CAPÍTULO II - VOCÊ SE IMPORTA?

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Acordo em um quarto cinza de cortinas claras em uma cama de solteiro. O quarto cheirava ao que me lembrava lavanda. Era um cheiro que me tranquilizava.

Na janela estava um homem de costas parado. Ele parecia ser um soldado com aquela roupa. Ao lado dele tinha uma cômoda marrom de madeira na qual tinha uma arma em cima.

Ele vira o corpo ao perceber que eu estava acorda.

– Quem é você? Aonde eu estou? - eu pergunto. Eu notei que tinha uma faixa em meu pé.
– Não importa, estava esperando você acordar. Aonde você mora? Preciso te levar para casa - aquela voz rouca e grosseira falava me consumindo com os olhos.
– Mas aonde eu estou? - eu pergunto novamente.
Ele bufa!
– Apenas agradeça que eu estava em um dia caridoso. Consegue se levantar? E responda às minhas perguntas, não me obrigue a tirar de você aforça o seu endereço, porra - ele fala com firmeza.

Eu arregalo os olhos um pouco assustada. Não sabia o que era pior naquele momento. Fui ajudada e estava grata por isso, mas ele era louquinho.
Eu me sento na cama e passos pesados vinham em minha direção. Eu olho para cima me levantando com dificuldade. Meu tornozelo doía demais.
Eu tento dar um passo, mas miseravelmente sou segurada por aquelas mãos grandes e firmes.
Eu olho para apenas seus olhos claros que me cerraram ao ponto de eu perder o rumo de tudo o que eu tinha para pergunta.

– Pelo jeito vou ter que te carregar – me erguendo em seu ombro como um saco de batatas ele pousa sua mão abraçando minhas coxas.
– Que delicado - eu resmungo.
– Prefere ir andando? Eu não me importo nenhum pouco de te ver se arrastando - ele murmura abafado por de baixo do tecido que cobria seu rosto.
– Se você ainda estiver no seu dia caridoso e puder fazer essa caridade por mim tenho certeza que Deus um dia irá te recompensar - eu falo.
Ele solta um riso fraco.
– De repente agora você virou religiosa, mocinha? Me diga, eu não parecia um Deus há poucas horas para você enquanto implorava por socorro? - ele fala, enquanto caminhava em passos firmes para o longo daquela casa.

Era uma casa literalmente vazia, tinha poucos móveis, não tinha decoração e era todo no cinza e branco como o quarto.
Bem o que esperar de um cara como ele!? Ao sairmos para a varanda da casa notei que eu estava no meio do nada. Não havia outras casas e era literalmente só a floresta e nós.

– Aonde estamos? - eu pergunto.
Ele ignora minha pergunta continuando em passos firmes abrindo a porta de seu carro ele me coloca indelicadamente no banco do carro.

– Aí... - dou um gemido de dor ao bater meu tornozelo – você é sempre esse mar de delicadeza com as mulheres? - eu pergunto.
Ele me olha de novo com aquele olhar frio e predador. Me encolho ao ver seus braços largos escorarem a porta.
– Olha garotinha, eu vou te levar para casa agora, recomendo que fique calada pois eu não gosto de conversar e você me parece que fala e faz perguntas demais - ele diz. Eu até por uns segundos pensei em responder mas nada saiu de minha boca. Ele bate a porta do carro passando pelo outro lado ele entra no carro.
– Coloque o cinto - ele ordena enquanto colocava o seu cinto.
– Você mora aqui sozinho? - eu pergunto, era apenas curiosidade porque não dava para acreditar que alguém podia viver em paz naquele lugar.
– O que isso te importa agora? Você não vai ficar e na verdade nem deveria estar aqui, se eu soubesse que ficaria tagarelando desse jeito eu nem teria ajudado - ele diz. Ele olha para frente dando partida no carro. E realmente estávamos em uma floresta, nao havia mais nada, não era muito longe da estrada, mas o suficiente para alguém que não gostava de contato social.
Não estava surpresa. Isso era a cara daquele homem.

Depois de dirigir por cerca de quinze minutos em silêncio, aquele silêncio me perturbava.

– Você é um soldado? Algo do tipo? - eu pergunto.
Ele da uma bufada.
– Não falei para ficar quieta? - ele responde.
– Agora é fácil de entender porque você vive isolado. Quem aguentaria esse humor? - eu falo, voltando a olhar pela janela. Ele freia o carro bruscamente que naquele momento agradeci muito por ter colocado o cinto.
Eu olho assustada para ele e sua mão vem em minha direção apertando meu pescoço.

– Você não sabe porra nenhuma sobre mim, se falar mais uma palavra eu juro que te jogo para fora - ele fala rouco olhando em meus olhos enquanto me sufocava.
– Você entendeu? - ele aperta meu pescoço.
Eu aceno com a cabeça que sim já quase perdendo a consciência.
Ele me solta e ajeita sua postura novamente virando para frente colocando as mãos no volante. Eu percebi sua respirada funda. Eu fiquei quieta e calada no decorrer de toda à volta para minha casa.
Ele me ajudou novamente com toda a delicadeza de um gorila me levando até a porta de casa.

– Acho que agora você já pode se virar sozinha - ele resmunga me dando uma olhada de cima em baixo.
Ele se vira para sair.
– Como é o seu nome? - eu pergunto.
Ele para e olha para trás.
– Não importa! - ele diz, e seu olhar decai novamente.
Senti tristeza em sua voz por um instante.
– Importa sim, tudo bem, desculpa por tudo isso, mas obrigada, se tivesse dinheiro eu te daria uma boa quantia por ter me livrado daquilo ontem - eu falo.
Ele ri com ironia.
– Eu não preciso de dinheiro. Se cuide, Ayumi - ele se vira saindo.

Ele entra em seu carro sem ao menos olhar para trás dando partida dali.

Você é a porra de um cara estranho do caralho!

Eu entro para dentro me apoiando na parede, meu tornozelo doía demais.  Estava com medo de ter quebrado. Eu estava massageando meu pé enquanto via meu celular carregando e as diversas mensagens e ligações perdidas de Ruth.

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Protegida | König - COD | Dark Romance +18Onde histórias criam vida. Descubra agora