Rainbow café

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Depois que Phil me deixa em casa, me jogo na cama para descansar com as mãos entrelaçadas em cima da minha barriga fico completamente parada olhando para o teto, quando fecho os olhos a imagem do Phil com a mão quente em minha cintura e o seus lábios suaves tocando minha bochecha quando fomos nos despedir na escada da porta da Jessy me vem a mente.

Já é a segunda vez que ficamos naquela porta e parece que vai rolar algo, mas não rola nada, se acontecer mais uma vez eu vou ter me implorar pra que ele me beije, o fato de ainda não ter acontecido é a culpa é minha porque por mais que eu queira algo e está bem óbvio que Phil também quer, a sensação de isso ser errado fica pairando sobre nós e é claro que isso tem a ver com o Jake e nossas questões mal resolvidas, de qualquer forma resolvi me levantar, colocar meu pijama e dormir.

Na manhã seguinte, vou na delegacia como Alan havia me pedido para ir, e tudo parece igual, pois está bem movimentado, claro que isso tem a ver com a garota assassinada.

— Oi, Alan! — digo.

— Mabi, olá. — ele sorri sem mostrar os dentes, mas ainda sim seu sorriso é sincero porque ele alcança os olhos verdes que brilham — Sente-se. Então, você quer a notícia boa ou...

— A ruim, sempre a ruim primeiro — interrompo.

— Como você é pessimista. — responde Alan debochando — Eu ia dizer a notícia boa ou ótima.

— Nossa, nesse caso, então a boa — dou de ombros.

— A boa está aqui — ele deixa uma caixinha de veludo azul marinho quadrada em cima da mesa, e abre mostrando uma medalha condecorada linda e brilhante — Você merece pelos seus serviços. Parabéns.

— Alan, obrigada! — toco o objeto e não consigo segurar o sorriso enorme no rosto, já ganhei muitos prêmios na vida, redação, edição, artigo, coisas desse tipo e empresariais, mas este parece tão especial, mesmo tendo um final que eu não queria com a perda do Richy, mas eu ajudei a Hannah e sua família.

— Agora a segunda notícia, que na verdade é um pedido. Você demonstrou uma excelente percepção e influência, você resolveu o caso do sequestro e achou outro corpo. Queremos chamar você para ser nossa consultora, você teria acesso total ao caso, investigação, interrogatório, nos ajudaria a resolver o caso.

— Eu seria policial? — minha voz ficou muito mais fina e muito mais animada fazendo essa pergunta cheia de expectativas.

— Não exatamente, seria mais uma consultoria.

— Isso existe mesmo? Achei que era coisa de filme.

— Sim, isso existe — Alan dá risada da minha pergunta — E aí, você topa?

— Vou ter salário?

— Sim.

— E eu vou poder ter uma arma e um distintivo?

— Isso não — responde ele e eu abaixo os olhos e faço beicinho.

— Mas e se eu precisar de proteção?

— Eu te protejo, vamos ser parceiros, isso se você aceitar.

Não preciso pensar muito, claro que quero aceitar e dessa vez não vou precisar cometer nenhum crime para investigar, mas fico insegura, talvez estejam superestimando minhas habilidades investigativas, eu tive muita ajuda da primeira vez.

Vou ter muito mais recurso aqui e Alan pode me ensinar as fazer as coisas como eles fazem, queria ter uma arma e um distintivo, mas como não se pode ter tudo então vou pegar o que tenho.

— Aceito, Alan.

— Que bom. — ele sorri — Agora vamos ao caso, a garota que você encontrou é Brooke Stevens, ela tinha 24 anos, morava sozinha em Grove Springs, quem relatou o desaparecimento foi o gerente do bar onde ela trabalhava, ele disse que ela era responsável e por isso estranhou o seu sumiço repentino, ela não tinha família na cidade e aparentemente em nenhuma cidade já que ninguém além de seu gerente sabia que ela tinha sumido. Sem sinais de abuso, mas foi encontrado traços de álcool em seu organismo, marcas nos pulsos, pernas e pescoço — ele me mostra várias fotos das marcas roxas em seu corpo — A causa da morte foi uma pancada na cabeça, ainda não sabemos ao certo qual foi o objeto e uma rolha de vinho foi encontrada no seu estômago.

Problema em Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora