Capítulo 12

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Uma semana depois do carnaval iniciaram as aulas, eu tinha ido para o quinto semestre. Fui na sala da minha orientadora para conversar com ela sobre o projeto de iniciação científica.

Professora: Adivinha de quem eu recebi um e-mail me perguntando sobre a seleção do projeto?! - Olhei para sua cara com uma expressão de dúvida. - É quem você está pensando mesmo.

Eu: Tá falando sério?

Professora: Seríssimo!

Eu: Isso é perseguição, só pode!

Professora: Mas ele sabia que você estava no projeto?

Eu: Sim! Eu mesmo contei. Ele foi para o aniversário de um amigo e começou a me questionar sobre as aulas de monitoria e soltou uma provocação. Aí eu falei que fui chamado para o IC.

Professora: Você não iria ficar por baixo, não é? Rs

Eu: Não mesmo.

Professora: Respondi a ele que todas as vagas já estão preenchidas.

Eu: Quer apostar que ele vai se candidatar à vaga de docência?

Professora: Acredito que sim.

Passaram alguns dias de aula, minha rotina seguindo normal, aula, academia, estudos, conversando com Bruno em todo tempo livre que ele tinha e eu também, principalmente a noite quando eu terminava de estudar. Como de praxe, todos os dias eu via Thiago e Pedro na faculdade, mas eu seguia ignorando os dois.
Haviam marcado a calourada daquele semestre e eu estava até um pouco animado para ir. Chegando o dia, um sábado, me arrumei, fiquei todo bonito, fiz questão de usar um short curto, pois na última festa isso tinha sido motivo de confusão e Bruno não se importava com isso.

Gabi: Quando o viado é bonito mesmo, não precisa se arrumar muito. Você se acha não é, viado?

Eu: Tô bonito?

Gabi: Sorte do seu boy que você só tem olhos para ele, porque homem não ia faltar pra você, amigo!

Eu: Olha as conversas hahaha

Gabi: Já falou com Bruno?

Eu: Sim. Até mandei uma foto para ele. Perguntei se estou bonito, ele adorou.

Seguimos para a festa, dessa vez foi em uma casa ainda maior na Pituba. Chegando na casa, Isa já estava lá esperando a gente. Já tinha uma galera na piscina, um paredão tocando, gente dançando.

Eu: Chegou cedo, piriguete!

Isa: Cheguei tem uns quinze minutos. Tá bem animado aqui.

Eu: Tô vendo. Isso é bom, porque depois o comentário é de que a festa foi flopada.

Isa: Quem tem boca, fala o que quer.

Eu: Já volto. Deixa eu pegar alguma coisa pra gente beber.

Gabi: Vou com você, amigo. Te ajudo.

Fui com Gabi pegar bebida, a festa estava cheia, fui passando e falando com o pessoal que eu conhecia e que também vinha falar comigo. Uma menina da turma de Thiago, que estava no mesmo grupo que ele, parou e falou comigo, Thiago me olhou de cima a baixo e mirou no meu short, Pedro olhou para sua cara. Dei um abraço na menina e saí.

Gabi: Você viu!?

Eu: Consegui perceber, mas quero que se foda.

Pedimos as bebidas e enquanto esperávamos Pedro chegou e pediu uma bebida também, mas ele não iria perder tempo de destilar o veneno.

Pedro: O tamanho do short é para provocar o namorado dos outros? - Eu o ignorei. - Resolveu apelar agora?

Gabi: Desencana, viado! Vai ficar insistindo nessa merda até quando?

Pedro: Tem advogado agora, Phelipe? - Continuei em silêncio, mas já perdendo a minha paciência.

Gente, meu short estava curto, mas só na metade da minha coxa e ele era folgado. Eu, particularmente, não via nada demais nisso. Pegamos nossas bebidas e saímos de lá.
Seguimos curtindo a festa, alguns amigos perguntando sobre Bruno, um calouro veio dançar comigo me pegando por trás e eu logo me esquivei. Um colega da Biologia deu logo um grito com ele hahaha.

