• Angel Eyes [Livbrina]

||023||

Rodrigo Pov's:

Já fazia cerca de 20 minutos desde que Angelina subiu, visivelmente abalada. O clima na sala estava pesado. Gracie, sempre tentava puxar conversa, mas o nervosismo dominava o lugar.

Sabrina estava sentada na poltrona, com o olhar preocupado, e eu estava aninhada em seu colo, com a cabeça encostada em seu ombro. A tensão dessa situação me consumia. Nunca imaginei que Angel pudesse me rejeitar, mas parecia que, para tudo, há uma primeira vez.

- Eu vou lá — Suspiro, frustrada, quebrando o silêncio

- Tem certeza, Liv? — Sabrina pergunta preocupada

- Tenho. Eu preciso tentar resolver isso. — Respiro fundo, já me levantando de seu colo

- Então eu vou com você — Sabrina diz, já se preparando para se levantar

- Brina, não. Eu preciso fazer isso sozinha — Ela hesita, mas acaba assentindo com olhar compreensivo

- Certo. O quarto onde estamos dormindo é o primeiro à esquerda

- Obrigada — Murmuro, já subindo as escadas.

Cada passo parecia mais pesado que o interior, o nó no estômago crescendo. Chegando à porta do quarto, bato suavemente.

- Mamãe? É você? — Ouço a voz de Angel abafada, do outro lado. Meu coração se parte um pouco mais. Com cuidado, abro a porta com calma

- Ei bonequinha... Hm.. sou eu, a Olivia — Digo calmamente ao entrar.

Angelina "enterra" o rosto no travesseiro

- Eu não quero te ver. Vai embora — A voz sai abafada. Eu me aproximo devagar, sentido o peso de cada palavra

- Angelina, por favor, me escuta. Me dá uma chance de falar — Imploro, me aproximando da cama, tentando manter a voz firme

- Eu não quero te ouvir! Não quero ver você — Ela grita, apertando o travesseiro com força.

Ouço um soluço abafado, ela estava chorando.

- Só vou embora depois que você me ouvir. Me deixa explicar..— Insisto, Ela ficou em silêncio — Angelina, você é a criança mais especial que eu já conheci. Seu jeito angelical me conquistou e acredite quando eu digo que amo-te demais!

- Se você me ama tanto, por que você me deixou? — Ela tira o objeto do rosto, os olhinhos marejados

Respiro fundo, sentindo o peso da culpa