Desencontro.

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Pinn

Piiiiiiinnn

Piiiiiiiiiiiiiiiinnnnnnn

– Mas que porra! Quem é o futuro defunto que perdeu o dedo na minha campainha?! – Dahyun pulou da cama com a furia de ser acordada de forma tão brusca e insistente.

– Já vai! Não sei como o Sr. Jun deixou você subir, mas juro que vou chutar a sua bunda e depois a dele. – Antes de abrir a porta, Dahyun tentou colocar os assanhado cabelos atrás da orelha, não tentando se tornar mais apresentável, mas só para ter uma visão bem clara de quem ela ia chutar elevador a baixo.

– Olá Dahyun! – De uma forma absurdamente calma e cínica Nayeon chamou pela mulher que acabara de abrir a porta. – Se minha memória estiver boa e eu acredito que esteja, tenho certeza que agora você deveria estar abrindo uma garrafa de vinho para Rosé! – Desta vez ela falou em um tom alto e efusivo.

– Olha Nay, juro que eu posso explicar. – Dahyun disse na defensiva.

...

– Então explique. – Nayeon disse após vê que Dahyun não continuou a falar, batendo o pé de forma impaciente, acabou apenas empurrando sua cunhada para dentro do apartamento, assim podendo entrar também. – Porque olha só esta história; eu estava em uma noite maravilhosa com a Jeong, minha amada noiva, sua irmã, apenas jogando conversa fora enquanto tomávamos sorvete até a Rosé me ligar toda chorosa dizendo que você não só, não apareceu e deixou ela plantanda naquele restaurante como também não atendia ou respondia as mensagens dela. Então que Deus lhe ajude a conseguir uma excelente explicação pra isso. – A raiva crescia no olhar de Nayeon enquanto ela contava o acontecido. Ela tinha relutado um pouco para arrumar aquele encontro para sua cunhada, já que Rosé era uma amiga.

Após suspirar forte e se lançar no sofá, Dahyun esfregou os olhos na tentativa de que aquilo a ajudasse a encontrar uma maneira de escolher as palavras certas para explicar porque tinha feito aquilo, mas mesmo sem notar o real tempo em que permaneceu calada, acabou se dando conta que agora Nayeon se encontrava em pé na sua frente ainda parecendo furiosa.

– Eu tive medo. – Apenas uma pequena frase sussurrada foi o que conseguiu se arrastar para fora da sua boca.

– Seu medo não e um passe livre para usar e machucar pessoas, Dahyun! - Nayeon não gritou e seu tom não era mais tão furioso. – Eu entendo como ainda é muito difícil para você, mas isso não lhe dá o direito de trazer pessoas para sua vida apenas para deixa-las confusas e tristes com você.

– Eu sei, eu juro que não era isso que eu queria provocar, Rosé é incrível e a última coisa que eu queria era deixa-la triste. – Dahyun disse sincera.

– Mas foi exatamente o que você fez. Faz 4 anos que tudo aconteceu, parece muito tempo olhando de fora, mas você tem todo o apoio e amor de nós para lidar com isso. – Nayeon se sentou ao lado de Dahyun e a trouxe para mais perto de seu corpo, ainda estava com raiva e querendo continuar com a bronca, mas era impossível não entender o lado de sua cunhada. – Nem eu, a Jeong, a Mina ou a Chae e seus pais podemos consertar o que ela te fez. Mas estamos aqui e vamos continuar, você não precisa dá mais passos do que consegue.

– Eu queria tentar, eu preciso seguir em frente alguma hora, não posso ser o meu passado, ser o que ela fez comigo, não posso deixar que ela continue me machucando. – Dahyun não estava chorando, mas seus olhos brilhavam sofridos.

– E você também não pode usar pessoas, a Rosé não é um teste para você saber se realmente seguiu em frente ou não, você precisa ter responsabilidade. – Por mais que compreendesse a cunhada e soubesse o quão delicado era tudo aquilo, Nayeon sabia que precisava mostrar que a atitude dela com a Rosé foi errada. – Você tem que se desculpar, tem que ser honesta, mesmo que não seja totalmente transparente sobre tudo, sei que existem limites para se abrir, mas você não pode se esconder e fingir que a vida não estar passando.

– Amanhã, bem cedo, flores e croissant, eu juro! Eu vou tentar ser o mais honesta possível, e também pretendo me redimir, quem sabe ela não me dá uma segunda chance? – Dahyun falou e olhou com expectativa para Nayeon.

– Eu duvido, Dubu. Mas pelo menos vocês podem resolver este episódio e tentar uma amizade com ela. – Nayeon deu um meio abraço e depois deu um leve soquinho no ombro direito de Dahyun. – Não pense que eu não te entendo, ou que não torço para você conseguir retomar sua vida por completo, mas você é adulta e precisa ser madura e responsável com os sentimentos das pessoas, por favor. Eu sempre vou te ajudar, não conseguir este encontro pra você, para que você usasse a minha amiga, fiz isso porque julguei que talvez você estivesse pronta... Eu estava errada também, insistir e coloquei um peso que você não soube segura.

– Não conta pra Chae, mas você é a melhor cunhada, sei que você quer meu bem, eu prometo avisar quando for demais para mim, tá bom? – Com o clima melhor e o temperamento de Nayeon controlado agora, Dahyun queria poder voltar a seu sono. – Não quero te expulsar, mas eu planejo voltar para meu sono da beleza.

– Claro, vejo o quanto você tá precisando – Nayeon jamais deixaria de responder uma piadinha com deboche ou provocação, ela era assim. – Eu também tenho muita coisa pra fazer esta noite.

– São 12h47 da madrugada, o que você tem pra fazer além de dormi... ah! Credo, não acredito que não me toquei, agora preciso de algo pra pensar antes que imagens do inferno aonde você é minha irmã estão... aaaaaaaa! Sai da minha mente!! – Dahyun fazia um drama, com olhos arregalados e expressão de nojo.

– Obviamente o único neurônio do qual você divide com a Jeong e a Chae está inativo agora. – Nayeon falou revirando os olhos.

Dahyun queria responder aquilo, mas com certeza não era a sua vez de usar o neurônio.

– Bom, eu já vou indo. A Rosé gosta de croissant fresquinho com geleia de morango e manteiga sem sal. – Nayeon abraçou sua cunhada, se encaminhou até a porta e simplesmente saiu do apartamento, seu dever ali estava cumprido.

Após voltar para seu quarto Dahyun pensou novamente em algo que já era um costume para ela, o quão não era justo aquilo, o quanto aquele trauma a limitava, até mesmo a controlava. Porque alguém que ela amava... mesmo que no fundo soubesse, que nunca de fato deixou de amar. Tinha lhe machucado de uma forma que a ferida parecia nunca cicatrizar. Como ela poderia seguir em frente se ainda se sentia presa aquela que um dia fez juras e planos? Dahyun suspirou e fechou os olhos apenas para lembrar mais do passado.

Ela - Dahmo - Twice.Onde histórias criam vida. Descubra agora