Dois dias depois da resolução do sequestro, finalmente cheguei a este fim de mundo de cidade da qual ninguém nunca ouviu falar. Acho que nunca estive em uma cidade tão pequena. Para você ter uma noção eu tive que desembarcar em uma cidade próxima porque aqui não tem aeroporto e claro, por se tratar de uma cidade pequena também não tem Uber, pedi um táxi e paguei o triplo do valor, mas finalmente cheguei.
Para piorar a situação, está chovendo e um pouco frio, minha jaqueta apesar de me deixar aquecida não tem capuz, logo, estou encharcada. Já está anoitecendo, meu celular está sem bateria, e não sei o endereço de ninguém aqui, porque eu não tinha certeza se viria para cá depois de tudo o que rolou, mas acabei vindo de última hora e não avisei porque se tivesse pensado um pouco teria desistido e talvez não viria. Estou segurando minha mala com as duas mãos atrás de mim, olhando ao redor me perguntando para onde eu vou?
A cidade parece abandonada, não tem ninguém nas ruas, embora ainda esteja um pouco claro, mesmo com a chuva ainda era para ter pessoas aqui, mas não tem ninguém, meu corpo todo se arrepia, mas não tenho certeza se é por causa da chuva, tenho a sensação de estar sendo observada mas olho ao redor e ainda não aparece ninguém.
Vejo um lugar onde possa ter pelo menos uma pessoa que eu conheça e também posso aproveitar para fazer xixi, estou explodindo, talvez colocar uma roupa seca.
Entro no bar Aurora e uma lufada de ar quente atinge minhas bochechas, dou uma olhada ao redor, pensei que Phil ou pelo menos a Jessy estariam aqui, mas não vejo nenhum dos dois, decido me aproximar do balcão.
— Com licença — falo para a atendente — Posso usar o banheiro?
— Tem que consumir algo para usar. — responde ela.
— Moça, eu acabei de chegar na cidade, minha carteira está em algum lugar dentro dessa mala, estou explodindo e toda molhada da chuva, pode me fazer este favor? — imploro.
— Política da casa, não posso fazer nada, ou consome algo para usar o banheiro ou vaza. — diz a garota com maquiagem super pesada preta e piercings na sobrancelha e nos lábios, ela está secando vários copos e sequer ergue os olhos para mim.
— Se não me deixar usar a porcaria do seu banheiro, vou subir nesse balcão e fazer xixi aqui mesmo. — respondo.
— Ei, ei! Posso saber qual o problema aqui? — diz Phil finalmente aparecendo com seu estilo roqueiro, cabelo longo preso em um coque baixo e meio bagunçado e tatuagens expostas, camiseta branca de alguma banda que não conheço e calça jeans preta.
— Eu não sou o problema, ela é o problema. — diz a atendente.
— E aí, garota problema, em que posso te ajudar?
— Eu diria mais que estou pra garota solução, não deveria falar assim com a pessoa que te tirou da cadeia, Phil. — respondo sorrindo.
— Espera um pouco, está dizendo que é a Maria? — ele me pergunta.
— Sim — respondo com um sorriso presunçoso.
Então, ele dá um tapa no balcão rindo, dá a volta e me abraça forte e me gira no meio no bar atraindo alguns olhares curiosos. Ele me deixa no chão e me olha de cima a baixo.
— Cuidado, você vai se molhar. — eu o alerto.
— Eu não ligo, não sabia que viria. Porque está causando problemas com a Amber?
— Eu só pedi para usar o banheiro e ela não deixou. — aponto para ela que dá de ombros e vai servir um cliente.
— Não liga pra ela, pode usar o banheiro do meu escritório, fica ali naquela porta. — ele aponta para uma porta nos fundos. — Tem um moletom meu lá dentro, pode colocar para se aquecer. A Jessy sabe que está aqui?
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Problema em Duskwood
FanfictionFanfic Duskwood, mas especificamente do barman badboy Phil Hawkins - Se quiser saber vai ter que ler.