Capítulo 18

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      Final do ano chegou, finalizei mais um semestre, Bruno finalizou seu curso e no início do próximo ano seria sua formatura. No dia 22 de dezembro eu peguei o ônibus para a minha cidade, Bruno iria no dia 25, pois ele passaria a ceia de natal com sua família. Gabi viajou antes de mim, pois no dia 25 ele voltaria para Salvador para ficar com Matheus e sua família, depois eles viajariam juntos no réveillon. Dessa vez não iríamos virar o ano juntos. Tinham alguns dias que eu estava recebendo mensagens de bom dia/ boa noite de Thiago, eu ignorava todas.
      A ceia de Natal dessa vez não foi na minha casa, todo mundo iria se reunir na casa do meu tio, irmão do meu pai, só que desta vez estavam presentes alguns familiares da esposa dele. Conversa vai, conversa vem, eis que uma parente da esposa do meu tio me faz uma pergunta enquanto eu me servia com um copo de suco, seu nome era Sônia.

Sônia: E você, menino bonito, sua namorada não veio passar a ceia com a gente?

Eu: É comigo? - Já olhei para ela respirando fundo. Minha prima olhou para a minha cara.

Sônia: Sim.

Eu: Meu namorado chega amanhã. - Ela me olhou surpresa.

Sônia: Oh, meu filho, você é gay? Tão novo e já envolvido com essas coisas. Vou orar a Deus por você.

Eu: Eu ouvi bem?

Mãe: Como é que é?

Eu: Oh, minha senhora, eu nem te conheço, nem sei seu nome, mas vou te pedir com toda a educação. Ora pela senhora. Pede à Deus para tirar esse preconceito do seu coração.

Sônia: Mas é sobre o que está escrito na palavra de Deus.

Mãe: Não! É sobre ter respeito e educação! Sua religião guarde para o seu íntimo, não para meu filho.

       Toda esta conversa foi em tom baixo, para não chamarmos a atenção de todos e estragar o Natal dos demais. Ela se levantou e entrou na casa.

Prima: Eeitaaa... o espírito natalino! Hahaha

Mãe: Por essas e outras que eu gosto do Natal na minha casa.

      No dia seguinte acordei cedo para correr antes de Bruno chegar, já que ele chegaria cansado e não iria correr comigo. Ele chegou e o recebi na porta de casa com um beijo.

Bruno: Saudades, meu amor!

Eu: Também estava morrendo de saudades. Fez boa viagem?

Bruno: Até que sim! Foi tranquila.

Eu: Maravilha. Vamos entrar. Deixa eu te ajudar com suas coisas.

      Entramos, ele falou com meus pais e seguimos para meu quarto para ele tomar um banho. Antes disso ele me jogou na cama e me encheu de beijos.

Bruno: Te amo!

Eu: Eu também te amo!

Bruno: Vamos transar rapidinho?

Eu: Você sabe que meus pais estavam só esperando você para almoçar, não é?! Minha mãe fez um almoço todo gostoso para o genro dela.

Bruno: Droga! É verdade! Não posso deixar que esperem mais. Maaas antes... deixa eu te dar seu presente! - Ele foi até a sua mochila e me deu uma caixa pequena embrulhada.

Eu: Eita... o que é?

Bruno: Abre!

      Desembrulhei a caixa e dei um pulo em seu pescoço em um abraço. Era um iPhone 5s, lançamento de 2013. O meu era um 4s e eu estava mesmo cogitando troca-lo.

Eu: Obrigado, meu amor! Fiquei muito feliz.

Bruno: Eu ouvi você falando que queria trocar o seu.

Eu: Sim, verdade!

Bruno: Aproveitei e comprei um para mim também, só que preto.

      Eu também tinha um presente para ele, mas que ele não fazia ideia do que era. Minha mãe disse que eu fui muito criativo com esse presente.

Eu: Também tenho um presente para você. Mas só vou te dar depois do almoço.

Bruno: Aahhh, amor... não me deixe curioso!

Eu: Você não vai se arrepender em esperar! É que meus pais estão nos esperando.

Bruno: Tá certo, mas só por isso! Caramba, amor, me deixou mega curioso. - Falou enquanto entrava no banheiro.

      Descemos e fomos direto sentar na mesa para almoçar. Minha mãe havia feito duas lasanhas, uma bolonhesa, outra frango com molho branco. Lasanha é a especialidade dela.

Mãe: Está gostosa, Bruno?

Bruno: Nossa... Maravilhosa!!

Mãe: Lipe adora a minha lasanha. Olha que ele aprendeu a fazer e fica muito boa, mas ele diz que a que ele faz não chega perto da minha.

Eu: Não tem nem comparação, mãe! - Ela fica se achando quando recebe elogio pela comida.

Bruno: Phelipe cozinha bem mesmo, ainda mais quando ele está inspirado.

Mãe: Nós dois somos assim. - Uma pausa. - Já entregou o presente dele?

Eu: Ainda não.

Bruno: Para... todo mundo aqui já sabe o que é?

Eu: Sim! Hahaha

Bruno: Aahh, não faz isso comigo!

Pai: Vai logo pegar para ele, filho!

Eu: Eu estou gostando de vê-lo se mordendo de curiosidade assim. Hahaha

Bruno: Não seja malvado comigo!

Eu: Deixa eu ir lá em cima pegar. Mas fique de olhos fechados. Não abra!

Bruno: Tá certo, pode deixar! - Fui pegar o presente e logo desci.

Eu: Fecha os olhos!

Bruno: Já estão. Eu não vou abrir!

Eu: Surpresa!! - Ele abriu os olhos e se virou.

Bruno: Caraalhooo!! Opa, desculpa o palavrão! Meeeu Deus, que coisa linda, Phelipe!! - Era uma prancha nova, toda linda, branca com detalhes em azul e amarelo, pedi que colocasse a data que começamos a namorar (29/12/2012). - Que presente perfeito, amor! Muito obrigado! Estou muito feliz. - Ele segurou a prancha com um braço e com o outro me abraçou. Me deu um selinho e mais uma vez agradeceu.

      Ele estava todo sorridente, todo radiante. Acertei em cheio no presente.

Bruno: Como você sabe que é está numeração e modelo?

Eu: Túlio me ajudou. Eu perguntei umas coisas para ele e me passou alguns contatos também.

Bruno: O melhor presente que eu poderia ganhar! Tô apaixonado demais! Ela estava lá no seu quarto? Eu não vi.

Mãe: Nada! Ele deixou lá no nosso quarto.

Bruno: Ah sim, por isso.

      O restante do dia foi bem agradável. Fomos para o quarto, onde transamos algumas vezes e depois assistimos um filme (ou tentamos), mas pegamos no sono.

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