As vezes esse homem de quase 2 metros de altura que se identificou como König fazia eu me sentir um verdadeiro animal selvagem quando ele me pegava pelo braço daquele jeito.
– König eu posso caminhar sozinha - eu resmungo sacudindo o braço para que ele entendesse que não precisava me segura. Ele para me soltando. – Ok... - ele solta meu braço parando na porta. – O que foi que aconteceu ali em baixo? - eu falo olhando para as escadas abaixo do porão. Ele ignora minha pergunta continuando a anda.
Odeio quando você faz isso!
– König!? - eu chamo sua atenção segurando seu pulso, o que não foi nada difícil pela minha altura. Ele para em minha frente. – Você não viu? E devo dizer que esse verme é um cara de sorte,pela segunda vez o poupei por sua causa, enfim, não haverá próxima. - ele diz. Com mais alguns passos ele coloca a mão na maçaneta da porta virando o trinco ele entra em seu quarto. Eu paro ao lado de fora o observando. – Você vai o matar? - eu pergunto. Ele procurava em algumas gavetas por alguma coisa. Esse costume de ficar calado de várias maneiras me irritava. Eram perguntas simples de SIM ou NÃO,bastava responder e as vezes parecia tão difícil para ele. Eu reviro os olhos me escorando na porta. Ele aparentemente acha o que procura, uma pasta, ele à pega jogando sobre a mesa.
– Está esperando ser convidada para entrar? - ele diz ao olhar eu parada por cima de seu ombro. – Você quer me convida? - eu pergunto. Ele ri... – Acho que não precisa de convite, você já entrou aqui sem ser convidada uma vez ou será que não lembra? - ele diz. Aquela encarada me deixou extremamente nervosa pois eu podia me lembra muito bem. Eu entro para dentro. – Feche a porta e sente-se - ele ordena apontando com a cabeça em direção a cama. Eu apenas faço o que ele pediu me sentando na cama de braços cruzados. Ele puxa uma cadeira se sentando de frente para mim, seu tórax estava relaxado e apoiados sobre o encosto da cadeira. Ele apoia as mãos grandes em suas coxas me olhando como se analisasse alguma coisa. Isso era estranho! – O que foi? - eu pergunto. – Você sabe o que são tráfico humano? - ele pergunta. Respiro fundo desviando o olhar, aquela pergunta conseguia ser mais estranha do que suas encaradas disfarçadas. – Mais ou menos! - respondo. Ele inclina o corpo um pouco para frente. – Ayumi você é inteligente então acho que não vou precisa entrar em muitos detalhes para te explicar. Tráfico de pessoas,mais especificamente mulheres... - ele diz cruzando as mãos juntas ele se apoia novamente confortável no encosto da cadeira. – Aquele homem que te atacou naquela noite ele não só te estupraria como certamente te sequestraria para os negócios da família dele. Este irmão dele é o menor dos problemas aqui, os familiares dele é que são os cachorros grandes - ele diz. Ele respira fundo dando uma olhada para o lado. Nem se eu quisesse e esforçasse muito minha imaginação agora, eu não conseguiria adivinhar no que aquele pensamento silencioso e longe dele está pensando agora. – König - eu o chamo sua atenção. Ele vira o olhar para mim no mesmo minuto que houve minha voz atrevida chamar seu nome. – Sim... - ele murmura. – Você vai matar todos eles e esse garoto também ? - eu pergunto. Na verdade no fundo eu não me importava. – A única certeza que você precisa ter aqui e que com certeza sim, não é só sobre você agora, é eu também, o trabalho sujo foi feito por mim, você está envolvida mas quem está mais fodido sou eu - ele ri. As pessoas riem bastante das próprias tragédias e isso são traços psicopatas, mas aquele riso saiu totalmente foda-se e isso me preocupava um pouco, afinal eu já estava quase achando que ele era minha maior certeza de sair disso viva,claro que não se ele enlouquecer antes. – Eu irei morre de um jeito ou de outro. Não entendo porque voce está insistindo em me ajuda - eu falo. Ele ri abafado por de baixo do tecido. – O que te faz acreditar que irá morrer comigo por perto? Só se for de causas naturais - ele diz, eu senti um ligeiro tom de deboche nessas palavras. – Para aonde vamos, você dis...- ele me interrompe. – Ah sim, essa casa, eu não moro aqui, a família desse cara pode nos encontra a qualquer momento, então precisamos sair daqui - eu falo. – Você vai mata-lo? - pergunto. – Por que é tão importante para você saber disso? Sabe o porquê eu estava macetado a cara dele a poucos minutos? Ele falo que a família dele iria te encontrar e usar você para fazer dinheiro, a vendendo para algum bilionário disposto a te estupra de maneiras terríveis, é isso que você quer? - ele diz. Sua voz rouca me deixava tensa demais para pensar em debater sobre essa questão, que na realidade não tinha o que discutir.
