Passou mais ou menos um mês, chegou o dia da volta de Bruno para Salvador. No dia anterior foi o último dia de estágio dele. Matheus e eu fomos buscá-lo no aeroporto. Logo ele deu as caras no desembarque.
Matheus: Caramba, é impressão minha ou Bruno tá mais forte?
Eu: Está sim. Mais do que a última vez que ele esteve aqui. - Eu fiz uma cara estranha, Matheus observou. Logo ele veio ao nosso encontro.
Bruno: Oi, meu amor! - Me deu um beijo, um abraço me levantando do chão. - Que saudades que eu estava de você.
Eu: Eu também estava.
Ele falou com Matheus, lhe dando um abraço. Matheus nos deixou no apartamento de Bruno, para que ele pegasse seu carro.
Bruno: Aahh, amor... que saudade!! - Ele me beijou. - Nem acredito que esse estágio já acabou. Que estou de volta de vez para perto de você.
Eu: Eu estava ansioso, sabia!? Eu não imaginava que me apegaria tanto a você em tão pouco tempo e ficarmos longe me deixaria com tanta saudade.
Bruno: Olha... isso é uma declaração de amor? Hahaha.
Eu: É um namorado apaixonado e cheio de saudade.
Bruno: Lindo! Eu amo você! - Ele me abraçou forte e nos beijamos.
Eu: Você está mais forte do que a última vez que veio.
Bruno: Não estou não, amor!
Eu: Está sim! Quer me contar alguma coisa?
Bruno: Contar o que?
Eu: Não sei, você quem vai dizer.
Bruno: Vou tomar um banho e depois vamos sair para comer algo, certo? - Ele mudou de assunto e saiu de perto de mim, tirando a sua camiseta. Suas costas estavam cheias de espinhas.
Eu: Se não me contar, sabe que eu descubro e aí é pior!
Bruno: Para com isso e vem tomar banho comigo. - Eu não fui. Passou um tempo e ele grita. - Amor, vem tomar banho comigo. - Não fui. Ele saiu do banheiro. - Eu estou te chamando para tomar banho comigo, vem cá, vem!
Eu: Eu não vou! Você está mentindo para mim! - Ele me deu as costas e voltou para o banho.
Ele saiu do banheiro em silêncio, eu olhava para ele, mas ele desviava o olhar. Entrei no banheiro, tomei meu banho e logo saí.
Eu: Preciso passar em casa para trocar de roupa e terminar de me arrumar. - Eu não tinha nenhuma roupa no apartamento de Bruno, já que ele ficava mais tempo no meu apartamento do que no dele.
Bruno: Tá certo. - Ele ficou com poucas palavras e sem olhar para mim.
Eu: Vai continuar na mentira ou vai contar a verdade? Se for continuar mentindo para mim por isso, imagino que mentirá por outras coisas também.
Bruno: Claro que não, Phelipe!
Eu: Não é o que parece. Desde quando isso tá acontecendo?
Bruno: Do que você está falando?
Eu: Tem mais alguma coisa que eu não percebi?
Bruno: Não!
Eu: Então me responde!
Bruno: Tem uns dois meses.
Eu: E desde quando você precisa tomar anabolizante, Bruno?
Bruno: Eu queria ficar mais forte e bonito para você!
Eu: E você acha que eu não gostava de você antes? Cara, eu me encantei com você do jeito que você era, eu escolhi namorar com você pelo que conheci. Você já era musculoso, Bruno, para que mais? Eu mesmo havia falado que não precisava, que estava ficando exagerado. Você está colocando sua saúde em risco e quer justificar que é para me agradar? Não faça isso! Foi uma decisão sua e exclusivamente sua!
Bruno: Desculpa! Tá certo.
Eu: Se você quer continuar comigo, pare de tomar isso! Não vou ficar ressentido em cada um seguir para um lado. - Ele olhou para mim assustado.
Bruno: Ei, nunca mais fale isso! Não gosto de pensar nessas coisas.
Eu: Você ouviu o que eu falei?
Bruno: Ouvi sim, amor! Não vai se repetir!
Eu: Você diz que fez isso por mim, mas você já imaginou se acontecesse algo pior com você, no quanto eu poderia me sentir culpado? No quanto isso mexeria comigo e seria doloroso? Isso não é nem um pouco pensar em mim, Bruno!
Bruno: Me desculpa! Por favor, me perdoe!
Eu: Você é incrível do jeito que você é! - Dei um beijo, ele me abraçou e retribuiu.
Bruno: Eu te amo! Eu tenho medo de te perder!
Eu: E você acha que eu quero perder você? Você acha que eu preciso disso para ter você comigo?
Bruno: Você tem razão, meu amor! Vem cá. - Ele me puxou para a cama. - Deita aqui um pouco comigo. Só quero você um tempinho em meus braços.
Ele me abraçou em uma conchinha. Ele ficou bem reflexivo e triste consigo mesmo por conta da minha bronca. Ele viu que tinha feito uma besteira muito grande. Não precisei falar mais nada, eu não iria ficar reclamando mais, pois ele já tinha entendido o recado. A cada dia que passava eu me encantava ainda mais por Bruno, eu tinha a certeza de que eu queria ter ele comigo.
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Você acredita em vida depois do amor?
Short StoryEsta história é a continuação do conto "O Veterano dos Sonhos". Para quem não conhece, sugiro que primeiro o leia para depois iniciar esta nova história. Será que Phelipe vai superar todos os desafios vividos no seu antigo relacionamento?