Floresta

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Acordo na manhã seguinte sentindo como se tivesse sido atropelada por um caminhão, é muito ruim dormir fora de casa, até se acostumar, e sinto que não dormi o suficiente.

Quando me levanto e chego na cozinha Jessy já está aqui tomando seu café e a mesa está posta parecendo de hotel.

— Bom dia, Mabi, dormiu bem? — ela diz e toma seu café.

— Bom dia, eu dormi mais ou menos, estou com dor de cabeça. — me sento na mesa e começo a me servir sem fazer cerimônia.

— Tem remédios no banheiro. — ela avisa.

— Obrigada. Então, quais são os planos para hoje?

— Eu tenho que ir na oficina, estou resolvendo algumas questões, acho que ela será vendida, estamos vendo com o Paul se ele vai vender ou continuar, não sei. — ela coça a testa e fecha os olhos. — Mas a Hannah, mandou mensagem disse para você encontrar com ela no Rainbow café daqui a pouco, então não coma muito.

Faço uma careta porque eu vou comer o máximo que der aqui, não sei que tipo de conversa vou ter com a Hannah e não quero perder meu apetite lá.

— Então, será que interrompi alguma coisa entre você e meu irmão ontem à noite?

— O quê? — me faço de desentendida.

— Eu vi, Mabi, você e ele estavam... bem próximos, achei que você e o Jake...

— Não tem nada entre mim e seu irmão e também não tenho nada com o Jake.

— Não foi o que pareceu, saiba que eu super apoio você e o Phil — ela ri.

— Obrigada, amiga. — é tudo o que eu digo, não sei o que teria acontecido ontem se Jessy não tivesse chegado, na verdade eu sei e até queria, mas eu acabei de chegar na cidade, melhor deixar isso pra depois.

Alguns minutos depois, vou andando até esse tal café, que não fica longe, depois que comi na casa da Jessy, me arrumei e fiz uma caminhada pela cidade. Duskwood parece aquelas cidades falsas dos filmes quando uma garota vai para o interior porque herdou alguma casa antiga e acaba se apaixonando por alguém e decidindo ficar na cidade.

Reconheço Hannah quando chego no café, ela parece bem e parece simpática, eu fiz tudo isso para que ela estivesse bem e segura, eu nunca falei com ela, não sei quais são suas impressões sobre mim, não sei o que os outros disseram, mas todos ou a maioria falaram muito bem dela.

— Oi, Hannah! — sorrio para ela que se levanta igualmente sorrindo e me dá um abraço.

— Oi, Maria, que prazer conhecer você. — ela aponta para que eu me sente na cadeira.

— Você está bem?

— Estou, graças a você! — ela diz sorrindo.

— Foram seus amigos, Hannah, todos amam você, e depois que eu me envolvi eu não ia te deixar na mão, não vou mentir que eu pensei não ser capaz e largar tudo, deixar com a polícia, mas já que comecei fui até o final, que bom que você está bem, mas infelizmente não consegui salvar todo mundo.

— A Amy e o Richy não precisavam pagar pelo o que eu fiz. — ela diz e seus olhos enchem de lágrimas que ela não deixa cair.

— Hannah, se me permite perguntar, por que você não chamou a polícia quando tudo aconteceu?

— Eu era jovem, Maria, e fui muito burra, imprudente, nossos pais são meio perfeccionistas, eles projetaram uma vida para mim que eu nunca quis ter, eu não podia cometer erros senão seria punida, quando a Lilly nasceu eu não queria que o mesmo acontecesse com ela, ainda assim não consegui protegê-la desse tipo de criação dos nossos pais, o que é engraçado já que meu pai teve um caso que acabou tendo o Jake. Então, quando o acidente aconteceu eu me apavorei, minha mãe me mataria, ou puniria a Lilly para me atingir, por isso eu surtei e pedi ao Richy para me ajudar, mas eu me arrependo.

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