NÃO !
Eu fixo os olhos nos dele sem saber o que dizer. Ele se inclina para frente lentamente. – Foi o que eu pensei. Portanto se arrume e não se preocupe com quem mato ou deixo de matar - ele se levanta. Seu quadril ficou bem na altura de meu rosto e eu não pude deixar de ver todo aquele volume que marcava sua cintura. Arqueando uma das sobrancelhas eu deixo um sincero e abusado meio sorriso de canto exalar por minha face, eu me levanto também. – Aí é que está o problema, König. Você mais cedo ou mais tarde irá me matar também pois eu estou sabendo demais - eu falo dando um leve encostada com o dedo em seu peito. Seus olhos acompanham o movimento de minha mão enquanto o toquei. – Não farei isso - ele afirma. – Ah não? E quem pode me garantir? Eu não conheço nem seu rosto. Sei apenas o seu nome, não sei absolutamente nada de você, mas você me sequestrou me obrigando a vir para cá - eu falo cerrando-lhe com os olhos na mesma intensidade que ele. – Ayumi se você quiser ir embora, então vai, eu apenas estou te protegendo - ele diz. Meu coração acelerou com aquele passo a frente que ele deu deixando seu corpo tão perto do meu. – Eu não entendo esse jeito seu - eu falo enquanto solto o ar de meus pulmões. – Voce não precisa entender - ele diz virando as costas para sair. – E por que não posso ver seu rosto? - eu pergunto. Era só por curiosidade. – Não disse que não pode, só acho que não é o momento - ele diz dando de ombro. Ele continua saindo do quarto. Me deixando ali. Eu odiava esse tipo de atitude nele. Ele era uma pessoa silenciosa demais, observador demais e esse costume de me deixar falando sozinha ou dar as costas saindo já parecia fazer parte de sua personalidade. Eu saí de seu quarto e fui para o meu pega as mínimas coisas que eu havia trazido. Em meio a tantas coisas, eu pude trazer uma pequena foto da minha família, meus pais, eu sentia tanta falta deles, talvez se eles estivessem aqui naquela noite eu não teria saído de casa. Eu estava em pé ao lado da cama de calcinha e top trocando de roupa, antes de me encontrar em devaneios sobre aquela imagem da minha familia. Eu abraçava aquela foto como se eu pudesse de alguma maneira me conecta ao abraço deles. – Sempre vou achar triste abraçar o vazio das fotos - a voz rouca me assusta me fazendo saltar em um pequeno pulo. – Porra, König, que susto - eu me encolho virando de frente para ele. Seus olhos me fitavam com intensidade, eu pude notar quando olhei para a direção em que estava. Ele deixa escapa um riso fraco de seus lábios. – Você fala como se soubesse distinguir esses tipos de sentimentos - eu falo um pouco ignorante, talvez eu estivesse bem querendo escutar mais umas de suas ignorâncias para ali nos completarmos, ou quem sabe ficar falando sozinha novamente. Volto a virar de costas para dele arrumando minhas coisas que havia tirado da mochila na noite passada. Não me importei que ele me visse dentro daquele top preto e aquela calcinha rosa de renda. – Acho que você não sabe nada sobre mim também - ele diz seco. – Você pretende ir vestida com as roupas íntimas?! - ele pergunta. – Por que? Pra você parece indecente? Papai... - eu falo debochando. Me virando novamente ignorando a situação eu tento ignorar aquele rosnado que ouvi em meio ao bloqueio de silêncio que ele me deu.
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