Amigos

189 17 14
                                    

Levanto na manhã seguinte e enquanto Phil ainda está dormindo, mexo em suas coisas na cozinha e preparo nosso café da manhã.

Eu não sei muito bem do que ele gosta, mas acredito que todo mundo goste de panquecas e é isso o que eu faço, deixo torradas em cima da mesa, percebo que tem muitas coisas saudáveis aqui, frutas, granola e aveia, pão integral, iogurte, mel.

Sempre me surpreendo com o Phil, apesar do estilo badboy, só usar preto e branco, tatuagens e piercings, ele fuma, tem um bar, ele é muito carinhoso, a casa é impecável de tão limpa e organizada e agora hábitos saudáveis? Que loucura!

Deixo a mesa posta como se fosse um café da manhã de hotel e tenho orgulho de mim mesma por este feito. Não quero sentir pena de mim mesma por muitos dias não ter tomado café da manhã naquele lugar, eu ter que enganar e ser legal e carinhosa para o Ian aparecer.

Estou feliz que tudo aquilo tenha ficado para trás e agora possa tomar um café da manhã ótimo com alguém que eu queira estar de verdade, sem fingimento.

— Bom dia — Phil aparece na cozinha olhando para a mesa e abre um belo sorriso enquanto prende seus longos cabelos pretos. — Uau! Isso tudo é pra mim?

— Sim, você gostou? — pergunto com expectativa.

— Eu poderia me acostumar com isso. — diz ele piscando pra mim.

— Sente, vamos comer.

Quando terminamos de comer, Phil segura minha mão e fica me encarando sério, coloca o cotovelo na mesa e tamborila os dedos nos lábios pensando em alguma coisa, então ele diz:

— Vamos sair hoje a noite, tipo um encontro. — não era uma pergunta.

— Um encontro? — pergunto arqueando uma sobrancelha.

— Sim, um encontro de verdade, nada de nos encontrarmos no Aurora ou no Rainbow café, um encontro onde eu busco você e nós saímos para jantar, no Cisne Negro.

— Tá.

— Ótimo. Então, eu passo pra te buscar no hotel às sete, pode ser?

— Pode. — respondo sorrindo e ele me dá um beijo na bochecha.

Depois de tomarmos o café da manhã, decido dar uma volta pela cidade. Vou até a praça e me sento vendo o pouco movimento de pessoas. Fiquei dois meses presa então algumas pessoas passam me olhando, mas eu ignoro porque entendo a curiosidade.

Olho de longe e tem algumas pessoas nas mesas do lado de fora do café, alguns estão trabalhando em seus notebooks, um dupla de amigas conversando animadas, um casal de idosos cheio de sorrisos, o que é fofo.

Estou pensando no meu futuro e no que eu vou fazer quando levo um susto com Jessy surgindo do nada e me abraçando, ela repara e da risada.

— O que está fazendo aqui? Por que não entrou? — pergunta ela.

— Estava olhando estas pessoas e suas vidas.

— Nossa amiga que profundo. Vem vamos entrar.

Ela puxa meu braço e me leva até seu escritório, eu me sento no pequeno sofá que tem e ela vai até sua mini máquina de café expressa e serve a nós duas, depois se senta em sua cadeira.

— Você combina tanto como uma mulher de negócios. — digo sorrindo.

— Ai para — ela joga a mão como se estivesse espantando um mosquito. — Então você está bem?

— Estou bem, sim. Melhor do que eu esperava sendo bem sincera. — dou risada e ela também.

— Que bom amiga, acho que posso sair mais cedo daqui e nós podemos nos ver a noite e conversar, o que acha?

Problema em Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora