e Bruno estão namorando? Até aliança os dois estão usando.

Eu: Acho que isso não te diz respeito, Thiago.

Thiago: Me incomoda saber que outro cara está transando com você! - Não sabendo ele que eu e Bruno ainda não havíamos transado, mas não seria eu quem contaria isto.

Eu: Tantas coisas me incomodavam, Thiago, ainda assim você fez. Como falei, isto não te diz respeito.

Thiago: Eu ainda te amo, Phelipe!

Eu: Eu não posso fazer nada quanto a isso. Mas digo pela experiência que passei, logo esse amor vai passar, assim como o meu passou.

Thiago: Não fale assim, eu não acredito nisso. - Ele começou uma voz de choro. - Tivemos uma história juntos.

Eu: Que você fez o favor de jogar tudo no lixo. Cara, você não faz ideia do quanto eu te amei. Do quando eu me dediquei tanto pelo nosso namoro. Você cagou para mim, para o que eu sentia por você. Ainda assim te perdoei, sem nem tocar no assunto, virando a página de verdade. Eu tive a oportunidade de ficar com outros caras, Thiago, fosse na academia, na praia, na faculdade, de todos os caras que já deram em cima de mim. Eu poderia ter ficado com Bruno quando eu quisesse, mas eu te amava muito, te respeitava e nunca retribui nenhuma cantada de qualquer homem. Só me esquece, Thiago. Vá viver sua vida com o rapaz que você escolheu ficar. Seja feliz e me deixa ser. - Ele chorava com tudo o que eu dizia. - Eu estou bem com Bruno, estou feliz, estou me recuperando de todas as feridas que vc causou em mim, juntando cada pedaço, então te peço que me deixe viver em paz. Aproveito também para te pedir que fale com seu namorado para fazer o mesmo. Vou desligar aqui. Adeus. - Desliguei a ligação.

Eu sentei na cama e chorei. Mas não chorei por amor a ele, nem por saudade, chorei por tudo o que passei e ainda tenho passado, ao invés de seguirem suas vidas. Bruno veio ficar comigo e contei tudo para ele, pois não me sentiria confortável em esconder isto. Fiquei mais tranquilo no decorrer do dia, à noite pedimos sushi e dormimos sossegadinhos. Viajamos no dia seguinte pela manhã. A cidade de Bruno é relativamente perto de Salvador, cerca de duas horas.
A viagem foi tranquila e eu estava super apreensivo para conhecer os pais dele. Mas chegando lá, fui tratado muito bem. Todos estavam muito receptivos comigo e ansiosos pela minha chegada. A irmã dele já estava me chamando de cunhado. Fizeram um almoço delicioso e ainda ouvi da mãe dele que não existia dieta na casa dela hahaha. Passamos apenas cinco dias lá, pois Bruno iria viajar para São Paulo para fazer seu estágio supervisionado.

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