Alguns meses se passaram, Bruno passava mais tempo no meu apartamento do que no dele. Ele já estava trabalhando, cheio de contatos com outros dentistas. Chegou um momento que ele chegava em casa tarde, pois todos saíam da clínica e íam para algum bar ou restaurante, se tornou tão frequente que já me incomodava. Algumas vezes eu já estava deitado, ou dormindo, quando ele chegava. Quando eu o questionava, ele dizia que precisava fazer contatos para o surgimento de possíveis oportunidades melhores de emprego na área. Quase todas as vezes ele chegava alterado. Nosso sexo era menos frequente por conta dessa rotina dele, se eu já estivesse dormindo ele nem tentava nada, pois sabia que eu detesto que me acorde.
Em um dia eu acordei de madrugada para ir ao banheiro, Bruno já estava dormindo, seu celular começa a tocar uma notificação atrás da outra, aquilo me chamou atenção e fui ver. Era um número que não estava salvo."Obrigado pela companhia nesta noite! Foi muito boa!"
"Você parece ser um cara bem bacana."
"Foi um prazer imenso ter te conhecido."
"Vamos sair outros dias, será um prazer!"
Essas mensagens me deixaram intrigado. Quem era? O que estava acontecendo? Eu já não conseguia mais dormir. Fiquei sentado na cama o resto da noite. Como ele chegou alterado, acabou dormindo a noite inteira. Já estava tudo claro, eu não consegui mais dormir, levantei para ir ao banheiro, voltei e ele já havia acordado.
Bruno: Bom dia, amor! - Eu não respondi e ele percebeu que eu estava diferente, de cara fechada. - O que aconteceu? Eu te dei bom dia! - Continuei calado, trocando minha roupa. - Eu estou falando com você! - Ele pegou no meu braço.
Eu: Solta a porra do meu braço! Que merda! - Puxei.
Bruno: O que é que está acontecendo, Phelipe?
Eu: Onde você estava ontem?
Bruno: Eu saí com uns amigos do trabalho. Você sabe.
Eu: Eu sei?
Bruno: Sim!
Eu: Pega o caralho do seu celular.
Bruno: O que ele tem?
Eu: Pega a porra do seu celular. - Ele pegou. - Leia as mensagens?
Bruno: Você mexeu no meu celular?
Eu: Não mexi, nem precisei. Mas eu não posso? Tem algo a esconder neste celular? - Ele não respondeu. - Abra as mensagens.
Bruno: Puta merda!
Eu: Quem é ele? Me diz logo o que aconteceu e vamos adiantar logo isso. - Ele respirou fundo.
Bruno: Não aconteceu nada. Eu o conheci ontem. Ele é um dentista amigo dos meus colegas lá da clínica, ficou dando em cima de mim durante à noite, mesmo eu não retribuindo. Nem sei como ele conseguiu meu número, na certa alguém passou para ele.
Eu: Você está mentindo! Arruma suas coisas.
Bruno: Que mentindo, Phelipe!? Pelo amor de Deus! Pare com isso que não vou arrumar porra nenhuma.
Eu: Vá arrumar suas coisas!
Bruno: Phelipe, para! Estou falando a verdade, caralho!! Você acha que sou quem? Acha que eu sou o menino do cara que você namorou? Eu te amo e tenho responsabilidade sobre você e meus sentimentos.
Eu: Quem é este cara, Bruno?
Bruno: Eu juro pela minha vida, pela vida dos meus pais, que eu o conheci ontem, mas não tivemos nada, eu não retribui às investidas dele, eu não passei meu número. Phelipe, eu não preciso de mais ninguém em minha vida! Eu nunca trai nem meu ex, que foi um merda comigo, por que eu te trairia?
Eu: Você já percebeu o quanto está estranho? Chegando em casa tarde, saindo para bar quase todos os dias.
Bruno: Eu já te disse que eu preciso fazer contatos.
Eu: Fazer contatos agindo desse jeito? Olha, Bruno, acho que você precisa entender que fazer contatos é importante, mas você mostrar que você é um bom profissional é essencial, assim o reconhecimento vem e as pessoas te procuram.
Bruno: Tudo bem! - alguns segundos de silêncio. - Você é muito bravo, Phelipe! Achou mesmo que eu iria trair você?
Eu: Eu não duvido de nada e ninguém.
Bruno: Não confia em mim?
Eu: Depois dessas suas mudanças de comportamento, ficou difícil.
Bruno: Tudo bem, Phelipe, pense o que você quiser.
Eu: Vou tomar café e sair para malhar.
Bruno: Me espera que vou com você.
Eu: Quero ir sozinho. Quero me desestressar. Se eu ficar na sua companhia agora, a gente briga e eu cometo algum crime contra você.
Tomei meu café da manhã e saí para academia.
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Você acredita em vida depois do amor?
Historia CortaEsta história é a continuação do conto "O Veterano dos Sonhos". Para quem não conhece, sugiro que primeiro o leia para depois iniciar esta nova história. Será que Phelipe vai superar todos os desafios vividos no seu antigo relacionamento?