Liberdade

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Acordo em um quarto de hospital, a claridade do quarto é cegante me dando dor de cabeça, o vestido ensanguentado foi substituído pela camisola do hospital, uma agulha espetada no meu braço e tem um tubo de respiração no meu nariz.

— Oi, amor.

— Ai meu Deus... — começo a chorar por ver Phil sentado na poltrona ao lado da cama.

— Ei, não chore, gatinha, por favor. — ele se levanta e vem até mim limpando minhas lágrimas.

— Ele... ele me disse que você estava morto e que a polícia estava atrás de mim, ele tinha me incriminado. — quase não consigo dizer porque não consigo parar de chorar.

— Nada disso era verdade, amor, eu estou aqui, e estou bem.

— Phil, por favor me desculpe, me desculpe, eu achei que você... Eu quase atirei em você.

— Mas não atirou. Mesmo com tudo apontando pra mim inclusive a sua arma, você não atirou.

— Eu sinto muito. — passo a mão no rosto, envergonhada.

— Por favor, não sinta, está tudo bem. — ele sorri. — Acho que vou chamar o médico. — Phil se levanta um pouco da cama.

— Não, por favor. — seguro sua mão — Podemos ficar aqui mais um pouco só nós dois? — ele acena que sim. — Seu braço?

— Eu levei um tiro no ombro, mas não me causou nada permanente, só tive que enfaixar o braço, mas estou bem. — ele aponta para o braço na tipoia e sua outra mão segura a minha.

— Por quanto tempo eu fiquei lá?

— Mabi...

— Por favor, me conta. — peço.

— Quase dois meses.

Começo a chorar desesperadamente de novo, foi horrível ficar lá, presa naquele espaço minúsculo sem saber se ia ficar o resto da minha vida lá ou se iam me achar, sem saber das pessoas ao meu redor ainda se importavam comigo, pensava que Phil estava morto, acreditei nas coisas que Ian me contou e alguns momentos esquecia que ele me mantinha presa lá.

Depois de algumas horas, Alan entra no quarto e conversa um pouco comigo sobre o que aconteceu e esclarece as coisas:

— Um vizinho da Jessy ouviu um barulho e viu uma movimentação estranha na casa, ligou para a polícia porque Jessy sempre foi uma vizinha tranquila então ele estranhou. Chegamos e Phil estava agonizando no chão, sangrando muito e havia uma garota com ele, felizmente os dois sobreviveram — fico muito supresa e alegre pela garota ter sobrevivido — Phil, viu algumas coisas e deu a descrição de quem levou você, foi mais difícil do que pensávamos o localizar, lamentamos ter demorado tanto para te achar, Mabi.

— Tudo bem.

— Confirmamos o DNA dele, ele estava por trás de tudo, achamos um lugar em um mapa que ele tinha e conseguimos localizar os outros corpos, e as famílias terão um final e agora poderão seguir em frente. Você foi muito corajosa, como sempre foi.

Fiquei um total de 3 dias no hospital, mas ao invés de voltar para a casa da Jessy, fui para o hotel. Claro que Phil se ofereceu para que eu ficasse na casa dele, mas quero ficar sozinha e pensar no que fazer.

Recebi a visita de todos, que foram muito gentis comigo, provando mais um vez que Ian mentiu. Não disse isso em voz alta para ninguém, mas me sinto mal por ter o matado.

Estou no quarto pensando no que fazer com a minha vida, quando ouço o barulho bip, levo um susto, olho para a porta tremendo e então ouço alguém batendo nela.

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