Colega: Calouro, calouro... você não tem medo de apanhar não? Já viu o namorado dele? O tamanho do armário? Tem medo da galinha pulando não?

Calouro: Ligo não. Ele é grande, mas não é dois! Gosto de adrenalina e se ele quiser a gente divide o gatinho aqui.

Todos nós rimos muito do que ele falou. O menino estava um pouco alterado, mas a situação foi engraçada.
O paredão continuava tocando, eu já havia bebido um pouco, não estava bêbado, porém estava soltinho. Lembro que tocava algum funk, não recordo qual, eu e Gabi dançando e algumas vezes íamos até o chão, ele fazendo o quadradinho que não sei fazer direito. Alguns colegas da turma de Thiago estavam perto, aí ele, já um pouco bêbado, chegou para conversar com eles e me viu dançando. Do nada eu sinto alguém pegando em meu braço.

Thiago: Precisa dançar assim?

Eu: Me solte! Tá louco, cara?

Matheus: Solta ele, Thiago.

Thiago: Precisa ficar provocando assim?

Eu: Não te devo satisfações nenhuma. Quem me come não está incomodado, não vai ser você quem vai ficar! - Quando eu falei isso ele apertou meu braço mais forte e me jogou na direção de Matheus, que me segurou.

Gabi: Você está bem, Lipe? Que escroto filho de uma puta! Eu vou quebrar a cara dele! - Gabi foi saindo em direção à Thiago, mas Matheus o segurou pelo braço.

Matheus: Você não vai pra canto nenhum! Fica aqui.

Isa: Isso vai ficar roxo.

Gabi: Vai sim, do jeito que é branco.

Matheus: Está doendo?

Eu: Doeu um pouco, mas vai ficar roxo sim.

Gabi: Já sabe que vão falar para Bruno, né!?

Eu: Tô ligado! Eu vou falar o que aconteceu, não vou esconder.

Quando eu achava que nada mais poderia piorar, piora!

Pedro: Você não cansa de dar em cima do meu namorado não, sua bixa escrota?

Eu: Como é?

Pedro: Eu vi o que você fez! - Ele foi chegando perto de mim, colocando o dedo na minha cara. - Fica longe dele, sua puta nojenta!

Eu: Tira a porra do dedo da minha cara!

Pedro: Vai fazer o que, vagabunda?! Vai me bater?

Matheus: Vai embora, cara! Deixa todo mundo em paz! - Já foi separando a gente

Pedro: Não vou sair daqui não. - Todos já nos olhávamos. - Fica longe, puta! - Deu um tapa forte na minha cara.

Meu sangue subiu na hora que levei o tapa. Imediatamente eu revidei com um soco em seu nariz, que o fez cambalear para trás. Bati com muita força e toda a raiva que estava dentro de mim. Ele colocou a mão no nariz, que estava sangrando. Fui para cima dele, desviando de Matheus, e dei mais um soco no outro lado do seu rosto.

Eu: Isso é por tudo o que você já fez comigo, seu escroto do caralho. Acha que eu sou algum idiota para você bater na minha cara de graça, filho da puta? - Thiago apareceu para ver o que aconteceu, pegando no rosto do seu namorado. - Isso é para ele aprender a não mexer comigo. Mantém a merda do seu namorado longe de mim, Thiago! Suma você também!

Thiago: Precisa isso, Phelipe?

Eu: Tá de brincadeira comigo? Cara, vaza da minha frente com o outro aí. - Os dois saíram de lá, alguns amigos deles indicaram que fossem embora e acho que alguém os levou.

Isa trouxe água para mim, eu consegui me acalmar um pouco e comecei a ficar mais animado com a festa.

Gabi: Quer ir embora? Se quiser, eu e Matheus vamos contigo.

Eu: Eu não. Vamos aproveitar, não devo nada a ninguém.

Colega: Mais uma festa que tem entretenimento envolvendo Phelipe! Hahaha - Eu tive que rir desse comentário.

Aproveitamos o restante da festa e depois seguimos para casa, sem demais intercorrências.

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